Vasco vende Philippe Coutinho e ameniza crise. Jogador viaja com a Seleção S
Rio - Um milagroso creme, indicação do dermatologista, camufla as espinhas do menino que gosta de video game e pizza. E o dinheiro que o Inter de Milão aceitou pagar por essa jovem promessa vai camuflar o fundo do poço a que chegaram as finanças do Vasco. Philippe Coutinho nem fez gol ainda pelos profissionais, mas é quem, a curto prazo, deve tirar o clube da Colina da lama.
O garoto do juvenil do Vasco completou 16 anos no dia 12 de junho e, até a maioridade, continuará em São Januário. Quando chegar aos 18, em 2010, aí sim vai se mudar para a Itália, onde fará bem mais do que comer as melhores pizzas do mundo.
“Espero que o Adriano e o Ibrahimovic ainda estejam por lá. Meu sonho é jogar ao lado deles”, revela o apoiador, que custará 3,8 milhões de euros (R$ 9,5 milhões), em três parcelas anuais.
Philippe Coutinho começou a levar a bola a sério em 1998, quando tinha 6 anos e jogava futsal na Mangueira. O garoto deu samba. Foi para o Vasco no ano seguinte e trocou a quadra pelo gramado.
“O estilo dele lembra o do Kaká”, destaca o pai, José Carlos, um arquiteto que construiu a casa em que a família mora, no Rocha.
O que Philippe Coutinho constrói é o seu futuro. Há dois anos, recebe um professor de inglês em casa, às segundas e quartas-feiras. Cursa o segundo ano do Ensino Médio e terá aulas de italiano.
Ele já esteve em Milão para seu primeiro contato com a diretoria do clube. A recepção não poderia ser melhor: ganhou a camisa 10, com o nome Coutinho nas costas, e convite para assistir ao jogo Internazionale x Roma, no dia 24, pela Supercopa da Itália, no San Siro, quando estará fazendo exames médicos.
Antes, porém, a escala será do outro lado do mundo. Ele viaja hoje para o Japão, onde disputará a Copa Toyota pela Seleção sub-16. A competição prepara para o Sul-Americano e o Mundial sub-17 do ano que vem.
Com o passaporte em dia e tantas malas feitas e desfeitas, Philippe Coutinho ainda mantém a cabeça no Vasco. Ele espera ter tempo de fazer pelo clube mais do que abastecer os combalidos cofres.
“Quero jogar pelo Vasco antes de ir embora. E, quando estiver mais velho, espero voltar”, jura o garoto, que, quando olha para a frente, vê uma parada bem dura. “Vou enfrentar o Kaká e o Ronaldinho Gaúcho, dois ídolos. Espero um dia jogar ao lado deles. E outro sonho é ser o melhor do mundo”, acrescenta, cheio de sonhos, espinhas e apetite por uma boa pizza.
- SuperVasco