Vasco investe na ginástica rítmica, mas atletas não têm verbas para viagens

Encontrar ouro não é tarefa fácil. E deixá-lo escorrer por entre os dedos, é algo pior ainda. É mais ou menos a situação da ginástica rítmica no Rio, que daqui a um ano, em julho de 2007, vai sediar os Jogos Pan-Americanos. A falta de recursos financeiros e de estímulo são tamanhos que uma das mais promissoras atletas cariocas acaba disputando competições nacionais por outro estado, que lhe dá o devido apoio.

- O Pará investe muito na ginástica rítmica. Lá, há um centro de treinamento muito bom, com dois tapetes que permitem treinos simultâneos. Além disso, eles conseguem mandar meninas para treinar nos melhores países na modalidade, como Bielorrússia, Rússia e Bulgária - conta Luísa Filgueiras, de 16 anos, atleta de individual do América, que compete pelo Pará em Campeonatos Brasileiros.

Para Luísa, quarta no ranking juvenil brasileiro, a dura realidade no Rio a obriga a viajar cinco horas de avião para treinar em Belém.

- Meu sonho seria representar o Rio, o meu estado. Adoro o meu América, onde me criei. Mas não consigo um bom patrocínio. Aqui, a gente mal sonha com um tapete, que dirá com um tablado - acrescenta.

\"Paitrocínio\" ajuda a sustentar atletas

Luísa não é uma ginasta qualquer. É um talento, segundo a treinadora Andonia Stavracakis, há 39 anos na modalidade. No dia 1 de agosto, Luísa disputará, pelo Pará, os Brasileiros por Equipes e Individual.

- A realidade é muito dura. No América temos local para treinos, mas temos dificuldades, como os demais clubes - lamenta Andonia.

Os problemas do América são realidade também no Vasco. Com cinco atletas e 30 na escolinha, o clube luta para manter atletas.

- O Vasco tem local de treino, mas não verbas para viagens. Isso depende das famílias das ginastas - revela a técnica Luciana Menezes.

Investindo em novos talentos, o Vasco já garimpou Fernanda Marques, de 10 anos, revelação na categoria mirim e que já foi convidada a treinar em Vitória (ES), com a seleção brasileira. Ao seu lado, competem pelo clube Yanna Vidal, de 12 anos, Rejane Ferreira Silva, de 13, e Daniele Dandara, de 12, todas com títulos estaduais mirins e infantis.

Os motivos que levaram essas jovens atletas ao esporte foram os mais variados. Rejane torce:

- Esperamos que o nosso esporte melhore com o Pan-2007.