Emiliano Díaz revela que decisão de vir para o Vasco foi toda de Ramón Díaz
Pai e filho, técnico e auxiliar. Ramón Díaz e Emiliano fogem dos limites das relações entre os dois paralelos e são mais que isso no Vasco e fora do futebol. Eles são, acima de tudo, melhores amigos, como Emiliano disse na coletiva após a classificação contra o Água Santa na Copa do Brasil, na quinta-feira.
Veja a coletiva de Emiliano Díaz, do Vasco, após classificação na Copa do Brasil
- Somos pai e filho, mas temos relação de melhores amigos. Sabemos que podemos qualquer coisa. Ele dá a vida por mim, e eu dou a vida por ele - disse Emiliano, aos 10 minutos do vídeo acima.
Em sete meses no Brasil, está claro que Ramón e Emiliano dividem a função de treinador do Vasco. O reconhecimento, desta vez, veio das arquibancadas. Após a classificação nos pênaltis, a torcida vascaína cantou o nome dos dois, algo que emocionou o auxiliar técnico, que nunca tinha visto isso na carreira.
- A decisão de vir ao Vasco foi toda dele. E estamos desfrutando. A verdade é que hoje vivi algo incrível. A torcida cantou o nome de nós dois. Isso nunca aconteceu. Quero agradecer aos torcedores. Foi uma sensação gratificante. Acho que ele (Ramón) ficou mais emocionado que eu, porque eu sou um companheiro de trabalho, mas também sou o filho dele.
Família Díaz é ovacionada pela torcida do Vasco
No dia a dia dos treinamentos do Vasco, o filho é quem atua mais diretamente com os jogadores, nas movimentações da equipe, diretamente de dentro do gramado. Da linha lateral, Ramón tem um papel mais observador, sempre pontuando situações do treino. Não são novidades os relatos de membros da comissão técnica de que os dois fazem uma dupla perfeita, como o relato abaixo de Diego Pereira, braço direito dos dois.
"Eles são a combinação perfeita", diz preparador físico do Vasco sobre Ramón e Emiliano
- Tenho o privilégio de trabalhar com o Ramón há 12 anos. Nos entendemos muito. Brigamos muito, porque trabalhamos juntos 24 horas por dia. Ele me ensinou que a única coisa que serve é ganhar. Então, a culpa é dele de eu brigar com ele. Porque quero ganhar. Fazer qualquer coisa para ganhar, até brigar com ele. Nos entendemos em tudo que acontece no dia a dia - disse o próprio Emiliano.
A alternância entre os dois nas coletivas de imprensa chama a atenção em 2024. Ao contrário do ano passado, quando Ramón Díaz prometeu e cumpriu que o Vasco "no ia a bajar", quem assumiu o protagonismo em frente às câmeras neste ano foi Emiliano, que já apareceu cobrando arbitragem e fazendo campanha para a diretoria por reforços no elenco.
A presença de Emiliano nas coletivas do Vasco se dá por uma série de fatores. Em clubes anteriores, os dois já se revezavam para falar com a imprensa. O filho entende a língua portuguesa melhor que o pai, que por vezes recorre a um tradutor nas entrevistas.
A decisão de quem vai para as coletivas, no entanto, não é planejada ou agendada. Os dois batem uma bola rápida após o fim da partida e decidem quem irá dar a coletiva de imprensa. No entanto, há um componente em especial em 2024: uma superstição.
O Vasco só perdeu um jogo até agora em 2024 - para o Nova Iguaçu, quando atuou com um time reserva pelo Carioca em Uberlândia. Além de todos os fatores acima, Emiliano tem encarado as coletivas para "manter o que está dando certo". Tanto o pai, quanto o filho, são muito supersticiosos.
O já consagrado Ramón Díaz tem uma veia forte na parte tática, é claro, mas também na motivacional. O ge já ouviu de todas as áreas do clube que a atual comissão técnica mudou o ambiente e a mentalidade de dentro do Vasco. Emiliano também faz parte disso.
Estudioso, Emiliano sonha em se tornar técnico e tem como maior inspiração Ramón Díaz. Com 41 anos, o auxiliar parece ser a versão mais jovem do pai. Até por isso, acontecem "umas brigas" de vez em quando. Graças a toda essa gana que foi passada de pai para filho, a motivação dos dois só cresce em retomar os anos de títulos do Vasco e em escrever o nome da dupla na história do clube, com o qual já se identificam tanto.
- Então, chegamos à conclusão que queremos ganhar e seguir conquistando títulos. A mentalidade é ir até o final. Ele me ensinou isso desde criança. Agora, isso não favorece ele, porque brigamos muito. Porque eu quero ganhar. Sou muito feliz de trabalhar com um dos melhores treinadores da América do Sul. Sou muito feliz de trabalhar com o número 1 - disse Emiliano, em relato emocionado na última entrevista coletiva do Vasco.
Fonte: ge
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