O grande reforço da era SAF; análise

O grande reforço da era SAF é Ramón Díaz. Desde que chegou ao clube, em julho do ano passado, o treinador deu provas de que consegue fazer o time render, não importa a adversidade. O Vasco sai grande dos principais testes do início da temporada. O desempenho nos três clássicos dá esperança de uma equipe mais competitiva em 2024. A vitória por 4 a 2 sobre o Botafogo, no último domingo, coroa o bom trabalho que o técnico vem fazendo nos últimos meses.

O que mais impressiona é que, se comparado aos rivais, o Vasco é o que mais mudou e o que ainda tem mais lacunas no elenco. Depois de destacar a urgência por reforços nos dois primeiros clássicos, a análise do jogo contra o Botafogo é a de que o time de Ramón venceu e convenceu, apesar da necessidade (que segue existindo) de contratar mais jogadores. E, se chegarem as peças que a comissão cobra e aguarda, o resultado pode ser ainda melhor.

No ano passado, quando ninguém mais acreditava na reação do Vasco, Ramón bateu na mesa e garantiu que o time se salvaria. Ele conseguiu o improvável, e o trabalho do treinador é combustível para o vascaíno acreditar que "o melhor estar por vir".

Virada com dedo de Ramón e talento de Payet

Contra o Botafogo, o Vasco não tinha à disposição os dois zagueiros titulares, suspensos. Ainda assim, Ramón insistiu no esquema com três defensores, escalando Maicon e Rojas. Mas, sem Medel e João Victor, o time afrouxou a marcação e perdeu força na construção desde a defesa.

O time demorou a entrar no jogo e viu o Botafogo dominar os primeiros 25 minutos. O meio-campo vascaíno não encaixou, e o rival encontrou espaço demais na intermediária. Os donos da casa confundiram a marcação do Vasco. Aos 20, Eduardo chutou de fora da área e achou a gaveta de Léo Jardim. Enquanto isso, pelo lado esquerdo Hugo e Victor Sá deram trabalho para Paulo Henrique, que não teve cobertura de Rojas, como João Victor costuma fazer.

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Paulo Henrique, sobrecarregado na defesa, também ficou ocupado na frente. Era pelo lado do lateral-direito que o Vasco buscava os ataques no primeiro tempo. Faltava a bola chegar a Payet e Piton para variar a construção.

Quando isso aconteceu, a história mudou. Foi no talento do francês que o time conseguiu virar. O lance começou com PH e teve participação de David e Zé Gabriel antes de a bola chegar aos pés do camisa 10. Um passe brilhante encontrou Galdames, que se movimentou bem, pisou na área, dominou e empatou aos 28. O chileno caiu como uma luva no meio.

No momento em que o Botafogo era superior e dominava no Nilton Santos, o Vasco colocou a bola no chão e encontrou o caminho da virada. De chave e do placar. O Alvinegro perdeu o ímpeto inicial, e o time de Ramón equilibrou as ações. O técnico, não satisfeito com o que viu no primeiro tempo, mudou o posicionamento da etapa final. Payet, antes caindo pela meia esquerda, passou a jogar mais centralizado, com David mais próximo de Vegetti no ataque.

De cara surtiu efeito. Antes do primeiro minuto, o Vasco trocou passes e, numa invertida cirúrgica de Galdames, achou o segundo gol. Piton, pouco acionado até então, recebeu na esquerda, tabelou com David e chutou de bico para virar.

Com a vantagem, o Vasco mudou. O time conseguiu pressionar mais o Botafogo em seu campo. Payet flutuou no meio e distribuiu o jogo. Em uma dessas pressões, Paulo Henrique abriu o caminho para o terceiro gol. O lateral roubou bola no ataque e sofreu pênalti. O lance não só deixou o time mais perto da vitória, como tirou um peso das costas de Vegetti, que cobrou e marcou seu primeiro gol em 2024, encerrando jejum que durava desde novembro.

O centroavante argentino ainda marcou o quarto após cruzamento de Puma Rodríguez, que pode ser titular no sábado que vem, quando o Vasco enfrenta o Volta Redonda - Paulo Henrique está suspenso. Quem também merece chance é Mateus Carvalho, que entrou no segundo tempo e mudou a dinâmica do meio-campo vascaíno - o jogador está pedindo passagem.

O Vasco jogou melhor contra Flamengo e Fluminense, mas a primeira vitória em clássico na temporada veio contra o Botafogo. Resultado do trabalho da comissão, que vai além das quatro linhas. Quando o time sofreu o gol, Ramón e Emiliano pediram calma aos jogadores. O auxiliar chamou Maicon na beira do gramado e passou orientações. O Vasco é um time que tem padrão de jogo e é também mais forte mentalmente.

O resultado fez o time voltar ao G-4 do Carioca em boa hora. O Vasco já enfrentou os adversários mais duros da competição e, a duas rodadas do fim da Taça Guanabra, só depende de si para ir às semifinais do Carioca. Chega também mais preparado e experimentado para o primeiro jogo de mata-mata do ano: no dia 27 de fevereiro vai enfrentar o Marcílio Dias, pela primeira fase da Copa do Brasil.

Fonte: ge

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