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Vitória vascaína sobre o Criciúma encaminha volta à elite

Não foi uma boa atuação, a vitória talvez tenha sido injusta, mas o Vasco está com um pé e meio na Série A. Em um jogo que faltou inspiração, sobraram transpiração, coragem e algumas pitadas de sorte. Com ajuda dos jogadores reservas e a força da torcida, o time venceu o Criciúma por 2 a 1 de virada e encaminhou a volta à elite após duas temporadas na Segunda Divisão.

O misto de alívio e euforia das arquibancadas após a partida contagiou jogadores, comissão técnica e diretoria. Todos no clube sabem que o acesso ainda não está garantido matematicamente, mas “falta bem pouquinho", como disse Jorginho na entrevista após o jogo.

Um ponto na quinta-feira, em casa, contra o Sampaio Corrêa deve bastar para colocar o Vasco de volta à Série A. O time dorme na 2ª colocação – pode ser ultrapassado pelo Grêmio neste domingo – e tem 98% de chances de acesso, de acordo com o site “Info Bola”, do matemático Tristão Garcia. Nunca o fim do pesadelo da Série B esteve tão próximo.

Mas foi sofrido...

Faltou muita coisa ao Vasco no primeiro tempo. Contra um adversário bem postado, a equipe não encontrou espaços nem soluções. Em uma partida equilibrada, truncada e picotada - também por influência da arbitragem -, o clube carioca teve apenas uma chance real em cabeçada de Eguinaldo.

Em busca de mais intensidade, Jorginho iniciou com Alex Teixeira no lugar de Nenê. O time de fato se movimentou bastante. Inflamado pelo apoio da torcida, tentou partir para cima, inverteu constantemente posições no ataque, mas não conseguiu levar perigo. Andrey, sempre participativo, dessa vez pouco apareceu nas ações ofensivas.

O Criciúma também não criou muito, mas explorava com eficiências os lados do campo, conseguia colocar velocidade nas transições ofensivas e incomodava, especialmente com Hygor e Lohan. E foi em uma boa troca de passes próxima à área, que Hélder encontrou Fellipe nas costas de Yuri. Ele chutou cruzado, e Yuri apareceu livre para marcar.

O Vasco sentiu o gol, a torcida esfriou, e o fim do primeiro tempo foi melancólico. Para piorar o cenário, os concorrentes pelo acesso conseguiam bons resultados àquela altura. Jorginho ficou bastante incomodado, cobrou velocidade e uma maior pressão na saída de bola do adversário. A equipe começou a errar passes fáceis e ouviu as primeiras vaiais na saída para o intervalo.

Com coragem, tudo ou nada

A insatisfação de Jorginho ficou clara nas mudanças. Palacios e Bruno Tubarão entraram nas vagas de Léo Matos e Yuri na volta do intervalo. Figueiredo foi deslocado para lateral. Palacios entrou um pouco mais recuado para qualificar, ao lado de Andrey, a saída de bola.

O resultado esperado não foi imediato. O Vasco voltou do intervalo com mais ímpeto ofensivo, mas com a mesma dificuldade em penetrar na defesa do Criciúma. Aos 13, Jorginho ousou ainda mais e colocou Nenê e Fábio Gomes. No papel, uma escalação extremamente ofensiva. O que teve seu preço.

O Vasco melhorou ofensivamente, mas ficou exposto. Hygor teve duas chances claras para ampliar. Thiago salvou a primeira, e a segundo passou rente à trave. Foi aí que Jorginho trocou Eguinaldo por Gabriel Pec, e as coisas encaixaram e aconteceram. O time empatou aos 28 em cabeçada de Nenê.

São Januário inflamou, e o Vasco buscou a virada com Fábio Gomes, de cabeça, após belo cruzamento de Pec. O sufoco, no entanto, foi até o fim, com Thiago Rodrigues, inclusive, salvando o Vasco do empate no último lance da partida, já nos acréscimos.

A vitória na raça aliada às derrotas de Sport, Sampaio Corrêa e ao empate do Bahia colocaram o Vasco a um passo da Série A. Precisava maltratar tanto o coração do torcedor? Talvez não. Mas como se comentava em São Januário após o jogo, com o Vasco tudo sempre é sofrido. E o sofrimento após dois anos de Série B parece, enfim, estar chegando ao fim.

Fonte: Globo Esporte