Futebol

Vasco de PC Gusmão alia técnica e raça

O cobertor em São Januário está do tamanho certo e desde a chegada de Paulo César Gusmão que cobrir a cabeça não tem significado descobrir os pés. Há seis partidas sem perder no Campeonato Brasileiro, o Vasco tem unido as qualidades de uma defesa emergente e dos reforços com a disposição sem a bola ou em situações adversas, como foi na partida contra o Vitória, em que atuou durante todo o segundo tempo com um jogador a menos. É nesta combinação que o time se apoia para dar continuidade à arrancada na competição.

– Falei que era importante os jogadores assimilarem que poderão botar a qualidade em prática, mas precisam se doar sem a bola. A doação tem de ser total. Em cima disso é que estamos conversando no dia a dia – explicou o treinador.

A vitória sobre o time baiano foi uma síntese do discurso do treinador. Durante o primeiro tempo, o Vasco foi superior, com boa participação dos medalhões – coube a Zé Roberto garantir a vitória –, e uma atuação sem sustos no setor defensivo. Sem Carlos Alberto, o panorama mudou e a raça passou a ser fundamental para que os três pontos fossem conquistados. O time passou no teste nos dois momentos e saber a hora certa de mudar o tom em campo tem sido fundamental.

– PC conversou com o time no intervalo. Ele nos disse que precisaríamos nos dedicar ainda mais – afirmou o volante Rômulo.

Nesta pegada, o Vasco saiu da penúltima colocação para o 11º lugar. Em dois meses, pouco sobrou daquele time de antes da parada para a Copa do Mundo, com uma das defesas mais vazadas do campeonato e com derrotas dentro e fora de casa. A sensação na Colina hoje é a de que apenas uma ponta não seria suficiente para a recuperação. A chegada de reforços para um time sem disposição ou a entrega em campo sem qualidade para jogar seriam dois exemplos da velha analogia do cobertor curto. Se a evolução técnica aparece com os treinos, a parte motivacional é trabalhada de forma diferente.

– A raça vem de dentro de você.

É necessário ter atitude. É o que procuramos fazer, mexer com os jogadores – afirmou PC Gusmão.

Bate-bola com Fágner

Como foi a conversa com o PC Gusmão no vestiário?
Como a expulsão foi no fim do primeiro tempo, logo depois fomos para o vestiário e deu para o PC organizar o time, a defesa... Quando voltamos, ele pediu para cada um se doar pelo menos 10% a mais dentro de campo.

Após o apito final do árbitro, todos os jogadores vibraram muito. Foi por conta da dedicação que vocês tiveram em campo?
Sabíamos da importância do resultado dentro de casa, ainda mais depois da vitória dos concorrentes diretos e de termos vindo de um empate contra o Flamengo. A comemoração envolveu isso também. O jogo foi brigado, praticamente uma guerra. Lutamos muito por esse resultado.

E agora já começam a se aproximar dos primeiros colocados...
Sempre conversamos que, pelo plantel do Vasco, temos condições de chegar ao G4, conquistar uma vaga na Libertadores e, inclusive, chegar ao título. Estamos focados, mas vivemos jogo a jogo. Com esse pensamento, sabemos que temos potencial para ir longe na competição.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)

Fonte: Jornal Lance