Vasco não vence um clássico regional há quase um ano

O Vasco já venceu duas partidas na Taça Rio, mas ainda é um time inseguro. A torcida continua com um pé atrás, à espera de um sinal de que o pior realmente já passou. O clássico de domingo, contra o Botafogo, pode representar o fim das desconfianças e o início de um novo período em São Januário. Mas tem que vencer, e é aí que está o problema. O Vasco não ganha um clássico regional desde 28 de março do ano passado, quando fez 3 a 0 no Fluminense pela Taça Rio. De lá para cá, foram oito jogos contra Flamengo, Fluminense e Botafogo com três derrotas e cinco empates.

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Dos 11 titulares de hoje, apenas o goleiro Fernando Prass e o lateral Fágner já tiveram o prazer de vencer um clássico carioca. Mas todos estão conscientes de que o time precisa como nunca de uma vitória convincente sobre um grande rival.

— Estamos precisando vencer um clássico para reconquistar nossa torcida. São em jogos assim que uma equipe mostra que tem condições de disputar o título. O torcedor quer uma prova de que as oscilações terminaram, de que o time está mais coeso, mais determinado. E nada melhor para isso do que vencer o atual campeão carioca — afirma o lateralesquerdo Ramon.

Éder Luís já enfrentou Flamengo, Fluminense e Botafogo no Brasileiro, e apenas o rubro-negro no Carioca — derrota de 2 a 1. Quer ter o prazer de se reapresentar em São Januário após vencer um clássico:

— No ano passado, jogamos bem a maioria dos clássicos, mas não conseguimos vencer. Já deu para notar que isso faz muita diferença aqui no Rio.

Faz tanta diferença que a impressão que se tem é de que o jogo é muito mais importante para o Vasco do que para o Botafogo. Para Gaúcho, auxiliar técnico de Ricardo Gomes, o espírito tem que ser este mesmo, já que é o Vasco quem tem mais a perder. Os jogadores também têm esta sensação.

— Mostramos poder de superação contra o Madureira. Podemos jogar de igual para igual com o Botafogo, mas sem oscilar tanto. Pode ser fatal — alerta Ramon.

Entre as preocupações de Ricardo Gomes está a defesa. Na Taça Rio, já são sete gols sofridos em três partidas. No Carioca, o time levou 16 gols em 10 jogos. Anderson Martins, que não enfrentou o Madureira por estar suspenso, tem volta assegurada.

— Sair atrás no placar gera insegurança, te obriga a correr atrás. O desgaste é maior. Contra Madureira e Duque de Caxias, já invertemos a situação — lembra Éder Luís.

Ontem, os titulares ficaram em São Januário fazendo musculação. Os demais treinaram no campo do Ciaga, na Avenida Brasil. Entre eles Diego Souza, que já tem condições legais de atuar pelo Vasco.

— Ele só não terá condições de enfrentar o Botafogo se o Atlético-MG não der a liberação. Mas não há motivo algum para isso. Já pagamos o que eles queriam. Agora está nas mãos do treinador — garantiu o gerente Rodrigo Caetano.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal O Globo)