Futebol

Vivendo drama familiar, Abedi não se deixa abater

O apoiador Abedi poderia perfeitamente ser elogiado pelo bom futebol; por salvar o Vasco em momentos difíceis; por ter sido vice-artilheiro do time, em 2005, mesmo sendo reserva; e pelos dois gols que fez nesse Carioca-2007 — hoje, ele é um dos artilheiros do clube e do torneio. Mas, o que mais impressiona é sua capacidade de superação.

Desde que chegou ao Vasco, Abedi participou de 102 jogos oficiais (41 vitórias, 32 empates e 27 derrotas), marcando 18 gols. Durante esse período, recebeu 17 cartões amarelos sem jamais ter sido expulso. Desse total de partidas, 52 vezes começou como titular. Mesmo com esses números impressionantes, nunca conseguiu se firmar na equipe titular.

“Sou um trabalhador e continuo buscando o meu espaço no Vasco. Todo jogador gosta de jogar e eu não sou diferente”, disse Abedi.
Carismático, Robson Vicente Gonçalves, ou simplesmente Abedi, também tem o apoio e o carinho que vem das arquibancadas. É um dos xodós da torcida vascaína.

“É importante que o jogador receba o carinho da torcida. Desde que cheguei, os torcedores vascaínos sempre me apoiaram e isso acaba me dando uma alegria a mais”, revelou.

Se dentro das quatro linhas, Abedi sorri, fora dele, vive um drama há dois anos, que parece não ter fim. O filho Robson, que no próximo dia 6 de março, completará 6 anos, deixou subitamente de andar. Recentemente, foi constatado que o menino tem câncer na medula, sendo uma seqüela irreversível.

“Agora tenho que ter mais força, pois quando os médicos disseram que era irreversível, foi um baque. Mas quem confia no Senhor Jesus, jamais desanimará. A ciência está em evolução e para Deus, nada é impossível. Por isso, tenho muita fé que essa história ainda terá um final feliz”, disse emocionado.

A felicidade em poder estar junto com o filho e a esposa Rose é o que dá motivação para o guerreiro lutar.

“É uma alegria poder chegar em casa é vê-lo brincando, mostrando que a situação não o abalou. Eu procuro ficar mais disposto, pois ele depende de mim. Afinal, se eu jogar mal, duas pessoas entenderão, mas 200 não\", concluiu.

Fonte: Jornal dos Sports