Futebol

Vasco SAF mira atingir patamar de receita de clube da Série A ao longo prazo

O Vasco deve concluir a venda de 70% da sua SAF para o 777 Partners até o início de setembro. A partir da daí, o grupo começará a investir para preparar o time para jogar o Brasileiro da Série A em 2023 — caso consiga o acesso. A longo prazo, o plano do fundo é que o clube carioca atinja um patamar similar ao Palmeiras do ponto de receita.

Há duas etapas previstas no desenvolvimento da Vasco SAF. Primeiro, o clube receberá R$ 630 milhões em investimentos da 777 Partners por um período de três anos, com início mais forte para formação do time para 2023. Então, haverá um ciclo com esse dinheiro até 2026 para complementar o orçamento do futebol.

A verba será usada para manter o futebol do Vasco no grupo de cinco maiores investimentos no futebol brasileiro. É necessário já que, no último ano, o clube cruz-maltino obteve apenas cerca de R$ 150 milhões em receita. Haverá um crescimento para a próxima temporada com a subida para a Série A, com cotas de TV, mas o clube ainda precisa se desenvolver em patrocínio e gestão de vendas de jogadores.

A partir de 2027, a ideia é que o Vasco passe a gerir receitas suficientes para bancar o próprio futebol em um patamar alto sem necessidade de aportes. Ora, para isso, a meta é de atingir uma arrecadação em torno R$ 600 milhões ao ano.

A meta tem como paradigma o Palmeiras. No Vasco, entende-se que há similaridades de potencial dos dois clubes: ambos são de colônia, com torcidas de tamanho parecido, com um rival com maior grupo de torcedores na cidade, passaram por uma crise que os levou a segunda divisão. Portanto, o time alviverde torna-se uma referência do ponto que a SAF quer chegar no longo prazo se explorados os potenciais comerciais plenamente.

No ano passado, o Palmeiras obteve quase R$ 1 bilhão de receita. Mas, desse total, eram R$ 746 milhões referentes à temporada de 2021. Só que, deste total, lembremos que foram R$ 75 milhões do título da Libertadores, que não ocorrerá todo ano. O patamar de receita alviverde padrão, portanto, gira na casa entre R$ 600 milhões e R$ 700 milhões.

Há desvantagens, no entanto, para a agremiação vascaína em relação à alviverde. O Palmeiras já tem um estádio construído para 40 mil pessoas, em uma área nobre de São Paulo. O Vasco terá de reformar São Januário, decidir o tamanho do estádio e o local é menos central. A torcida palmeirense distanciou-se da vascaína nos últimos anos. Além disso, o clube alviverde está no principal mercado econômico do país, São Paulo.

Mas os executivos do 777 Partners já têm atuado em projetos-chaves como a Liga do Brasileiro. Os ganhos de escala por ser um grupo de clubes global em expansão também podem ser explorados. Além disso, há a intenção de expandir os ganhos com a digitalização do clube, o que o Palmeiras ainda engatinha.

Fonte: Coluna Rodrigo Mattos - UOL