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Veja a análise tática e como Doriva pode utilizar Christiano

23 anos, 1.85 m de altura e 80 kg, Christiano Andrey é lateral, mas começou como zagueiro nas categorias de base do Flamengo. Desde novo, arriscava subidas ao ataque e sempre se notou fisicamente por ser um jogador forte e veloz. Tem como principal virtude a finalização de longa distancia, algo um tanto diferente para um jogador de sua posição.

Para analisar suas funções, fomos ver jogos anteriores dele tanto na época de Bangu, como na época de Vila Nova. Para tal, procuramos quatro jogos com contextos totalmente diferentes. Na época do time do subúrbio carioca, analisamos o empate contra o Flamengo em 2 a 2. Nesse jogo, pudemos observar o que ele de melhor mostra em seus videos resumo. Apoiou com frequência pela esquerda, sempre com tendência a apoiar por dentro, para poder explorar a sua finalização.

Um flagra de um apoio por dentro do lateral Christiano. Para que isso fosse possível, perceba que o ponta que cai por seu lado fica bem aberto para poder atrair o lateral adversário para fora e gerar espaços por dentro.

Observe a situação acima. Christiano com a bola busca o Guinazu, que é a opção de passe mais próxima. Como se facilitaria esse apoio dele por dentro? Montoya, o ponta esquerda, abre, atrai o lateral adversário para fora e Marcinho, o meia, puxa a marcação do volante adversário. Espaço central livre para Christiano poder subir por dentro e arriscar chutes de longe/interagir com o atacante/meia.

Deu para observar também claramente que era constantemente utilizado como válvula de escape nas suas respectivas equipes em contra-ataques pela esquerda. Pôde-se notar uma grande qualidade: para a troca de momento de defesa-ataque (também chamado de transições ofensivas), toma decisões rápidas e certas. Já para a troca contrária (transição ataque-defesa), notam-se claras dificuldades. Doriva terá que acertar esse defeito que ele mostrou ter em alguns poucos momentos nas recomposições defensivas, apesar de que aparentemente ele possuía a cobertura de um volante quando jogava pelo Vila Nova (pelo menos pode-se observar isso no jogo contra Vasco, Sampaio Correa e Nautico que foram analisados).

Em duelos 1 x 1 na defesa, mostrou-se bem, com boa capacidade de desarme, muito provavelmente pelas virtudes que deve ter ganhado nos tempos que era zagueiro na base do rival. Porém seu posicionamento nos momentos de organização defensiva da equipe (quando as linhas defensivas da equipe estão devidamente recompostas) me preocupou, não exatamente por defeito do jogador, mas sim pelo contexto das equipes que jogava.

Em ambas as equipes que jogou em 2014 (Vila Nova e Bangu), a última linha de defesa defendia de um jeito diferente do que o Doriva gosta de usar. Enquanto o atual treinador vascaíno prefere a marcação "por zona" e com a linha de defesa trabalhando como uma unidade (condicionando a movimentação adversária), as equipes que o Christiano jogou se utilizavam de uma marcação que chamamos de "individual por setor" (em que quando o adversário cai pelo setor do jogador, ele encaixa a marcação) e que se moldava de acordo a movimentação do adversário. Vamos aos exemplos abaixo:

Acima, um primeiro exemplo disso, no Bangu, em que ele toma a decisão correta. Ele encaixa no adversário que está invadindo seu espaço, sem oferecer nenhuma região que possa gerar perigo.

Agora, um outro exemplo bem oposto. Ao invés de fechar mais atrás, onde era uma região de possível perigo adversário, foi atraído pelo apoio de Carlos Cesar, abrindo espaço para o passe em profundidade de Douglas entrar por ali. Se ele tivesse fechado aquela região primeiramente, ele ainda assim conseguiria conter a subida do Carlos César de qualquer jeito, já que Douglas não poderia arriscar o passe em profundidade e teria de jogar no lateral cruzmaltino. Aí sim, ele entraria em contenção direta ao adversário.

DE QUE MANEIRAS PODERIA SER UTILIZADO NA EQUIPE CRUZMALTINA?

Como já pudemos perceber, ele vem sem utilizado de titular na pré-temporada cruzmaltina na lateral esquerda no 4-2-3-1 móvel que o Doriva pretende montar. Mais responsabilidades defensivas e apoios alternados com Jean Patrick.

No Vila Nova, chegou a jogar em um 3-5-2 que lhe dava liberdade para explorar seus apoios por dentro com menos responsabilidade defensiva. Como a dinâmica de um ala no 3-5-2 é bem próxima em diversos aspectos a de um meia aberto no 4-2-3-1, poderia arriscar trabalha-lo mais avançado, fazendo uma dobradinha com o lateral, abrindo espaço para o apoio do mesmo.

Teríamos uma outra opção, somente em casos de extrema necessidade, que é trabalha-lo como volante por dentro pela esquerda quando jogasse com 3 no meio, exatamente pra poder explorar sua capacidade de finalização em faixas mais centrais. Sua capacidade de combate no 1 x 1 defensivo somado a sua projeção física em contra-ataques poderia ser bem utilizada assim também, mas como dito, somente em RARÍSSIMAS OPORTUNIDADES

OPINIÃO: Vem pra disputar vaga na esquerda com Lorran. Soma características diferentes a seu concorrente. Um rodizio/uso de acordo o contexto pode ser interessante ali na lateral.

Fonte: Daihabol