Vasco tem de volta sua torcida com sábado de festa
Um sábado de reencontro após uma amarga punição e uma prova irrefutável de que, com a sua torcida empurrando, o Vasco tem motivos reais para sonhar. Dia de festa, de propaganda eleitoral, e de vitória importantíssima para as pretensões da equipe de Zé Ricardo.
A meta, que já foi sonho distante, hoje está logo ali: entrar na zona de classificação para a Libertadores de 2018. A equipe acorda na manhã deste domingo a um ponto do G-7 – distância que pode aumentar conforme os demais resultados da rodada ao longo do dia.
Na arquibancada um colorido diferente, uma paleta variada para uniformes de chapas disputando os votos desde bem antes do apito do juiz. Mas o ambiente de disputa das urnas não interferiu dentro das quatro linhas. A torcida do Vasco compareceu em bom número neste sábado para o clássico contra o Botafogo – 31.406 presentes.
Jogadores comemoram reencontro
Nos últimos seis jogos em que foi mandante, o clube de São Januário teve de cumprir punição imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Jogou duas vezes em São Januário e uma no Nilton Santos com portões fechados, e outras três fora da cidade, no Raulino de Oliveira, em Volta Redonda.
O reencontro no Maracanã foi com somente 5% do espaço reservado para os torcedores rivais e muita alegria especialmente no setor Sul da arquibancada, o mais cheio do estádio.
- Durante toda a semana fizemos apelos pedindo que apoiassem e viessem. E eles compareceram. Por isso que no fim dediquei a vitória a eles, fazem falta, nos apoiaram desde o início, e se a gente quer chegar ao nosso objetivo que é claro, é chegar na Libertadores, temos de jogar juntos. Espero que contra o Coritiba também seja uma linda festa aqui – disse Ramon.
Nenê também não deixou de agradecer aos torcedores e ressaltou a diferença de aproveitamento do time como mandante com e sem a presença dos vascaínos na arquibancada:
- O nosso objetivo é a Libertadores. O time tem potencial para isso, só faltava acertar e melhorar alguns aspectos. Ainda mais por ter ficado tanto tempo sem os torcedores. Vimos que os resultados sem eles foram diferentes. Então realmente eles são fundamentais para a gente, nos apoiaram desde o início, então agradeço o carinho. Foi merecido, por eles e por nós.
Festa desde antes da partida
Já do lado de fora era visível a empolgação dos torcedores que cantavam a plenos pulmões na Rua Professor Eurico Rabello e faziam fila nas bilheterias do lado de fora. Orientadores anunciavam que o setor Sul estava esgotado, mas cambistas ofereciam os ingressos, e, quando a bola rolou, ainda havia espaços vazios no local. Antes mesmo do início da partida, os vascaínos já abafavam as tentativas da torcida do Botafogo de ganhar no grito.
Torcedores se concentram antes do início da partida, nos arredores do Maracanã
O jogo: apoio e chiados
Nos primeiros minutos de jogo, com a maior parte da torcida do Vasco quieta, o silêncio era interrompido para reclamar de marcações do árbitro ou vaiar toque de bola do rival, que se mostrava mais organizado em campo.
Mas a apreensão foi por pouco tempo. Aos 11, a bola na trave de Wellington – que foi vaiado quando anunciada a escalação cruz-maltina no telão – fez a arquibancada vibrar. Igualmente barulhenta foi a reclamação por um toque de mão quando Matheus Sávio carimbou as costas de Carli na área.
Se na arquibancada a torcida tentava empurrar, no gramado o Vasco pouco contribuía. E os primeiros sinais de irritação já apareciam antes do fim dos 45 minutos. A falta de paciência era mais direcionada quando Thalles tentava alguma jogada. O nome do reserva Paulo Vítor foi gritado aos 33, quando o camisa 9 tentou um chute de quase do meio de campo e pegou muito mal na bola.
Fim do primeiro tempo só com a torcida do Botafogo cantando. No lado vascaíno, nem aplausos, nem vaias.
Torcida do Vasco encheu o setor Sul do Maracanã
O Vasco voltou para o segundo tempo com Pikachu no lugar de Wagner, que sentiu dores no joelho, e levou sete minutos para incendiar a arquibancada. Mateus Vital tocou para Nenê finalizar pelo lado de fora da rede, o suficiente para os vascaínos voltarem a pular no Maracanã. A explosão de alegria foi aos 23 minutos, gol de Nenê.
Quase todos os jogadores foram até a beira da arquibancada festejar com a torcida. Em meio empolgação, um torcedor caiu no gramado e foi retirado por seguranças. Não demoraram os cantos de provocação aos torcedores alvinegros. A convivência entre as torcidas é pacífica, mas a rivalidade continua.
Os vascaínos pediram e vibraram com a entrada de Paulo Vítor, que logo tentou uma lambreta próxima à linha de fundo. Os jogadores do Botafogo encararam como provocação, foram para cima do atacante de 18 anos, e o resto do grupo vascaíno tomou as dores. Empurra-empurra e novamente o garoto teve o nome gritado pelos torcedores.
Na falta perto da área, os gritos foram para Martín Silva, mas nem precisou. Gilson cobrou na barreira e deu a deixa para o encerramento: “Deixa o caldeirão ferver!”.
Após o apito final, o sistema de som do estádio começou a tocar o hino do Vasco, sendo abafado pela torcida. Enquanto isso, no gramado, os alvinegros foram para cima da arbitragem reclamar.
Mas tudo ficou bem. Atletas de ambas as equipes depois se abraçaram, alguns trocaram camisas, e o Vasco mostrou que está mais do que vivo na briga por uma vaga na competição continental na próxima temporada.
Os jogadores ainda se voltaram juntos para a arquibancada e aplaudiram enquanto o sistema de som do estádio puxava os gritos de “Casaca!”. O final na medida para um sábado de festa vascaína.
Fonte: Globo EsporteMais lidas
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