Futebol

Vasco volta a se impor em São Januário e tem aproveitamento positivo

Com a ausência de Maracanã e Engenhão, os grandes clubes cariocas têm acumulado problemas para mandar seus jogos nesse começo de temporada. Menos o Vasco. Com São Januário à disposição, todas as partidas com mando de campo vascaíno foram na Colina. Além de manter o sentimento de "lar, doce lar", quase inexistente entre os rivais, a equipe de Jorginho voltou a se impor em casa e tem um aproveitamento positivo, com 76,19% - diferentemente dos 37,5% no Brasileiro de 2015. E esse desempenho passa pelos clássicos, uma vez que dos nove pontos possíveis (um jogo contra o Flamengo e dois contra o Botafogo), o Cruz-Maltino conquistou sete.

Após a primeira longa viagem do ano - clássico em Brasília contra o Flamengo -, o Vasco volta a São Januário no domingo, para enfrentar o Volta Redonda e manter o bom aproveitamento. Para o meia Andrezinho, o principal diferencial é o gramado - as péssimas condições do Mané Garrincha o surpreenderam. Além disso, a comunhão com a torcida é apontada pelo meia como fator decisivo. 

- Voltar a São Januário é sempre bom. É a nossa casa. Aqui a gente se sente à vontade. Temos uma química muito boa com o torcedor. Ficamos muito felizes e esperamos manter para dar mais uma alegria ao nosso torcedor no domingo. Em Brasília, a maior dificuldade que sentimos foi o gramado. Não estava em boas condições - disse o jogador.

Em 2016, o Caldeirão voltou a “ferver”. Já são cinco vitórias e dois empates, com 13 gols marcados e apenas quatro sofridos. No primeiro turno, o Vasco venceu o Madureira, por 4 a 1, o Volta Redonda, por 2 a 0, além do 2 a 0 contra o principal rival, Flamengo. E os empates com o Friburguense, por 2 a 2, e contra o Botafogo, em 1 a 1. Já na Taça Guanabara, o aproveitamento é de 100% após a vitória por 2 a 0 contra o Bangu, além do 1 a 0 no Glorioso.  A presença de clássicos em São Januário tem mostrado um efeito direto no rendimento da equipe nos jogos de tabela em comparação com outros anos.  

Com mando do Vasco no Carioca de 2013, o clube perdeu para o Botafogo, 3 a 0 no Estádio da Cidadania, e para o Flamengo, 4 a 2 no Engenhão. Pelo Brasileiro, novas derrotas os mesmos rivais (1 a 0 para Flamengo no Mané Garrincha e 3 a 2 para Botafogo no Maracanã), mas uma vitória contra o Fluminense, por 1 a 0, na Ressacada. No ano seguinte, vitória em cima do Botafogo, por 1 a 0, e derrota por 2 a 1 para o Flamengo, ambas no Maracanã e pelo Estadual. E em 2015, o Gigante da Colina mandou o clássico pelo Carioca com o Botafogo e empatou por 1 a 1 no Maraca. No campeonato nacional, vitória sobre o Flamengo (por 1 a 0 na Arena Pantanal) e derrota para o Fluminense (1 a 0 no Engenhão). 

Ou seja, dos últimos 30 pontos de clássicos em que o Vasco era mandante até 2016, ele conquistou 10 e perdeu 6 jogos, ficando com cerca de 33,3% de aproveitamento. Número pior que durante o Brasileiro passado inteiro. Além das fracas atuações, o que impressiona é a diversidade de estádios: seis. Mas antes da campanha que resultou no terceiro rebaixamento do time, São Januário era um território que o clube tinha amplo domínio. 

No Carioca do ano passado, o Vasco teve mais de 90% dos pontos possíveis ao vencer seis de sete jogos, apenas empatado o outro. Marcou 18 vezes e concedeu apenas três. Na Copa do Brasil, o desempenho também foi positivo. Duas vitórias e um empate em três jogos, além de seis gols feitos e 3 sofridos, conquistando 77,7% de aproveitamento.

Ausência de Maracanã e Engenhão preocupa

Em 2015, durante quatro meses, São Januário ficou sem receber um jogo. Após a derrota por 4 a 1 para o Palmeiras, em 26 de julho, o Vasco escolheu o Maracanã como casa provisória, a fim de diminuir a pressão vinda das arquibancadas. Só retornaria ao seu estádio, em 19 de novembro, para jogo contra o Santos. Se o gramado teve um período de descanso no ano passado, a tendência é que isso não aconteça em 2016, muito em função da parceria entre o Cruz-Maltino e o Botafogo. 

Nesse ano, o Glorioso já atuou sete vezes por lá, e com isso, em dois meses, São Januário já recebeu 12 partidas. Esteve presente em todas as rodadas do Estadual, recebendo dois jogos na primeira rodada da fase geral, mas teve uma “folga” na segunda rodada da Taça Guanabara. A média é de quase um jogo a cada cinco dias, fora os treinamentos quase diários e os próximos dois jogos dos vascaínos, contra Volta Redonda e Madureira.

Uma possível solução para o desgaste do gramado é o campo anexo. As obras começaram em Janeiro de 2015, mas o problemas financeiros atrasaram o planejamento. A tendência é que ele esteja pronto no até junho, o que resultaria na utilização do gramado principal apenas em jogos oficiais do clube.

Fonte: ge