Veja algumas declarações de Julio Brant ao Canal do Pedrosa
Julio Brant, ao @Pedrosa
: - Nós tivemos uma briga com o que tinha mais pesado dentro do Vasco. Um sistema regado no clube mais de 50 anos, pessoas que tomaram o clube pra si. Nós entendemos que devíamos (em 2014) devolver o clube ao sócio, ao vascaíno.
- Em 2017 esse sistema mostrou sua face mais cruel, de mais apego e necessidade ao poder, ao confrontar pela primeira vez na história o desejo do sócio. Falamos, mas não foi somente eu que perdi, foram todos que queriam e apoiavam a mudança.
- Olhamos o que aconteceu em 2018 como ensinamento, como uma forma de amadurecimento. Ali, começamos a desenvolver um trabalho político e técnico de mudança do clube. Colocamos na pauta e começamos a articular a alteração do estatuto pelas diretas.
- Sabíamos que sem eleições diretas poderia de novo acontecer o que aconteceu naquele ano, onde perdeu-se a vergonha. Percebemos que a primeira mudança a fazer era mudar o estatuto para que o sócio pudesse escolher de forma direta seu representante.
- Começamos uma articulação muito grande dentro do conselho de mãos dadas com a torcida, que pressionou do lado de fora. Foram fundamentais. Sem essa pressão, não conseguiríamos porque dentro do conselho não se queria essa mudança (diretas).
- Eu fico muito feliz de tudo que aconteceu comigo estar marcado e ter sido parte de uma mudança muito importante na história do clube. Para os próximos 120 anos, nós teremos o prazer de ter a certeza que o candidato que venceu foi escolha do sócio.
- Quem tem legitimidade para convocar a AGE é o presidente da AGE. O presidente da Diretoria Administrativa não tem esse poder, ele não pode fazer isso. Segundo o estatuto, o papel dele, Campello, é ser coadjuvante, somente auxiliar nesse processo.
- O que a Sempre Vasco quer é uma eleição sem fraude. Estamos em nossa terceira eleição em sequência e sabemos como funciona o processo eleitoral no clube. Seja on-line ou presencial, que seja sem fraude.
- A eleição on-line foi uma proposta do presidente Mussa por entender que boa parte dos sócios do Vasco fazem parte do quadro de risco, como ele, da Covid-19. Outro ponto é que todos os sócios possam votar, até mesmo os de fora do Rio de Janeiro.
- A intenção da Sempre Vasco é ter uma eleição que seja amplamente votada por todos os sócios do mundo.
- Existe um vídeo meu de 2014 apoiando as eleições on-line, e com os mesmos argumentos. Então, não é oportunismo, é coerência. Sempre defendemos que a maior quantidade de sócios possíveis pudessem votar. Então, quando o Mussa decide isso, apoiamos.
- ...a favor da manutenção do Campello. Poderíamos ter votado para expulsar ele da presidência, mas, por coerência, mesmo tendo acontecido um golpe 2 meses atrás, votamos pela sua permanência. E a mesma coisa em relação a votação on-line, desde 2014.
- Existiram agendas dentro do conselho que eu apoiei o Campello. Não sei se vocês vão lembrar, mas quando o Campello rompeu com o grupo de apoio dele, o Identidade Vasco, e eles quiseram dar um golpe, nós por coerência votamos... (1/2)
- Eu não tenho problemas com eleições híbridas (presenciais e on-line). Ela precisa ser feita sem fraudes.
- Nós alteramos nosso plano, revisamos nossos parceiros para 2021 e fomos ao mercado buscar um parceiro que se adequasse a um modelo de negócio que nós já acreditávamos ser inovador, mas que hoje nós vemos é o principal modelo de negócio.
- A MediaPro é uma gigante de mídia que atua desde jornalismo, filmes e cinemas, transmissões de jogos, games, eletrônicos, novas mídias e streamers, direitos de atletas, como Messi, Fernando Alonso, trabalha na La Liga, agora na Conmebol.
- Escolhemos a MediaPro pelo fato dela ter uma gama de produtos ligados ao nosso negócio em um único lugar. Nenhuma outra empresa reunia tantas competências necessárias. Além disso, eles são um centro de patrocínios e negócios globais.
- Queremos sair do mercado local para irmos ao mercado global de comercialização de direitos e propriedades. Conseguimos reunir nesse gigante um parceiro ideal para nos ajudar a desenvolver algumas áreas novas de negócios dentro do Vasco.
- Queremos fazer com a MediaPro é isso, os patrocínios que temos, com um volume muito maior. Nossa meta é que os contratos de televisão, que hoje representam 70% da nossa receita, seja reduzido para 20%. Reduzir a nossa dependência da Rede Globo.
- Queremos reposicionar a Vasco TV e fazer dela o nosso carro-chefe, o nosso grande produto pro Vasco. Nós temos uma torcida de âmbito mundial, uma capacidade de audiência que poucos clubes tem. Isso digo sem clubismo, são dados técnicos.
- São dados medidos por eles (MediaPro). Estamos entre as 10 maiores audiências dos maiores clubes do mundo. Queremos monetizar, tornar essa audiência dinheiro para o clube. Como fazemos isso? Criando formas que se tornem atrativos ao torcedor.
- Por exemplo, queremos trazer a Vasco TV uma grade de programação que envolva a vida do clube em todos os aspectos. Programas com nossos atletas, nossa história, futuro, esportes olímpicos, vida política. Assuntos que são do interesse do vascaíno.
- Além de toda essa parte tradicional de mídia, a MediaPro é líder europeia e latino-americana de eSports, de games. É uma área que vamos dar um foco muito importante de faturamento para o clube. Já temos sinalizações do mercado com interesse nisso.
- Atraso de salários virou uma tecnologia de gestão dentro do clube. Os gestores contratam já sabendo que não vão pagar. Isso não sou eu quem estou dizendo, um técnico que o atual presidente contratou (Abel Braga) que disse isso em coletiva. (1/2)
- "O Presidente me chamou, me convidou e disse "olha, eu não vou te pagar", (disse Abel Braga), isso em uma coletiva de imprensa. Então, é uma irresponsabilidade brutal com o clube, uma falta de carinho e cuidado com a imagem do Vasco.
- No nosso modelo de negócio não cabem salários atrasados. Não vamos atrasar salários. Nosso planejamento financeiro prevê salários em dia desde o primeiro mês. Claro, existe um passivo a ser tratado, mas o custo corrente será nossa responsabilidade.
- Lembro uma coisa: o Vasco é um clube com um faturamento robusto de quase R$ 300 milhões/ano. Não somos um clube pobre. Ilude-se aquele que acha que o Vasco está à beira da falência. Existe, sim, uma incapacidade gerencial brutal dentro do Vasco.
- O Vasco não tem controle nenhum do seu orçamento, o descontrole de caixa é uma coisa absurda. O presidente declara que vai pagar o salário no "dia tal" e quando chega o dia, atrasa. Como um gestor promete pagamento sem ter visibilidade de caixa?
- Eu não consigo como gestor entender como alguém consegue dar uma declaração dessa 1 semana antes em ter visibilidade de caixa. Pra quem trabalha com isso é uma questão tão natural que fica difícil entender como se faz o contrário.
- Nossa prioridade são salários em dia dos jogadores e dos funcionários. O impacto disso no clube é brutal. Nada deixa o atleta mais revoltado que saber que o clube tem dinheiro pra pagar tantos milhões em um jogador, mas não paga nem o massagista.