Futebol

Velório de Zagallo acontece na sede da CBF

O corpo de Mário Jorge Lobo Zagallo está sendo velado neste domingo (7), na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O velório teve início às 9h30, é aberto ao público e vai até as 14h.

O corpo do Velho Lobo está sendo velado ao lado das quatro Copas do Mundo ganhas pela seleção brasileira: das Copas de 1958 e 1962, vencidas como jogador, da Copa de 1970, como técnico, e da Copa de 1994, como coordenador técnico.

A CBF também colocou uma estátua de cera que o museu da entidade fez em sua homenagem em 2022. Esta é a primeira vez que a estátua de Zagallo está exposta ao público (veja na foto acima)

O ex-treinador da seleção brasileira e atual técnico do Flamengo Tite e o ex-jogador Zinho já estão no local para prestar suas homenagens.

Às 14h, será realizada uma cerimônia religiosa reservada à família e amigos. A partir das 15h, o corpo de Zagallo será levado em um carro dos bombeiros da sede da CBF, na Zona Oeste do Rio, até o Cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul, onde será sepultamento às 16h.

Zagallo foi o único tetracampeão mundial de futebol e morreu na noite desta sexta-feira (5), aos 92 anos, em um hospital do Rio onde estava internado desde o fim de dezembro. A causa da morte foi a falência múltipla dos órgãos.

Em agosto de 2023, Zagallo ficou 22 dias internado para tratar uma infecção urinária. Já em 2022, ele foi hospitalizado com um quadro de infecção respiratória.

Carreira

Zagallo nasceu no Estado de Alagoas e foi para o Rio de Janeiro logo aos 8 meses de vida. Foi morar na Tijuca, bairro da Zona Norte com o qual desenvolveu uma relação próxima durante toda a vida.

Das peladas no Maracanã – antes mesmo da inauguração do estádio –, Zagallo passou pelas categorias de base do América, que tinha sede na Tijuca, antes de ir para o Flamengo.

Aos 18 anos, foi convocado para servir o Exército e deu início à sua relação com copas do mundo. Começou com um revés. Fez a segurança das arquibancadas do Maracanã na derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa de 1950. Foi testemunha, portanto, do fatídico Maracanazzo.

Tornou-se jogador profissional como ponta-esquerda e foi tricampeão carioca pelo Flamengo, de 1953 a 1955.

Em 1958, conquistou junto com a seleção brasileira a primeira Copa do Mundo da história do país, com direito a gol na final contra a Suécia (5 a 2). Era apelidado de Formiguinha, por correr muito e ajudar na marcação do meio-campo – algo raro para atacantes à época.

Quatro anos depois, já como atleta campeão pelo Botafogo, foi bicampeão mundial com a seleção como jogador na Copa da 62.

Em 1964, se aposenta como jogador e começa a carreira de treinador, começando pelo Botafogo.

Meses antes da Copa de 70, assume a seleção no lugar de João Saldanha. Acabou comandando Pelé e companhia para o tricampeonato mundial. Para muitos, foi a melhor seleção de todos os tempos.

O tetra veio em 1994. Como coordenador técnico de Carlos Alberto Parreira, Zagallo participou da campanha na Copa dos Estados Unidos.

Por pouco, não foi penta: como técnico da seleção, chegou à final da Copa de 1998, mas a equipe foi derrotada pela França de Zidane.

O visual do Zagallo treinador de 1998, aliás, foi o escolhido para a homenagem no Museu da Seleção, na sede da CBF, no Rio. No ano passado, o Velho Lobo foi conferir – e aprovou – seu boneco de cera Veja no vídeo abaixo.

"Tá bom demais (...) Quer trocar comigo?", brincou. "Jamais pensei em poder bater um papo com o Zagallo."

Zagallo ainda foi treinador no Rio dos outros três times grandes (Flamengo, Vasco e Fluminense) e do Bangu, além das seleções de Kwait, Emirados Árabes e Arábia Saudita – onde também comandou o Al Hilal, o atual time de Neymar.

'Vão ter que me engolir!'

Em 1997, ao vencer a Copa América, Zagallo disparou uma de suas frases célebres, em ataque aos críticos da seleção: "Vocês vão ter que me engolir".

As brincadeiras com o número 13 eram rotineiras. Quando tinha a oportunidade de citar uma frase com 13 letras, não perdia a chance.

"Brasil campeão tem 13 letras, e Argentina vice também", bradou ao vencer nos pênaltis os rivais na final da Copa América de 2004.

Também usou a contagem para incentivar a população a tomar vacina contra a Covid em 2021: "Dose de reforço tem 13 letras".

"O 13 veio aliado à minha esposa, quer era devota de Santo Antônio [celebrado em 13 de junho], sinônimo de fé", dizia.

Treze também foi o dia em que se casou com a mulher, Alcina, que também fazia aniversário no dia 13. Também é "31" ao contrário – ano de nascimento de Zagallo.

Zagallo eterno tem 13 letras.

Fonte: G1