Futebol

Ainda se recuperando, Morais aposta na personalidade para recuperar espaço

Maior revelação do Vasco nos últimos anos, o meia Morais não vive um bom momento. Afastado dos gramados desde o dia 3 de junho, quando sofreu uma violenta entrada do zagueiro Anderson, do Fluminense, ele agora se recupera de uma inflamação no púbis, problema que o persegue desde o início da temporada.

PERFIL DE MORAIS

Para completar, o argentino Dario Conca, substituto de Morais, está em ascensão. No último sábado, o meia foi um dos destaques do Vasco na goleada por 4 a 0 sobre o Atlético-MG, válida pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro.

O panorama parece complicado, mas Morais mostra tranqüilidade e confiança. Para isso, o meia aposta principalmente em seu comportamento. \"O que mais me ajudou e ajuda a passar pelos momentos mais complicados é a minha personalidade. Quando o jogador sai de casa muito cedo para correr atrás das suas conquistas pessoais, ele amadurece mais rápido\", ponderou o jogador em entrevista exclusiva ao Pelé.Net.

A própria trajetória de Morais no Vasco demonstra traços dessa personalidade forte. Em 2004, o meia não se entendeu com a diretoria na hora de renovar seu contrato e acabou emprestado ao Atlético-PR. Passou uma temporada na equipe rubro-negra, teve poucas chances e retornou a São Januário.

Quando voltou, Morais precisou reconquistar a diretoria e a torcida do Vasco. \"O torcedor é apaixonado pelo clube e não pelos jogadores. Não tenho absolutamente nada a reclamar dos vascaínos, pois eles sempre estiveram ao meu lado nos melhores momentos da minha carreira\", reconheceu o meia.

A mesma postura adotada naquela época é seguida por Morais até hoje. Tanto que, ao contrário da maioria dos outros jogadores do país, o meia coloca a seleção brasileira acima do sonho de se transferir para uma equipe do exterior. Também diz que, apesar de gostar do Rio de Janeiro, preferia morar em Maceió, sua cidade natal. Assim, com personalidade, o camisa 10 fala sobre a responsabilidade de ser um dos atletas mais cobrados do atual elenco do Vasco.

Pelé.Net - Nos últimos anos você vem sendo o principal jogador do Vasco, tendo sido eleito um dos melhores meio-campistas do Brasileiro de 2006. Com o constante assédio de clubes europeus, atuar fora do Brasil é uma das suas principais metas?

Morais - Não tenho como principal objetivo deixar o país nesse momento. Minha principal meta é continuar feliz e jogando futebol, seja no Brasil ou no exterior, pois é isso que eu sei fazer melhor. Estou satisfeito no Vasco, mas se aparecerem propostas é claro que elas precisam ser estudadas com cuidado.

Pelé.Net - Você foi convocado pela primeira vez para a seleção brasileira no ano passado pelo técnico Dunga e chegou a ser pré-convocado para a Copa América deste ano. Com esse desejo de permanecer no país, acredita que voltar para a seleção é mais fácil?

Morais - Esse é o meu principal objetivo. Sempre vou querer alcançar a seleção brasileira, seja em Copa do Mundo, Copa América ou amistosos. O processo de renovação está sendo muito bem trabalhado pelo Dunga e a briga por uma vaga está cada dia mais acirrada.

Pelé.Net - E quem você aponta como seus maiores adversários?

Morais - Acredito que os meus principais concorrentes sejam o Diego, o Julio Baptista, o Elano e o Anderson. Mas vou sempre continuar batalhando por uma chance na seleção.

Pelé.Net - Com a saída de alguns jogadores de meio-campo do Vasco nas últimas semanas, casos do Abedi e do Renato, você acredita que a sua responsabilidade quando retornar ao time será maior?

Morais - Não é de hoje que isso acontece no futebol brasileiro. Já atravessei diversos momentos no Vasco em que muitos jogadores estavam deixando o clube. Acredito que a responsabilidade possa aumentar, mas novos jogadores também estão chegando e sem dúvida vão nos ajudar muito neste Campeonato Brasileiro ainda.

Pelé.Net - Mas você é sempre um dos mais cobrados, principalmente por vestir a camisa 10 do Vasco. Como é para um jogador jovem suportar toda essa pressão e cobrança ?

Morais - O que mais me ajudou e ajuda a passar pelos momentos mais complicados é a minha personalidade. Quando o jogador sai de casa muito cedo para correr atrás das suas conquistas pessoais, ele amadurece mais rápido e acaba não tendo medo de encarar diversos tipos de situação. Não tenho medo de chamar a responsabilidade, pois confio no meu potencial.

Pelé.Net - Você é um jogador identificado com o Vasco. No futebol atual, isso não tem acontecido com muita freqüência. Como você analisa esse relacionamento com o clube cruzmaltino?

Morais - Existe uma identificação muito forte, sim. Eu me sinto muito bem por ter sido criado no Vasco e ter uma história dentro do clube. Tenho certeza que se algum dia eu deixar São Januário, vou continuar torcendo como eu fazia quando era criança em Maceió.

Pelé.Net- Mas no início de sua carreira você teve um problema com os mesmos dirigentes que administram o clube atualmente e acabou passando um período no Atlético-PR. De que maneira você superou esse desentendimento com a diretoria e a desconfiança da torcida, que o perseguiu em seu retorno?

Morais - Jogando um bom futebol e mostrando para eles [dirigentes] que, naquele momento, eu já poderia ser valorizado como sou hoje.

Pelé.Net - Natural de Maceió, você conseguiu conquistar seu espaço no Rio de Janeiro. A adaptação foi difícil? Como foi encontrar um lugar novo e diferente da sua realidade quando criança?

Morais - Vim para o Rio por causa do futebol e pelo Vasco, que passou a ser a minha segunda casa. Vivi 13 anos em Maceió e deixei muitas coisas boas por lá. Mas já estou há dez anos aqui e estou perfeitamente adaptado. No entanto, se eu pudesse escolher uma das duas cidades, ficaria com Maceió.

Nome: Manoel Morais Amorim
Posição: Meia
Nascimento: 17/07/1984
Local: Maceió-AL
Altura: 1,70m
Peso: 64kg
Clubes:
1997 - CRB (base)
1997 a 2002 - Vasco (base)
2002 a 2004 - Vasco
2004 a 2005 - Atlético-PR
2005 a 2007 - Atlético-PR
Títulos:
2003 - Estadual do Rio de Janeiro
2005 - Campeonato Paranaense

Fonte: Pelé.Net