Vasco tem pré-acordo com a Brax; veja valores
Clubes avaliam proposta da Brax, intermediária em negociações de patrocínios e direitos de mídia, para a venda das placas estáticas relacionadas ao Campeonato Brasileiro de 2025 a 2029.
O ge obteve cópia do documento enviado a dirigentes. Aos clubes de maior torcida, a empresa propõe contratos próximos de R$ 100 milhões cada, dos quais R$ 25 milhões são luvas a pagar "à vista" (veja a tabela abaixo) – em até 30 dias úteis, contados a partir da assinatura.
Aos clubes de menor torcida, a base de pagamento anual é a mesma, porém não há desembolso de prêmio no momento da assinatura.
Botafogo, Cruzeiro e Vasco anunciaram em julho, por meio de notas oficiais, que haviam chegado a pré-acordo com a Brax. Todos devem receber luvas. Já o Coritiba, cuja proposta não continha o pagamento do prêmio, ainda não decidiu se aceitará a oferta.
O Santos também está próximo de fechar com a empresa, já tendo assinado um pré-acordo e recebido parte da verba.
Ano | Valor | Prazo |
2023 | R$ 25.000.000 | À vista (até 30 dias úteis) |
2025 | R$ 12.000.000 | Parcelas mensais |
2026 | R$ 13.200.000 | Parcelas mensais |
2027 | R$ 14.520.000 | Parcelas mensais |
2028 | R$ 15.972.000 | Parcelas mensais |
2029 | R$ 17.569.200 | Parcelas mensais |
Total | R$ 98.261.200 |
As decisões estão sendo discutidas pelos dirigentes no âmbito dos blocos, Libra e Forte Futebol, que se formaram para fundar a liga. O período que abrange o contrato da Brax, entre 2025 e 2029, é o mesmo do próximo ciclo dos direitos de transmissão do Brasileirão.
De onde vem o dinheiro da Brax
Ao mesmo tempo em que apresenta aos clubes uma proposta para a compra das placas estáticas, a Brax vai ao mercado em busca de patrocinadores, marcas interessadas em aparecer nessas propriedades, que são posicionadas à beira do campo durante as partidas.
Apesar de ainda não ter fechado acordo com os dirigentes do futebol, a empresa já se apresenta a casas de apostas como detentora dos direitos de 17 clubes da Série A (confira no slide abaixo, contido em apresentação comercial cuja cópia foi obtida pela reportagem).
Investidores do Forte Futebol reagem
No âmbito do Forte Futebol, cujos clubes possuem um acordo de investimento assinado com as empresas Serengeti e Life Capital Partners (LCP), houve um movimento dos investidores para que os dirigentes mantenham com o bloco a negociação das suas placas.
Em primeiro lugar, o acordo com Serengeti e LCP prevê redutor de 10% sobre o investimento no caso de o clube vender propriedades comerciais incluídas nele para terceiros – como ocorreria com a Brax.
Eis um exemplo. O Coritiba tem a previsão de receber R$ 156 milhões dos investidores, pela venda de parte dos seus direitos de transmissão por um período de 50 anos. Caso aceite a proposta da Brax, este valor seria reduzido em R$ 15,6 milhões antes mesmo de chegar ao caixa.
Em segundo lugar, os assessores técnicos do Forte Futebol e os próprios investidores têm garantido que as placas estáticas, se negociadas dentro do grupo, renderão tanto ou mais dinheiro mais no futuro.
Eles argumentam que, enquanto no modelo da Brax o "lucro" ficará com a empresa – a diferença entre o valor pago aos clubes e o valor arrecadado com patrocinadores –, no Forte os clubes ficarão com esse lucro, que aumentará à medida que elas se valorizarem até 2029.
Cada cota de patrocínio estipulada pela Brax tem a pretensão de arrecadar R$ 458 milhões, divididos em parcelas entre 2024 e 2028.
Como a intermediária prometeu aos clubes de maior torcida o pagamento de R$ 25 milhões em luvas, para cada um, existe pressa no recebimento desse dinheiro por parte das casas de apostas. A Brax pede R$ 75 milhões no curto prazo, divididos do seguinte modo:
R$ 29 milhões até 20 de setembro,
R$ 29 milhões até 20 de outubro,
R$ 17 milhões até 30 de novembro.
Fonte: geMais lidas
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