Alfredo Sampaio estaria incomodado com mais uma Lei da Mordaça
De todas as novidades com as quais passou a conviver em sua primeira experiência como técnico de um clube grande, o silêncio forçado ao qual tem sido submetido em São Januário após a derrota para o Flamengo talvez seja a única que surpreendeu negativamente o comunicativo Alfredo Sampaio. A medida, porém, foi a forma encontrada internamente para evitar que, pelo desprendimento com o qual costuma conversar com a imprensa, o técnico, não familiarizado com certos hábitos do Vasco, toque em assuntos indesejáveis pela diretoria.
Como trabalhar no Vasco é reconhecidamente uma excelente projeção para Alfredo, ex-técnico de equipes modestas do estado e presidente licenciado do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio (Saferj), ele tem convivido naturalmente com a censura. Mas ontem engoliu a seco a proibição de falar, que, segundo pessoas próximas, teria o incomodado.
Isto porque, no dia seguinte ao pedido de demissão do preparador físico Luiz Flávio, que deixou o Vasco acusando Alfredo Sampaio de interferir indevidamente em seu trabalho e precipitar lesões de alguns jogadores, como Leandro Bomfim e Alan Kardec, o técnico não pôde se defender.
Oficialmente, não se sabe até quando Alfredo Sampaio ficará sob a “lei da mordaça”.
Nem ele, nem Edmundo e Morais, que não gostou de ler em um site que, após a derrota de domingo, entrou no vestiário chutando tudo que via pela frente, inconformado com mais um insucesso diante do rival. Livre da censura até segunda ordem, o goleiro Thiago lembrou que, até o dia da partida de volta contra o Itabaiana, pela Copa do Brasil, o ambiente estará mais calmo.
— Todo mundo está chateado com o que aconteceu, mas aos poucos passa. Agora, temos que ver no que erramos e corrigir — disse.