Vasco comete confusão com pagamento do processo de Edmundo; Entenda
O Vasco da Gama cometeu uma confusão daquelas ao tentar saldar uma dívida com o ex-atacante Edmundo.
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Por conta de um processo movido em 2001 pelo “Animal”, o Cruzmaltino foi obrigado a pagar quase R$ 60 milhões ao ídolo, depois que o valor original da ação (R$ 14 milhões) foi corrigido.
No entanto, após a confecção de um acordo na Justiça do Trabalho, Edmundo abriu mão das correções monetárias e aceitou o pagamento de R$ 2.899.694,32 para encerrar de vez o caso.
Em dezembro de 2019, o Vasco alegou ter pago exatamente esse montante, aparentemente fechando de vez a história.
No entanto, em 6 de janeiro deste ano, Edmundo, que atualmente é comentarista do canal FOX Sports, afirmou ao vivo durante um programa que a diretoria vascaína estava mentindo ao alegar que havia quitado a dívida.
Imediatamente, o clube da Colina reagiu e emitiu uma nota oficial garantindo que havia, sim, transferido os quase R$ 3 milhões ao “Animal” – a agremiação postou foto até mesmo da guia de pagamento para provar.
Além disso, o Vasco acusou o ex-jogador de estar “atacando” o time por motivações políticas, “ludibriando seus milhões de torcedores”.
Veja a nota publicada na ocasião:
Nesta segunda-feira (06/01), o ex-jogador Edmundo Alves de Souza Neto mais uma vez usou o espaço que lhe é concedido pela FOX Sports para atacar o Club de Regatas Vasco da Gama e ludibriar seus milhões de torcedores. Reconhecidamente ligado a um grupo de oposição à Diretoria Administrativa do Clube, Edmundo escolheu o caminho da política rasteira ao se referir ao acordo feito com o Vasco na Justiça. A atual Diretoria tem feito enorme esforço para renegociar e quitar os passivos do Clube. Assim foi no caso do ex-atleta Edmundo – diga-se, o único entre todos os credores que penhoravam R$ 32 milhões dos cofres do Clube a não aceitar um desconto; a Diretoria cumpriu o seu dever, honrando o compromisso. Qualquer narrativa que desconsidere este fato carece de honestidade e boa fé. Por ser, inegavelmente, um dos maiores ídolos da história do Vasco e, sobretudo, por esta condição, Edmundo deveria ter um maior apreço à verdade ao se referir ao Clube. Tivesse qualquer dúvida, bastaria que o ex-jogador e agora formador de opinião pedisse ao seu advogado – que é, aliás, presidente de um clube rival [N.R.: o Vasco se refere a Mário Bittencourt, sócio do Bittencourt & Barbosa Advogados & Associados, que representa Edmundo] – para entrar em contato com o Vasco, antes de ir à televisão desrespeitar não apenas o torcedor vascaíno e a Instituição, mas os telespectadores da emissora para a qual trabalha".
A tréplica veio por meio do advogado de Edmundo, Luís Eduardo Barbosa, que assegurou que o “Animal” não havia sido notificado de qualquer pagamento, lamentando ainda a nota oficial vascaína.
“Lamentável a postura do clube e de quem redigiu a nota oficial tentando denegrir a imagem de um ídolo que já abriu de altíssimo valor neste mesmo processo pelo amor que tem ao Vasco”, disse Barbosa, em trecho de comunicado.
Mas, afinal, quem estava falando a verdade?
ATÉ FOI PAGO, MAS...
O que acontece neste caso é que as duas partes têm (um pouco de) razão.
O Vasco, de fato, fez a transferência de dinheiro para Edmundo.
No entanto, o pagamento foi feito no processo errado, e, por isso, o “Animal” não foi notificado de que havia recebido o montante acordado.
A guia de pagamento, no caso, era referente a um outro processo movido por Edmundo contra o Vasco, que tramita na 30ª Vara da Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro.
A ação correta, porém, é a que está na 54ª Vara, e para qual o pagamento de R$ 2.899.694,32 deveria ter sido feito pelo Cruzmaltino.
A confusão foi registrada inclusive pela Justiça no processo, ao qual a ESPN teve acesso.
Em 2 de fevereiro, o advogado de Edmundo pediu ao magistrado da 30ª Vara para que transferisse o pagamento para a 54ª Vara, de forma que a dívida de 2001 fosse quitada, como pode ser visto abaixo.
A reportagem procurou o Vasco na última quarta-feira e questionou o clube sobre quem era o responsável por pagar o processo errado: o clube, que teria se equivocado, ou a Justiça, que teria emitido uma guia trocada.
Além disso, a ESPN questionou o time carioca se a Justiça já havia notificado a agremiação e Edmundo que o caso foi “solucionado”.
Até a publicação desta matéria, porém, o Vasco não respondeu.
Caso a equipe o faça, o texto será atualizado.
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