Yan comenta sobre sua volta ao Vasco

Auxiliar de Fernando Diniz volta no tempo e lembra de quando morou em São Januário. Confiante na sequência da temporada, ele já viu mudança de postura contra o CRB.

"O Vasco faz parte da minha vida". A frase resume muito bem a relação de Yan com o clube que o revelou para o futebol no início da década de 1990. Um dos grandes nomes no tricampeonato estadual conquistado em 1994, ele volta a São Januário para ser auxiliar de Fernando Diniz na dura (mas confiante luta) para recolocar o time na Primeira Divisão mais uma vez.

- Vasco é o time da virada, Vasco é o time do amor. O vascaíno mesmo sofrido... A gente sabe que os últimos anos não têm sido muito bons. É uma torcida muito fiel, que acredita. Mesmo nos momentos de "vou largar", a gente sabe que não é verdade. Essa talvez seja a mais emblemática. Vasco é o time da virada, Vasco é o time do amor. Nada melhor que esse canto neste momento - afirmou o auxiliar.

Além do Vasco, Yan também falou da vida pessoal e do susto ao descobrir em março do ano passado um câncer no testículo, que havia criado metástase no abdômen e no mediastino. Precisou passar por uma cirurgia e depois fazer sessões de quimioterapia. Hoje, já se diz recuperado do tratamento e pronto para seguir fazendo o que mais gosta que é estar no meio do futebol.

Confira os tópicos da entrevista

Volta ao Vasco depois de muito tempo

- O Vasco faz parte da minha vida e da minha educação, minha criação como pessoa, sem dúvida. Imagina, cheguei com 13 anos aqui e sai com 22. Então com certeza faz parte da minha casa e da minha vida.

Quatro anos morando em São Januário...

- Aqui dentro de São Januário, a gente praticamente se criou... A gente vivia nossa vida aqui praticamente. Estudava fora, mas, durante a semana e o fim de semana, era aqui que a gente se divertia, jogava bola... Na época tinham vários jogos à noite e estava lotado... Embaixo da arquibancada tinha uma portinha que eu ficava para ver os jogos.

Tricampeonato Carioca

- Me orgulho porque se trata do tri carioca. Campeonato que hoje talvez as pessoas não dão tanta importância aos estaduais como na época. Hoje talvez eu veja o tamanho do que foi. Foi o único tricampeonato do Vasco na história... a festa dos clubes com os títulos conquistados nos estaduais era bem diferente de hoje em dia. Então ficou na memória, ficou guardado no meu coração.

Susto com a descoberta de um câncer em 2020

- Ano passado, um pouquinho antes da pandemia, eu descobri um câncer. É um nome muito pesado, quando ouve falar e se assusta. Enfrentei com ajuda da família, os médicos acertando o tratamento e hoje estou em remissão. Passei por ela resignado, aceitando o que tinha que ser feito. É uma parte que passou, tem que ficar acompanhando, mas vida que segue. Agora a saúde tá 10.

Confiança na reação do time na Série B

O Vasco é o time da virada, a gente tem que acreditar nisso. O resultado (empate em 1 a 1 contra o CRB) não foi o ideal, mas em termos de desempenho a equipe já deu uma boa resposta. Os atletas, talvez por insegurança no momento, apreensão, pelo tamanho do Vasco... Mas os atletas vão fazer o possível junto com a comissão. E a gente acredita muito neles. Temos um grupo qualificado. Tem que dar a resposta em campo, tem que vencer os jogos e é o que vai fazer chegar ao objetivo no fim do ano, que é ter o Vasco na primeira divisão, o lugar dele.

Na décima posição com 33 pontos, o Vasco recebe o Cruzeiro (30) às 16h, deste domingo, em São Januário. Mais um importante jogo para que o time permaneça na briga pelo retorno para a Série A.

Após ter autorizada a volta de público pela prefeitura do Rio e pela CBF, o Vasco anunciou na última sexta-feira as regras para a torcida ir ao jogo. A derrota por 1 a 0 para o Goiás, em 12 de março de 2020, foi a última vez que o estádio recebeu os vascaínos. Era ainda o começo da pandemia.