Futebol

Allan será o camisa 14 da Seleção sub-20 no Mundial

A anfitriã Colômbia reforçada por James Rodríguez. A França, campeã europeia e com o trio Kakuta-Griezmann-Lacazette. O Uruguai de Luna e Cepellini, a Espanha de Canales e Oriol Romeu e enfim a Argentina de Iturbe e Lamela. Essas, e talvez mais alguma surpresa africana, estão entre as candidatas ao título do Mundial Sub-20, que se inicia nesta sexta-feira. Entretanto, provavelmente nenhuma chega tão forte quanto o Brasil.

Há elementos que justificam: a sequência do ótimo trabalho de Ney Franco em janeiro, a grande fase de vários titulares, a motivação que dá a atenção de Mano Menezes à seleção sub-20 e, por que não, o bom retrospecto recente do Brasil nesta competição. Campeão em 2003 e vice-campeão em 2009, a seleção nunca se preparou tão bem e teve à disposição tantos elementos como para a edição 2011.

É pena só que não tenha Neymar e Lucas, simplesmente autores de 13 dos 24 gols do Brasil, que foi campeão sul-americano sub-20 em janeiro com triunfo por 6 a 0 contra o fortíssimo (acredite!) Uruguai. Mas ainda há muita gente capaz de decidir: Mano, que já “promoveu” Lucas no início do ano, vai estar de olho em várias possíveis soluções a partir do selecionado júnior que vai à Colômbia.

Danilo, Alex Sandro, Casemiro, Oscar e Phillipe Coutinho, principalmente, têm pinta de que podem ir para Londres e, naturalmente, também para a Copa 2014. Essa história, que começou a ser escrita no Sul-Americano Sub-20 de janeiro, no Peru, tem seu segundo capítulo, agora em território colombiano.

Sete meses é o “longo prazo” do Brasil de Ney Franco

Por incrível que pareça, o trabalho que dá ao Brasil a sensação de continuidade para o Mundial, só teve sete meses de duração. Treinador com status quatro estrelas no futebol brasileiro, Ney Franco deixou o Coritiba no fim do ano passado para assumir, além da coordenação das seleções de base, o comando do time sub-20. De cara, já precisou de uma provação: jogar o Sul-Americano da categoria e terminar em primeiro ou segundo lugar para obter vaga nos Jogos Olímpicos de Londres.

Ney conseguiu atingir a meta em 100% de aproveitamento, já que obteve vaga no Mundial, na Olimpíada e ainda foi campeão. Seu trabalho, hesitante em alguns momentos da competição, pareceu ter decolado de vez quando o Brasil, na última partida do Sul-Americano, sapecou 6 a 0 em um Uruguai, vice-campeão, que se mostrara forte em todos os jogos do torneio. Mano reconheceu e, a partir disso, deu a Lucas sua primeira oportunidade com a seleção principal. Convocado para enfrentar a Alemanha em agosto, ele já foi chamado quatro vezes consecutivas.

Mesmo sem suas duas estrelas, o Brasil sub-20 tem sequência de trabalho. Do time base provável para a estreia contra o Egito no Mundial, é provável que estejam em campo os outros nove titulares que restaram do Sul-Americano. Assim, ao menos, deu a entender Ney Franco durante a longa estadia dos jogadores na Granja Comary. Nesse período de quase um mês, três jogos treino de pouca exigência foram realizados. Tupi de Juiz de Fora (vitória por 2 a 0), Manhuaçu (vitória por 11 a 0) e Fluminense (vitória por 2 a 0) foram os adversários de nível certamente inferior ao que a seleção encontrará na Colômbia.

Durante as semanas em que trabalhou com os jogadores, Ney Franco apenas precisou fazer concessões aos clubes que cederam atletas importantes em seu elenco para a seleção sub-20, o que certamente dificultou sua programação de treinamentos. Atletas de Santos, São Paulo, Flamengo, Internacional e Palmeiras precisaram ser liberados durante o mês de julho para participar de jogos do Campeonato Brasileiro, retornando à Granja já no dia seguinte.

O corte do flamenguista Diego Maurício também teve cheiro de acordo, já que o Fla havia cedido outros quatro nomes: Galhardo, César, Frauches e Negueba – os últimos três, campeões da Copa São Paulo. Apesar dos detalhes, Ney conseguiu tempo de treinamento, condições de trabalho e possibilidades de convocação que seus antecessores não tiveram. No Mundial 2009, Rogério Lourenço não convocou atletas do exterior.Neste ano, o Brasil terá Coutinho para comandar a equipe em campo.

Os novos candidatos a protagonistas

Embora aparentemente não haja uma ordem expressa, a tendência de todas as seleções brasileiras desde o sub-17 é pela adoção do sistema 4-2-3-1. Utilizado por Ney Franco no Sul-Americano, é também o esquema base a ser montado na Colômbia. A defesa segue exatamente igual, assim como a dupla de volantes: Gabriel no gol, Danilo e Alex Sandro (ambos vendidos ao Porto) na lateral e Bruno Uvini e Juan no miolo – há a grande possibilidade de Alex, por lesão, ser trocado por Gabriel Silva nos primeiros jogos. Casemiro e Fernando também permanecem.

As principais mudanças são na linha de armadores, que já não pode contar com Neymar e Lucas. A expectativa é que Oscar permaneça como o armador central e se sinta mais à vontade para jogar o ótimo futebol que tem jogado no Inter. Phillipe Coutinho, ausente do Sul-Americano por lesão, é a grande novidade. Alan Patrick, em vantagem, disputa com Dudu a terceira vaga do setor.

Willian José é o camisa 9 e tentará mais uma vez vencer as desconfianças em torno dele e do próprio ataque. Aparentemente, Mano não poderá extrair soluções para seus problemas a partir dessa equipe. A única alternativa para o posto de Willian, justamente, é seu companheiro de São Paulo, Henrique. A fase de ambos é ruim e pouco fizeram desde o Sul-Americano.

Independente da formação, o Brasil tentará seguir a sua ideia de que precisa ser protagonista dentro de todas as partidas. A maior posse de bola possível, marcação de todos os jogadores atrás da linha da bola e a facilidade em envolver os rivais no campo de ataque são os grandes desafios de Ney Franco, que precisará montar na Colômbia um conjunto muito mais forte do que no Sul-Americano. Nessa competição, ficou a ideia de que a seleção venceu mais no talento de Neymar e Lucas que no trabalho coletivo. Com sequência de trabalho, é algo natural e que dá aos brasileiros um certo favoritismo.

Curtas

Chuteira caliente

O comando do ataque é o grande calcanhar de Aquiles da seleção sub-20, que efetivamente só tem Willian José e Henrique como possibilidades para o 4-2-3-1. Sendo assim, Phillipe Coutinho é quem desponta como candidato a nome mais decisivo na frente. Campeão sul-americano sub-15 e sub-17, ele não jogou o continental sub-20 e chega para o Mundial atrás de recuperar o próprio prestígio, abalado nos últimos meses da temporada 2010-11.

Pelota Cuadrada

Titular absoluto de Ney Franco, Juan comprometeu justamente no principal momento do Sul-Americano, sendo expulso no início da partida contra a Argentina, que o Brasil perderia. Titular do Inter com Falcão, ele retorna para o Mundial disposto a reparar a impressão ruim.

El Libertador

Nos momentos mais complicados do Sul-Americano, ele apareceu para salvar o Brasil. Casemiro teve personalidade para chegar ao ataque, respaldado pela marcação feroz de Fernando, e ajudou a seleção em vários momentos. Com personalidade, é um dos que podem ficar mais perto do selecionado principal com uma grande participação na Colômbia.

ELENCO

Goleiros

1- Gabriel (Cruzeiro) – 27/09/1992
12 - César (Flamengo) – 27/02/1992
21 - Aleksander (Avaí) – 20/02/1991

Defensores

2 - Danilo (Santos) – 15/07/1991
17 - Galhardo (Flamengo) - 30/10/1991
3 – Bruno Uvini (São Paulo) – 03/06/1991
4 – Juan (Internacional) – 10/06/1991
13 – Frauches (Flamengo) – 28/09/1992
15 – Romário (Internacional) – 28/06/1992
6 – Alex Sandro (Santos) – 26/01/1991
16 – Gabriel Silva (Palmeiras) – 13/05/1991

Meio-campistas

5 – Fernando (Grêmio) – 03/03/1992
8 – Casemiro (São Paulo) – 15/03/1992
10 – Coutinho (Internazionale) – 12/06/1992
11 - Oscar (Internacional) – 09/09/1991
18 – Alan Patrick (Shakhtar Donetsk) 13/05/1991
14 – Allan (Vasco)- 08/01/1992
7 – Dudu (Cruzeiro) – 07/01/1992

\"Allan


Atacantes

9 - Willian José (São Paulo) – 23/11/1991
19 – Henrique (São Paulo) – 27/05/1991
20 – Negueba (Flamengo) - 07/03/1992

Fonte: Olheiros.net