Futebol

Análise: Daniel Amorim é o melhor exemplo de planejamento para 2022

Empate com o Vila Nova é mais um capítulo do fracasso vascaíno em tentar voltar para a Série A.

O empate em 2 a 2 com o Vila Nova disse muito sobre o presente, mas pouco sobre o futuro do Vasco. Ao reafirmar problemas que marcaram a campanha de permanência na Série B, a mais nova fraca atuação coletiva foi uma certeza do que não se deve repetir em 2022. Porém, um nome reafirmou reunir condições de continuar na próxima temporada e ser um exemplo na montagem no elenco: Daniel Amorim.

É claro que o centroavante, autor de um lindo gol em Goiânia e figura importante na jogada do outro, não deve ser o protagonista no trabalho de reformulação - aliás, o presidente Jorge Salgado continua sem explicar como e o que pretende mudar. Daniel Amorim ainda não mostrou condições de ser titular do Vasco, um time que nunca ingressou no G-4 e, faltando três rodadas para o término da competição, estava eliminado. Dado o que se esperava dele, entretanto, surpreendeu positivamente.

Com quatro gols marcados, o atacante foi um dos poucos reforços que deram certo na gestão do futebol vascaíno. E isso ocorreu basicamente por dois motivos. 1) Ele foi mapeado para ser uma alternativa de jogo aéreo. 2) Soube entender e entregar o que o campeonato pedia.

O Vasco precisa definir o que deseja e buscar jogadores que tenham condições de fazê-lo. Não adianta ter zagueiros que não saibam sair jogando e adotar estilo de jogo cuja construção ofensiva começa pelo goleiro, como Marcelo Cabo, Lisca e Fernando Diniz tentaram fazer. Outro exemplo: não adianta contratar Marquinhos Gabriel pensando que apenas ele conseguirá articular as jogadas de ataque e não ter atacantes e volantes que colaborem com o meia.

Não adianta ter um elenco com jogadores com pouca intensidade para movimentação numa disputa extremamente física. Enfim, os exemplos estão aí para servirem de lição.

Daniel Amorim, no período em que esteve em campo, teve postura melhor do que outros atletas. Não se escondeu do jogo, disputou todas com os zagueiros e não teve medo de arriscar. Na sexta partida sem vitória, a pior marca no ano do Vasco, foi, ao lado de Nenê, o que se melhor viu.

O Vasco tem ainda duas rodadas pela frente. Há tempo para definir quem não permanecerá e contratar dirigente e treinador. Para mudar uma realidade angustiante: o Vasco, até a 36ª rodada, foi o segundo time com mais posse de bola (média de 53%) e, mesmo assim, o quinto que mais cedeu finalizações ao adversário (média de 12,5 por jogo) e o que tem a terceira pior defesa (47 gols sofridos). Não tinha como dar certo.

Fonte: Globo Esporte