Werley não é mais jogador do Vasco
Werley não é mais jogador do Vasco. No início da noite desta quinta-feira, a juíza Claudia de Abreu Lima Pisco, da 45ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro do Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região (TRT-1), aceitou pedido do jogador e concedeu a liminar da rescisão indireta com o clube. O Esporte News Mundo teve acesso a detalhes do caso, que cabe recurso.
“Em sua manifestação, a reclamada não nega o atraso dos salários e a falta de depósitos de FGTS, sustentando apenas que vem passando por gravíssima crise financeira. Verifico que o extrato comprova a ausência de recolhimento do FGTS na grande maioria dos meses laborados pelo autor, sendo certo que desde fevereiro de 2018 só houve três meses de depósito”, argumentou a magistrada na decisão.
Esta é a segunda rescisão indireta de contrato de jogador profissional com o Vasco na Justiça, confirmada nesta semana. Antes de Werley, Neto Borges, conforme o ENM antecipou, também já tinha conseguido uma decisão neste sentido em um outro processo trabalhista.
Werley argumentou, nos autos, como justificativa para que o juízo aceite a rescisão indireta, o fato de estar atualmente com cinco meses de salários não pagos, cinco meses de direito de imagem não pagos – ambos desde dezembro de 2020 -, e sem recolhimento do Fundo Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) há 37 meses. Três meses de atraso, pela legislação vigente, já configura possibilidade de rescisão indireta judicialmente.
“Para piorar ouviu do clube que não tem mais interesse no seu trabalho e colocou ele a treinar em separado, SEM BOLA, FAZENDO-OS APENAS CORRER POR UMA HORA TODOS OS DIAS E QUANTO MUITO, ACADEMIA, o que por certo está causando enorme prejuízo ao atleta que, por certo, necessita treinar com bola para manter-se em condições do exercício pleno da profissão”, pontuou a defesa de Werley em juízo.
Agora, após a rescisão confirmada, a ação na Justiça prosseguirá no mérito, incluindo a cobrança milionária de Werley contra o Vasco de uma dívida no valor de R$ 8.756.696,06. Além dos salários atrasados, Werley cobra o FGTS, dano moral, décimo terceiro, cláusula compensatória, multas, entre outros pontos.
Contratado em 25 de janeiro de 2018, inicialmente até 31 de dezembro de 2019, Werley teve seu contrato renovado até 31 de dezembro de 2022. O Vasco chegou a oferecer uma rescisão amigável ao jogador, desde que abrisse “mão de todos os valores” que tem direito. Werley rejeitou por ser arrimo de família, e, segundo a sua defesa, o clube passou a “humilhar tanto a ponto de ele não aguentar”.
Provas foram juntadas pela defesa de Werley nos autos, como inclusive um áudio enviado por WhatsApp diretamente a ele para a comunicação do treino em separado ao lado de outros quatro jogadores por escolha técnica e salário considerado caro, na oportunidade.
Fonte: Esporte News Mundo