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Vasco prevê folha salarial de R$ 3,8 milhões em 2022

O orçamento do Vasco para 2022 prevê que o futebol terá folha salarial de R$ 3,8 milhões. O valor é ligeiramente superior ao que encerrou a atual temporada, que ficou marcada pelo fracasso em campo e permanência na Série B.

A proposta foi apresentada pela direção, na noite desta terça-feira, em sessão do Conselho Deliberativo. Pela primeira vez, a reunião foi transmitida ao vivo pela VascoTV e teve cobranças de opositores em mensagens online e a revelação de que dois novos patrocinadores estão em vias de assinar contrato com o Vasco - devem somar cerca de R$ 2,5 milhões e estão sob análise do departamento jurídico, informou o vice-presidente de marketing Vitor Roma.

Por conta de alguns erros na peça, o orçamento não foi votado. A maioria dos conselheiros optou por usar do Artigo 8 do estatuto, que prevê deixar a sessão de hoje aberta. Desta forma, em janeiro, com as correções a serem feitas pela direção, a proposta será apreciada.

Em uma apresentação na qual explicou o trabalho feito pela direção, Adriano Mendes, vice de finanças, disse que 2021 começou com folha salarial (jogadores e comissão técnica) de R$ 6,7 milhões. Valor que caiu para R$ 3,7 milhões em outubro.

- A gente pegou o pico da folha desse ano e, com as dificuldades orçamentárias, se fez a previsão. A ideia é, dentro do possível, com a estabilização do clube, aumentar isso aí. Esse esforço certamente ocorrerá no ano. Esses R$ 3,8 milhões estão acima do que a média dos times que conseguem o acesso - disse Adriano Mendes.

Em linhas gerais, segundo a apresentação, o orçamento prevê arrecadação de R$ 173 milhões e gastos de R$ 235 milhões. Tal diferença negativa de R$ 62 milhões revela uma necessidade de captação de recursos - Adriano, na conclusão da sua fala, admitiu haver erros no orçamento que precisam ser corrigidos, o que aumentaria a necessidade de a captação aumentar para R$ 73 milhões.

Para tal, as possibilidades são empréstimo, venda de jogadores ou aumento de receitas. Adriano Mendes revelou ainda que a direção do Vasco pretende levar jogos ao Maracanã (estimou 12 de 19 jogos do time na Série B), o que poderia aumentar a receita de bilheteria, algo estimado em R$ 24 milhões.

Presidente Jorge Salgado comete gafe

Enquanto Adriano Mendes falava, alguns conselheiros usaram o chat da transmissão online para protestar. Em determinando momento, a caixa de mensagens acumulou 31 manifestações. Foi o caso de Simão Argolo, que questionou:

- Como que alguém pode esquecer alguma coisa no orçamento?

Fabio Monteiro aproveitou para responder:

- A explicação é a falta de competência, isso está bem claro.

O presidente Jorge Salgado, presente na reunião online, cometeu uma gafe. Em determinado momento, o perfil dele abriu a câmera. A imagem que apareceu foi de um perna.

Dois patrocinadores perto de assinar com o Vasco

Vitor Roma, vice de marketing, participou da apresentação. Ao fazer um balanço da sua área, o dirigente revelou que dois novos patrocinadores estão em vias de assinar com o Vasco.

- Os contratos estão nos departamentos jurídicos - disse, sem revelar o nome das empresas.

Segundo Vitor Roma, em janeiro de 2021, a camisa do Vasco valia R$ 14,1 milhões (Havan, TIM, BMG e PES). Em dezembro, o valor subiu para R$ 26,2 milhões (Havan, TIM, BMG, Forte Aliança, PixBet e Multimarcas). Caso essas duas novas empresas realmente acertem com o clube, o valor subiria para R$ 28,6 milhões.

Conselho Fiscal faz ressalva ao orçamento, e sessão tem bate-boca

O Conselho Fiscal recomendou a aprovação da proposta orçamentária, porém, com uma ressalva. Segundo Marcos Amorim, presidente do Conselho Fiscal, o fluxo de caixa projetado foi inferior em R$ 21 milhões no que diz respeito ao pagamento do Regime Centralizado de Execuções - programa de pagamento parcelado de dívidas trabalhistas e cíveis.

- Pô, não é possível que você vai recomendar a aprovação dessa proposta. Isso é loucura - interrompeu Simão Argolo.

Houve um princípio de bate-boca, com alguns conselheiros se manifestando. Logo, os ânimos se acalmaram.

Zeca Bulhões, vice jurídico, então, foi chamado para responder se há risco de haver diferença entre o orçamento e a proposta de pagamento do RCE enviado à Justiça:

- É uma projeção para os próximos três anos. É natural que ela possa passar por ajustes. Não tem como acertar na mosca o que vai acontecer em três anos. Em nada impacta no RCE.

Fonte: ge