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Ainda sem a 777 assumir, Vasco pode sofrer com falta de fluxo de caixa

O Vasco começou a semana à espera da proposta de compra da SAF pela 777 Partners. A conclusão do negócio é a principal esperança do clube para seguir em dia com obrigações financeiras, como o pagamento de salários de funcionários, prestações do Regime Centralizado de Execuções e outros passivos pendentes.

Os R$ 70 milhões que o clube antecipou do grupo americano, na forma de empréstimo, já foram gastos, informação dada inicialmente pelo Ge, e atualmente não há outras fontes substanciais de receita a curto prazo que não seja a criação e venda da SAF, e a posterior transferência da responsabilidade da maior parte desses pagamentos para a nova empresa.

A venda de jogadores seria outra alternativa - o Vasco tem o ativo de Andrey Santos valorizado no mercado europeu -, mas a orientação da 777 Partners ao clube foi que não negociasse nenhum jogador antes de o grupo assumir a SAF.

Vasco e 777 Partners negociam 70% dos ativos da SAF por R$ 700 milhões (R$ 70 milhões já gastos) e mais o comprometimento, por parte da empresa, de quitar as parcelas do RCE, que centralizam dívidas trabalhistas e cíveis do cruz-maltino. De setembro do ano passado até abril, o clube quitou oito parcelas referentes às dívidas na Justiça do Trabalho e sete alocadas no Tribunal de Justiça. No total, o Vasco quitou R$ 10,5 milhões.

O clube não pode ficar inadimplente no pagamento do RCE sob risco de perder o direito ao regime e ser alvo de penhoras. Ainda que receba a proposta de compra da SAF nessa semana, o Vasco ainda levará cerca de um mês para conseguir colocar o negócio para votação dos sócios em Assembleia Geral Extraordinária. Somente depois de o negócio sacramentado que a SAF, com o dinheiro da 777, deverá assumir esses compromissos inicialmente do clube associativo.

Com a confirmação da proposta, os sócios do Vasco deverão ter acesso às condições discutidas entre as partes. A tendência é que fique acertado um aporte inicial na empresa tão logo ela seja criada e vendida. Esse valor deve ser usado justamente para quitar essas despesas de curto prazo.

O Vasco já teve sinalizações por parte da 777 que não terá nenhum adiantamento além dos R$ 70 milhões obtidos no começo do ano. Isso inclusive afetou a procura por reforços para a disputa da Série B e a contratação de um técnico para substituir Zé Ricardo.

Antes mesmo da possibilidade de criar e vender a SAF, o Vasco já sinalizava a necessidade de obter empréstimo durante 2022 para conseguir fechar o fluxo de caixa. Especialmente, depois de o time não conseguir retornar à primeira divisão em 2021. Entretanto, mesmo os R$ 70 milhões da 777 Partners não foram suficientes.

Fonte: O Globo