Futebol

Veja como foi a experiência vascaína em jogo às 11h

Novidade da atual edição do Campeonato Brasileiro e um dos temas de maior discussão entre jogadores, técnicos e torcedores, os jogos às 11h das manhãs de domingo estão com os dias contados - as últimas partidas serão na rodada 31. Mas para o Vasco, a experiência já terminou. Em cinco meses de competição, foram três confrontos com diferentes treinadores, boa presença de público, mudanças bruscas de temperatura e algumas coincidências. A começar pelos adversários, todos catarinenses: Figueirense, Joinville e Avaí. E terminando pelos resultados, todos marcados por empates: 0 a 0 no Orlando Scarpelli e no Maracanã, e 1 a 1 na Ressacada.

- Coincidência, cada jogo é um jogo. Aqui (na Ressacada) merecíamos ter vencido, mas acho que o horário não contribui em nada, não. O tempo estava bom para jogar - avaliou Júlio César.

Apesar de só ter enfrentado o Avaí dos três, o lateral-esquerdo está entre os nove jogadores que foram relacionados para todos os jogos do horário: além do ala estão os titulares Martín Silva, Madson, Rodrigo, Julio dos Santos e Rafael Silva, mais os reservas Jordi, Christiano e Lucas. Falando em tempo, o Vasco experimentou temperaturas bem diferentes nas partidas matinais. No Orlando Scarpelli, em maio, pegou um clima fresco de 21ºC com céu nublado. Já em agosto, no Dia dos Pais, jogou no Maracanã debaixo de um sol intenso em dia de aproximadamente 30ºC no Rio de Janeiro. E no último domingo foi a vez do frio. Perto da Ressacada, os termômetros marcavam 16°C, mas a sensação térmica era mais baixa por causa do vento, e os vascaínos fizeram o reconhecimento do gramado usando casacos.

Outra curiosidade é que o Vasco teve três técnicos durante o Brasileiro, e cada um comandou a equipe em um duelo das 11h. Doriva enfrentou o Figueirense, Celso Roth encarou o Joinville, e Jorginho dirigiu o time contra o Avaí. O atual treinador cruz-maltino, no entanto, mostrou-se contrário ao horário para a prática do futebol, apesar do apelo do público: ao todo, foram 67.515 torcedores presentes na trinca de partidas, sendo 11.352 no Orlando Scarpelli, 41.581 no Maracanã e 14.582 na Ressacada.

- É por causa da rotina dos atletas, não dormem tão cedo. Ai precisam acordar sete da manhã. Eu na Alemanha detestava acordar cedo e tinha que caminhar as 10h para jogar às 15h. Achava um absurdo. Eu falava isso e eles tinham dificuldade para entender. Mas principalmente o que atrapalha é a questão do calor. Pelo que vi, vai estar entre 16 e 20 graus, até fresquinho. Mas no verão do Rio é impossível. Foi atrativo em alguns momentos, mas é um bom senso pensar em tirar esses jogos às 11h da manhã - explicou o técnico, antes do jogo contra o Avaí.

A rotina para jogar às 11h requer muitas vezes mudanças radicais de hábitos. No Vasco, houve até uma aproximação da área nutricional com a comissão técnica. O departamento de futebol chegou a montar programações especiais para não deixar que os atletas dormissem nas tardes de sábado, véspera dos jogos. O objetivo era fazer com que eles se recolhessem antes do habitual para acordarem dispostos num café da manhã ainda mais cedo que o normal. Mas é difícil a adaptação.

- Primeiro jogo que faço às 11h, não estive nos outros. Para nós, jogadores é ruim, muda totalmente a maneira, tem que acordar e ter uma alimentação diferente. Pela manhã é complicado, difícil, mas tem que se adaptar - relatou Leandrão, que só foi contratado em setembro e não estava no clube nas outras partidas do horário.

O Vasco ainda teria mais um compromisso matinal contra o São Paulo, no próximo dia 18, no Morumbi, mas a CBF remarcou o duelo para as 16h (de Brasília). Com o início do horário de verão no país em outubro, a entidade anunciou novos horários para o Brasileirão: 17h de sábado e domingo e 18h de domingo. E o Cruz-Maltino já tem três partidas previstas com a novidade: recebe o Grêmio no dia 25, às 17h; faz o clássico com o Fluminense em 1º de novembro, às 18h; e sete dias depois visita o Palmeiras novamente às 17h.

Fonte: ge