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Vasco é um dos clubes brasileiros no "Fifa Manager 2012"

A franquia de futebol mais famosa do mundo recebe uma nova versão de seu popular manager. FIFA Manager 12 coloca o jogador no papel de dirigente, sem fugir de qualquer responsabilidade. Confira:

Libere o cartola que existe em você

Fifa Manager 12 traz a figura do manager. Apesar de ser incomum em gramados brasileiros, este é um cargo no qual o técnico assimila as funções de um gerente de futebol, forma de trabalho comum em toda a Europa. Os managers são seres com poderes mágicos e muita responsabilidade, que administram toda a rotina de um clube, de esquemas táticos à contratações, em seus aspectos mais problemáticos. E para quem quer se aventurar na vida difícil desses “seres”, o game da EA Sports é um prato cheio.

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Como nas versões anteriores da franquia, a rotina das equipes é destrinchada ao máximo e é possível dar pitaco em tudo, semelhante a outros jogos do gênero, como Football Manager e Championship Manager. A diferença é que, além da vida profissional, em Fifa Manager é possível também cuidar da vida pessoal, com filhos (que podem se tornar futuros talentos do esporte), esposa, namoradas, investir na bolsa de valores, fazer programas de lazer, entre outros. Ainda assim, este é um aspecto que não parece acrescentar nada ao game, a não ser pelo outro lado da profissão de técnico de futebol.

Outro recurso interessante da série, que na edição de 2012 está ainda melhor, é a possibilidade de construir e ampliar estádios usando ferramentas de construção que lembram um pouco (bem pouco) The Sims. Com pouco dinheiro disponível no início, é possível construir desde estádios do nível das Laranjeiras, Caio Martins ou Parque São Jorge, com aquele climão de jogos amadores. Conforme a grana aumenta, o caldeirão de sua equipe pode tomar formas semelhantes ao Emirates Stadium ou Amsterdan Arena, dois dos estádios mais modernos do mundo.

A fome continua

Fifa Manager 12 tem todos os detalhes minunciosos que poderiam colocá-lo a frente de seus concorrentes, e com tudo organizado de forma muito mais simples, prático e acessível aos iniciantes. Só que tamanha simplificação tem seu preço: o título tem tanta coisa a se fazer, que tudo é feito com pouca profundidade. A impressão é que o prato está cheio, mas você vai continuar com fome após jogar o game.

As coisas chegam a funcionar de forma mecânica, sendo que no começo da carreira de técnico o jogador vai levar muita pancada e perder de goleada muitas vezes. Nas partidas em tempo real, uma das grandes atrações da série, por utilizar o mesmo motor de Fifa, a Inteligência Artificial se mostra inconsistente, bem diferente do game de futebol mais popular do mundo. É comum os jogadores recuarem a bola para companheiros de equipe que estão de costas, inclusive o goleiro. O resultado é habitualmente desastroso, e gera impaciência, pois – óbvio – não é possível controlar a esquadra em campo.

No plano tático, mesmo que você compre jogadores polivalentes, que atuem bem em diversas posições, a retidão e falta de detalhamento do jogo não permite sucesso ao tentar a reprodução de esquemas táticos diferenciados, como o Futebol Total do saudoso técnico holandês Rinus Michaels, ou mesmo o utilizado por Pep Guardiola no Barcelona, que atua praticamente sem atacantes de origem. Em Fifa Manager, ambos são certeza de fracasso.

A falta de polimento no plano tático é minimamente compensada pela novíssima possibilidade, acrescentada nesta versão, de controlar a forma de jogo de sua equipe em tempo real por meio de um menu. Ao clicar nele, um leque de opções se abre, pausa a partida automaticamente e torna mais fácil dar ordem a cada um dos jogadores durante o jogo. Pode ser o prenúncio do fim das montanhas de menus dos concorrentes, que torna-os pesadelos aos novatos.

Para inglês ver

Todos os jogos de simulação de gerenciamento de futebol privilegiam as competições britânicas por um bom motivo: este povo é consumidor ávido do gênero. Junto com os alemães, claro. E FIFA Manager 12, apesar de ter apelo internacional e aval da entidade máxima do futebol mundial, não se difere em nada de outros títulos neste áspecto.

Quem quiser jogá-lo tem de ter proficiência total na língua inglesa, até para não comprar gato por lebre. A moeda do jogo é a libra esterlina e a pirâmide de competições do futebol inglês é reproduzida em detalhes, com cada cidade possuindo fotos e descritivos, para que o jogador também ganhe um pouco de cultura sobre cada lugar que visita. A narração também é em inglês. Mas isso é luxo, considerando que a Electronic Arts se esqueceu dos brasileiros até na série FIFA Soccer…

Em FIFA Manager 12, aliás, o Brasil foi rebaixado a quinta divisão do futebol mundial. Apenas 14 clubes nacionais estão devidamente caracterizados: Atlético Mineiro, Atlético Paranaense, Bahia, Botafogo, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Grêmio, Palmeiras, São Paulo, Santos e Vasco da Gama. O Internacional há anos não figura em games da EA Sports devido a questões de licenciamento…

A primeira divisão e a segunda divisão do Campeonato Brasileiro são um martírio, povoadas de times genéricos, carregando apenas os nomes das cidades que representam. A situação é a mesma no resto da América do Sul, em que apenas o Boca Juniors e o River Plate aparecem licenciados. Nem os outros grandes clubes do continente, como Peñarol, Nacional e Independiente de Avellaneda são reproduzidos.

O jogo é predominantemente europeu, pouco do estilo brasileiro ou sul-americano em comandar uma equipe está presente e até a atmosfera nos estádios remete aos times ingleses, com cachecóis erguidos e sem batuque com batidas latino-americanas. Meu querido Independente Futebol Clube, de Mauá (SP), parecia estar sempre jogando em estádios do Reino Unido. E nem os clássicos virtuais com a Associação Atlética Industrial seriam capazes de mudar esse clima.

Live Season

O modo Live Season possibilita gerenciar o time em tempo real e enfrentar outros jogadores online, numa temporada real, de onze ligas europeias, semelhante às Ligas Interativas do Fifa Soccer. Além disso, estar com o game sempre conectado à internet possibilita a atualização dos elencos e status de cada jogador na temporada. Tudo muito bonito, se não fosse pelo empecilho: a brincadeira tem um custo adicional de R$ 9,90 pela Origin, a loja virtual da EA.

Conclusão

FIFA Manager 12 continua como uma terceira via entre os simuladores de gerenciamento de futebol. Recomendado aos menos fissurados nas táticas do futebol e mais entusiastas do glamour que envolve o mundo da bola no pé. Entrar com a equipe em campo é mais rápido do que em qualquer outro título do gênero. Se prefere realismo extremo em táticas, estratégias de jogo e na simulação do futebol em si, escolha Football Manager 2012, ou espere por Championship Manager: World of Football.

Fonte: Techtudo