A análise da derrota vascaína no clássico
Abel Braga segue balançando no cargo de treinador do Vasco. Depois de decidir deixar o clube e ser convencido a ficar, o treinador amargou mais uma derrota, desta vez para o Fluminense, em clássico no qual mudou a atitude do Cruzmaltino com jovens da base, mas não o suficiente para conseguir organizar o time em campo.
Sem referências técnicas da equipe como Castan, Guarín e Cano, Abel priorizou a base e escalou time misto para enfrentar um rival que o Vasco está mais do que acostumado a bater nos últimos tempos. O meio de campo teve Andrey, Raul e Juninho, o mesmo do segundo tempo da derrota para o Goiás - o treinador defendeu que a equipe foi menos apática com aquela formação.
"Você não vai na qualidade, mas tem que ir no esforço. Foi só isso que tivemos no segundo tempo. Tínhamos que melhorar bastante. Se tiver que mudar quatro ou cinco, eu não me importo. O Vasco tem que dar a resposta", disparou Abel, após a derrota para os goianos pela Copa do Brasil.
De fato, os cruzmaltinos não podem se queixar da falta de vontade dos meninos, que tiveram muito mais apetite para vencer o jogo do que o Fluminense. O Vasco começou melhor o jogo e incomodava bem mais que a equipe titular do Tricolor, que somou 15 pontos a mais no Campeonato Carioca até aqui. Quando era superior, entretanto, o Gigante da Colina sofreu um gol inesperado, justamente o que costuma decidir o clássico a seu favor.
Depois que Evanílson encobriu Fernando Miguel e abriu o placar, os meninos do Vasco sentiram a desvantagem. Atrás no marcador, os jovens pagaram o preço pela inexperiência e má fase da equipe: o que já estava longe do ideal passou a ser uma total desorganização tática, e a bola cismava em não entrar apesar do esforço. Acima de tudo, faltou qualidade.
Apesar da folha salarial não tão baixa, o Cruzmaltino teve também mais uma lição a tirar da derrota: o elenco precisa de mais peças, pois só os jovens não são suficientes para substituir as referências da equipe. Tanto que os melhores do time em campo, para além dos titulares, foram Ricardo Graça e Alexandre, que merecem no mínimo mais oportunidades nas vagas de Werley e Henrique, ambos longe de agradar ao torcedor.
Caso fique no Vasco, Abel Braga terá tempo para encontrar soluções e buscar mais organização, já que o Carioca tende a ser paralisado no mínimo até o dia 26 em função do coronavírus. A pandemia já fez a Conmebol e a CBF suspenderem partidas, e a Federação de Futebol do Rio de Janeiro deve ir pelo mesmo caminho. Uma reunião hoje (16), às 9h30, na sede da entidade, deve decretar uma pausa no Estadual.
Fonte: UOL Esporte