Vasco é um dos clubes que mais tem jogadores lesionados; veja lista
O Flamengo procurava Pedro em todos os lances de ataque que criava contra o Bolívar, na quinta-feira, em confronto pelas oitavas de final da Libertadores. Até que não encontrou mais. Autor da assistência do primeiro gol da partida (que terminou 2 a 0 para o rubro-negro), de Luiz Araújo, o centroavante sentiu um desconforto no músculo posterior da coxa esquerda justamente num dos lances em que foi acionado e pediu para sair. Um problema que deve se tornar cada vez mais comum a partir deste mês, quando as copas do Brasil e Libertadores retornam e dividem as semanas com o Campeonato Brasileiro.
O Flamengo, que disputa também a Copa do Brasil, ainda viu Gabigol sentir o mesmo problema, mas na coxa direita. Com o camisa 99, o número de atletas no estaleiro subiu para quatro — Viña e Cebolinha já estão fora do restante da temporada, com lesões graves.
O rubro-negro não é o único com problemas. Levantamento do GLOBO mostra que, dos 15 times que disputam o Brasileirão em paralelo à Copa do Brasil, Libertadores ou Sul-Americana, 14 têm atletas afastados por lesões, 13 deles com pelo menos um problema muscular.
No total, são 49 jogadores afastados, 25 em lesões musculares e outros 20 em contusões mais graves, muitas delas que levaram a cirurgias. Outros quatro casos são de problemas físicos mais leves ou não esclarecidos. Apenas o Athletico não tem atletas afastados de seus trabalhos, enquanto alguns dos nomes já estão em fase de transição física.
O mais afetado é o Fluminense, com seis fora de combate. Já Botafogo, Corinthians e Vasco têm cinco afastados cada um. O clube paulista, que assim como o tricolor, briga contra o rebaixamento (se enfrentam hoje, às 21h), além dos problemas físicos, ainda tem a ausência em campo do atacante Yuri Alberto, que vem se recuperando após cirurgia de retirada da vesícula biliar.
No recorte das lesões musculares, “lideram” Botafogo e Fortaleza, primeiro e segundo colocados do Brasileirão, mais o Bragantino, cada um com três.
O alvinegro, líder do campeonato, por exemplo, tem sustentado a campanha em Libertadores e no nacional (foi eliminado da Copa do Brasil nas oitavas) com as lesões musculares na coxa direita de Jeffinho — que aproveitou o afastamento para passar por uma artroscopia no joelho — e do meia Eduardo, que viu um problema no músculo anterior da coxa direita levá-lo à mesa de cirurgia. No fim de semana passado, o treinador Artur Jorge poupou titulares, e o Botafogo foi surpreendido com uma derrota para o Juventude no Alfredo Jaconi.
O Fortaleza, vice-líder do Brasileirão, a um ponto e com um jogo a menos que o alvinegro, também sofreu numa competição paralela. Na última quarta-feira,quando foi à Argentina enfrentar o Rosario Central pela Copa Sul-Americana, já estava desfalcado do meia Calebe (em fortalecimento muscular) e do atacante Lucero (com edema muscular na coxa direita). Ainda na partida, perdeu Marinho, outro atacante importantíssimo. Logo depois de marcar o golaço no empate em 1 a 1 para o Leão do Pici, ele sentiu dores na coxa esquerda e precisou ser substituído.
Copa do brasil perto
Enquanto a última semana teve o início das oitavas de Libertadores e Sul-Americana, com os jogos de volta marcados para os próximos dias, a Copa do Brasil deixará o calendário ainda mais apertado. Os jogos da ida das quartas (que terá os confrontos sorteados na segunda-feira) estão marcados para o fim deste mês, a partir do dia 28. Os da volta começam no dia 12 de setembro, uma semana antes das quartas da Libertadores.
Não há outra solução senão rodar o elenco ao longo das competições. Uma desvantagem das equipes brasileiras da qual o adversários já estão cientes.
—Acho que pode ser determinante a questão do calendário brasileiro. Isso influencia muito nos jogadores deles, esse monte de lesão não é à toa. O calendário está desfavorecendo, fizeram muitos jogos pesados, de alta intensidade e um atrás do outro, tem mais um domingo (contra o Botafogo) que eu acho que vai prejudicar muito— destacou o atacante brasileiro Bruno Sávio, do Bolívar, após a derrota para o Flamengo.
Com 16 rodadas de Brasileiro e três fases mata-mata antes da decisão de cada competição, quem colocar o departamento médico para trabalhar menos sai na frente. (com André Zajdenweber)
Fonte: Globo Online