Quanto o Vasco faturou com venda de atletas em 2024

O balanço financeiro referente ao exercício de 2024, divulgado pelo Vasco na semana passada, destacou aumento de receita em diferentes setores do clube, entre eles, o faturamento oriundo da venda de atletas. De acordo com o relatório, o Vasco arrecadou R$ 170 milhões com a cessão de direitos econômicos, o que representa um aumento de 38,2% em comparação com o ano anterior (R$ 123 milhões).

A cifra é impulsionada, sobretudo, pelas vendas de Gabriel Pec para o LA Galaxy por 10 milhões de dólares (R$ 49 milhões na cotação da época) e a de Marlon Gomes para o Shakhtar Donetsk por 12 milhões de euros (R$ 64 milhões).

Como é de praxe em relatórios financeiros como esse, o Vasco lançou o valor cheio das transferências, o montante real do faturamento previsto nesses contratos. Mas a quantia que de fato entra nos cofres do clube é outra: existem custos de transação, como descontos concedidos e repasses a outras equipes, que reduzem consideravelmente o valor.

O Vasco menciona isso resumidamente na nota explicativa de número 29 do balanço financeiro, no item "custos com transação de atletas". De acordo com o clube, os custos dessa natureza foram de R$ 74,8 milhões.

Entra nessa conta o desconto de 15% que o Vasco concedeu ao Shakhtar Donetsk no valor total da venda de Marlon Gomes em troca do adiantamento do pagamento. O clube, na ocasião, ainda tinha duas parcelas a receber, totalizando 8 milhões de euros. Com o desconto, o Shakhtar quitou a compra pagando de uma só vez 6,8 milhões de euros, o equivalente a R$ 41 milhões.

A negociação para o adiantamento da parcela foi iniciada ainda pela gestão da 777 Partners, com o CEO Lúcio Barbosa, e concretizada por meio de um aditivo contratual aprovado na reunião do Conselho de Administração em junho, quando Pedrinho já estava no controle. A justificativa foi melhorar o fluxo de caixa da SAF.

Outra transação que entra na conta é o repasse para o Vélez Sarsfield de 40% do valor da venda de Orellano para o Cincinnati. O jogador foi vendido por US$ 3 milhões, mas o Vasco precisou repassar US$ 1,2 milhão (R$ 7,3 milhões) ao clube argentino.

Tanto o desconto na venda de Marlon quanto o repasse de parte do valor de Orellano foram lançados no relatório financeiro como "custo com transação de atletas".

De acordo com o balanço, 56% dos R$ 170 milhões do faturamento com venda de atletas ficou com o clube: R$ 96,1 milhões, portanto. Houve aumento com relação ao ano anterior, quando R$ 77 milhões entraram nos cofres do Vasco.