Futebol

Veja os novos protocolos do Brasileirão 2020

Assim como os estaduais, que retornaram após o afrouxamento da quarentena, o Brasileirão começa neste sábado com novos protocolos. O intuito é minimizar os risco de contágio e disseminação da Covid-19 entre jogadores e outros profissionais que aturão, e com a arbitragem não será diferente. A CBF enviou um documento aos árbitros indicando uma série de mudanças. Entre elas, o fim da execução do hino nacional, regras para as viagens até os estados onde ocorrerão as partidas e mudanças nas salas do VAR.

Uma mudança importante em relação aos estaduais é a necessidade de os árbitros viajarem. As séries A, B, C e D contam com cerca de 600 profissionais de arbitragem, a cada rodada aproximadamente 130 são escalados e têm de passar por testes.

- Está sendo uma dor de cabeça boa, um quebra-cabeça. Não é igual a um clube que você manda todo mundo junto de um lado pro outro. Tenho 600 árbitros espalhados pelo Brasil inteiro, você não tem noção do que é o esquema de testagem. A escala tem que ser feita no dia anterior para que o cara possa testar e se der positivo eu já posso trocar ele da viagem por um outro que já está negativado - contou Leonardo Gaciba, presidente da Comissão de Arbitragem da CBF.

De acordo com o dirigente, caso um dos integrantes das equipes de arbitragem seja testado positivo, haverá sempre um profissional de sobreaviso para se juntar à equipe.

- São os "by". Aí vamos supor: o cara vai pro estádio e dá temperatura alta. Já era. Aí vai ter que entrar o (substituto) local. Vou botar o árbitro reserva local, que aí é um a menos viajando - afirmou.

No ofício enviado aos árbitros, a CBF sugere uma série de precauções no trajeto para evitar o contágio, já que as equipes terão de frequentar aeroportos, aviões e hotéis, que são locais de grande circulação de pessoas. Uma alternativa seria utilizar sempre árbitros locais, mas a CBF não adota esse sistema para evitar desconfiança de favorecimento ao time mandante.

- Infelizmente o nosso futebol não tem cultura pra isso, chegamos a pensar em colocar árbitros que utilizam só transportes terrestres, mas infelizmente o futebol não está pronto para isso. Então a gente está fazendo com os cuidados devidos, procurando evitar grandes conexões, conexões longas, estamos tentando voos que vão direto, mas a malha aérea também está muito curta. São dificuldades que vamos ter de nos adaptar - disse Gaciba.

VAR

Para esta edição, estava prevista a implantação de uma central remota de VAR na sede da CBF, no Rio de Janeiro, de onde, em tempo real, jogadas polêmicas seriam analisadas pelas equipes responsáveis. No entanto, de acordo com o coordenador do VAR no Brasil, Sérgio Corrêa, problemas logísticos impediram o funcionamento da ferramenta na largada do campeonato. Desse modo, as salas de VAR vão continuar no estádios.

- Por causa da pandemia o processo paralisou, todo mundo ficou fora durante três meses. Agora está retornando, a parte estrutural que envolve fibra ótica em todo país. A única coisa que a CBF tem que fazer é a última milha, que, por exemplo, sai de um ponto do Rio e vai até Fortaleza que é o mais longe da série A. Toda essa parte estrutural está sendo feita. Nesta edição ainda eu acho que não vai dar tempo, mas para 2021 a previsão é que possa acontecer, todo o processo está sendo feito.

Nos estádios, as salas de VAR e os profissionais que atuarão nelas terão de cumprir uma série de exigências. As principais serão a existência de divisórias de material acrílico entre os árbitros que estiverem em frente às telas. Caso não haja essa separação será necessária a utilização de face shields, que são materiais transparentes de proteção para os olhos e face. As máscaras são itens obrigatórios.

DENTRO DE CAMPO

Em campo, os hábitos também mudaram. Não haverá mais cumprimento entre os atletas nem a execução do hino nacional. Em todas as rodadas será respeitado um minuto de silêncio em homenagem às vítimas do coronavírus, e o ato não poderá ser realizado no círculo central, para evitar aglomeração. Os outros itens do protocolo, como distanciamento nos bancos de reservas, redução do número de pessoas ao redor do campo serão os mesmos adotados nos estaduais.

Em contato com a reportagem, o presidente da Associação Nacional dos Árbitros do Futebol (ANAF), Salmo Valentim, aprovou as medidas de segurança. No entanto, questionou a liberação do uso de máscaras pelos técnicos, que ficam no banco ou na área reservada a eles no campo, como ocorreu nos estaduais.

- Eles estão seguindo tudo completamente à risca, mas vou fazer algumas ponderações: fica estranho o quarto árbitro estar de máscara e o treinador não estar. Então assim, não encaixa na verdade, por exemplo, o treinador está ali em pé podendo transmitir ou pegar - criticou Valentim.

A CBF, porém, não descarta a possibilidade de mudanças nos protocolos até o fim do Brasileirão.

Fonte: (ge)