Futebol

Vasco tenta conseguir efeito suspensivo para ter vaga na TGB

O Vasco deve apresentar nesta quinta-feira seu recurso ao STJD. No entanto, ainda que esteja disposto a seguir discutindo na Justiça o mérito do caso Jéferson, o clube decidiu não forçar a paralisação do Campeonato Estadual. Mesmo assim, pedirá um efeito suspensivo. Se tiver sucesso, o que é improvável, o clube recuperaria os pontos e ganharia lugar na semifinal da Taça Guanabara.

- Temos um compromisso com a torcida, a instituição e vamos seguir lutando pelos direitos que o Vasco tiver. Mas sem fazer nada que possa prejudicar todos que militam no futebol. Parar o campeonato mexeria com interesses de torcedores, de clubes, patrocinadores. O Vasco vai respeitar isto - disse o vice de futebol do clube, José Hamilton Mandarino.

O dirigente descartou o pedido de uma liminar para evitar que a Taça Guanabara prossiga. O Vasco pretende apresentar o efeito suspensivo nesta quinta, para que seja apreciado antes das semifinais.

OAB e TJ criticam tribunal da Federação do Rio

Numa declaração surpreendente, o presidente da OAB-RJ, o vascaíno Wadih Damous, atacou a decisão do TJD.

- Prevalecendo a punição ao Vasco, o Estadual está manchado por uma decisão que não respeitou o resultado de campo. Alterá-lo é injustiça com a ética do esporte - disse Damous em entrevista à rádio CBN, sem considerar a discussão sobre uma possível infração ao regulamento do Estadual. - A liminar que o Vasco obteve recompunha o vínculo com Jéferson.

Ele vê indícios de influência de Eurico Miranda, ex-presidente do Vasco, na decisão do TJD.

- Não posso afirmar, mas que há indícios, há. Desde que o ex-presidente perdeu a eleição, começou a mover mundos para prejudicar a atual diretoria - disse ele, que atacou

uma possível denúncia ao Vasco por acionar o Poder Judiciário antes de esgotar a esfera desportiva.

Luiz Zveiter, presidente do Tribunal de Justiça do Rio, também criticou a punição:

- A liminar obtida pelo Brasiliense cassou o vínculo trabalhista do jogador com o Vasco, não a condição de jogo. Se o vínculo foi reestabelecido na Justiça do Trabalho, a inscrição volta a valer. Não precisa publicar de novo no Bira.

A escalação de Jéferson contra o Americano ainda causa polêmica no clube. O dia do jogo foi marcado por indefinição na concentração. A decisão favorável ao Vasco na Justiça só foi obtida depois das 14h30m, ou seja, a pouco mais de três horas do jogo. No almoço, o técnico Dorival Júnior tinha a orientação de não escalar Jéferson. Mais tarde, tudo mudou.

Fernando Lamar, um dos advogados do Vasco, admitiu que não houve consenso no corpo jurídico do clube. O assessor jurídico Luiz Américo contesta:

- Ele se equivocou.

Luiz Américo diz manter a convicção de que o procedimento foi correto. Em duas instâncias do TJD, 13 auditores apreciaram o caso. Destes, só dois deram razão ao Vasco.

- Continuo convicto de que estamos certos - disse Luiz Américo, perguntado se adotaria a mesma posição se ficasse diante de situação idêntica. - E a decisão de escalar o jogador foi conjunta. O presidente foi consultado.

Quarta-feira, o presidente Roberto Dinamite apelou a vascaínos que possam ajudar o clube a obter os mais de R$ 5 milhões necessários para obter certidões e assinar o contrato de patrocínio com a Eletrobrás. Pela demora em conseguir recursos, o clube teme perder o contrato.

Fonte: Globo Online