Vergonha: Funcionários do Vasco temem demissão se abrirem a boca
Tá ruim! O desabafo curto e grosso do técnico Celso Roth no fim do treino, enquanto caminhava, cabisbaixo, em direção ao vestiário, foi a resposta para alguém na arquibancada. Porque, a exemplo dos jogadores (há dias proibidos de dar entrevistas pela direção do Vasco), ontem Roth também foi amordaçado na Colina.
Mas falar o quê depois do papelão do time na inexplicável derrota de 1 a 0 para o Juventude, vice-lanterna do Brasileirão, na véspera, com direito a uma chinelada do veterano Fábio Baiano?
O gol do eterno chinelinho praticamente jogou uma pá de cal no sonho da vaga para a Copa Libertadores em 2008. Nos dez jogos restantes, o Vasco, que não vence há sete partidas, terá de ganhar oito para chegar aos 64 pontos que lhe garantiriam uma das vagas. Ou seja, só com um grande milagre, a começar pelo jogo de domingo, contra o Atlético-PR, na Arena da Baixada.
O clima era de velório, ontem, no ex-caldeirão de São Januário, onde o Vasco perdeu os três últimos jogos em que lá atuou. Os mudinhos do micaço da véspera foram poupados. Sequer entraram em campo. Durante o breve treino para Romário, Leandro Amaral e sete reservas, silêncio total. Barulho, só o de três tiros vindos do morro próximo.
Os jogadores tentavam aprimorar a pontaria. Mas, à exceção do Baixinho e de Leandro, o aproveitamento dos outros foi uma lástima. Fora do campo, os funcionários não se atreviam a comentar a derrocada do time, ex-líder do Brasileiro, hoje a seis pontos do buraco negro.
Não posso falar nada sobre isso, disse um deles, temendo ser demitido.
Num dos bares do clube, um comentário inusitado. Aqui, até a coxinha (salgadinho) está amordaçada.
Perguntado se não daria entrevista, o goleiro Sílvio Luiz escapuliu. Não, senão os caras (dirigentes) me mandam embora, disse, correndo, ao sair do vestiário.
- SuperVasco