Vasco possui três modelos de projetos para virar SAF

O Vasco apresentou aos seus conselheiros na última segunda-feira (31), três modelos de projetos para o clube virar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

Em carta aberta aos Conselhos Deliberativo e de Beneméritos, obtida inicialmente pelo ge, na qual a ESPN Brasil também teve acesso, a diretoria cruzmaltina apontou que o modelo de sua preferência seria o mesmos adotado por Cruzeiro e no Botafogo, tendo o Vasco como sócio minoritário.

Após quase dois meses de estudo, o clube entendeu que os investidores mais qualificados procuram ter mais o controle do futebol. Por isso, a diretoria avalia que ser sócio minoritário geraria um impacto mais imediato e maior para reerguer o futebol. No entanto, as outras possibilidades não foram descartadas e também são avaliadas. A decisão final será dos sócios.

Inicialmente, a ideia do Vasco era manter 100% do controle da SAF. No documento enviado aos conselheiros, a diretoria deixa claro que o sócio minoritário é o modelo mais praticado no futebol mundial e que seria mais benéfico ao clube.

''Em razão das peculiaridades de mercado apontadas, a Diretoria Administrativa entende que o modelo de negócio mais factível é aquele em que o investidor realiza um aporte significativo e adquire o controle da SAF, pois, além de ser o modelo mais praticado no futebol mundial, oferece investimentos no futebol'' diz trecho da carta.

No documento, o clube frisa, no entanto, que seria necessário criar regras para preservar a identidade do Vasco.

''Nesse caso, é essencial que sejam ajustadas regras que assegurem a preservação das tradições e da identidade e a realização de investimentos na SAF que a coloque em condições de disputar títulos e ser protagonista no futebol brasileiro e sul-americano'', aponta outro trecho da carta.

A partir de agora, caberá aos conselheiros e sócios definir qual o melhor plano de negócio a seguir, de acordo com os três formatos possíveis de SAF apontados pela diretoria. A expectativa é de concluir, até o final desta semana, o estatuto da SAF, projeto que vem sendo elaborado há meses com jurídica externa.

Entenda as diferenças dos três modelos:

SAF 100% de titularidade do Vasco

Nesse modelo, o Vasco seria dono de todas as ações da SAF, ou seja, não venderia ações para investidores. De acordo com o clube, seria possível usar fontes de capital de terceiros para financiar o futebol, como por exemplo, a contratação de empréstimos bancários, que teriam parte das ações como garantias.

SAF com participação majoritária do Vasco

Essa era a ideia inicial do clube onde o Vasco colocaria a disposição até 49,99% das ações para investidores, mas manteria o controle sobre a SAF. No entanto, o documento ressalta que esse modelo é incomum nos dias atuais, pois os investidores, ao longo do tempo, passaram a pedir um maior controle sobre o futebol para injetar dinheiro no clube.

A carta cita ainda que, apesar de se trataram de modelos de negócios diferentes, a Nations Bank, em 1998, injetou 30 milhões de dólares e possibilitou a contratação de reforços e a conquista dos títulos da Conmebol Libertadores, a Copa Mercosul e do Campeonato Brasileiro.

SAF com participação minoritária do Vasco

Esse é o formato adotado por Botafogo e Cruzeiro e o que a diretoria cruzmaltina aponta como ''preferido''. Nele, o clube manteria uma pequena porcentagem da SAF, mas o controle e poder para dirigir o futebol seriam do investidor.