A maré está negra em São Januário
A carruagem, definitivamente, virou abóbora. E se a luz vermelha ainda não havia sido acesa em São Januário, ela deve tomar a proporção de holofote após a derrota para de 1 a 0 para o Juventude, penúltimo colocado do Brasileiro. Pior para o vascaíno é constatar que o calvário já vem de longa data. Agora, são sete rodadas sem saber o que é vencer.
Desfalcado de Leandro Amaral, suspenso, o Vasco procurou pressionar o Juventude com a possante dupla formada por Enilton e Abuda.
Atabalhoados, os atacantes mais se enrolavam com a bola e irritavam a torcida na arquibancada do que davam qualquer tipo de esperança.
E se na frente já estava complicado, atrás a estratégia de fazer de Amaral um terceiro zagueiro ao lado de Júlio Santos e Jorge Luiz também ia por água abaixo.
Aproveitando-se do espaço deixado à direita da zaga vascaína, o Juventude avançava pela direita com o impetuoso Alex Cazumba e ameaçava.
Numa das investidas, Perdigão derrubou o próprio Cazumba dentro da área, mas Sálvio Spínola ignorou o pênalti e marcou infração fora da área. Minutos depois, o árbitro voltou a demonstrar miopia ao considerar novamente fora da área uma infração de Wagner Diniz, novamente em cima de Cazumba.
Com o time perdido e acuado em casa, a torcida vascaína apenas rezava pelo fim da primeira etapa. E ele veio, não sem antes o bom goleiro Michel Alves salvar duas boas chances vascaínas, em cabeçadas de Abuda e Enilton. Veio a segunda etapa, mas pouco mudou. Ainda retraído e com Conca tímido, o Vasco aceitou as investidas do Juventude.
Irritada, a torcida vascaína indicava a saída de Enilton ou Abuda como a maneira de pôr fim ao jejum de vitórias. O segundo até saiu, mas seu substituto, Alan Kardec, perdeu um gol inacreditável e aumentou a ira. E quando a fase é ruim, tudo dá errado. Ironicamente, o exflamenguista Fábio Baiano puxou contra-ataque pela direita, entrou na área e fuzilou Silvio Luiz. Juventude 1 a 0. E o outrora caldeirão, agora tão vazio, fervilhou em críticas ao time já tão distante do sonho chamado Libertadores.
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