Vasco cai de 7º para 8º em ranking de marcas mais valiosas
Como já se tornou tradição, a BDO RCS Auditores Independentes divulgou estudo anual mensurando o valor das marcas no futebol brasileiro. Em sua edição 2013, a empresa atribui valor aos 23 maiores clubes do Brasil, sendo seis de São Paulo, quatro do Rio, dois do Rio Grande do Sul, Minas, Paraná, Bahia, Pernambuco e Santa Catarina, além do Goiás. Segue o resultado final, em contraponto às conclusões do material de 2012:
Segundo relatório divulgado pela BDO, o estudo segue rigorosa métrica que inclui 18 diferentes variáveis entre dados financeiros históricos dos clubes, informações publicadas em pesquisas com os torcedores, dados de marketing esportivo, hábitos de consumo e dados sociais e econômicos do mercado em que atuam os clubes analisados.
O Corinthians segue na liderança, sendo o único a romper a barreira bilionária: sua marca valeria R$ 1.108,2 milhões. A acirrada disputa entre Flamengo e São Paulo continua, com o Rubro-Negro atingindo R$ 855,4 milhões frente aos R$ 848,2 milhões do Tricolor Paulista. Completam os 12 maiores: Palmeiras (R$ 496,4 milhões), Internacional (R$ 412,9 milhões), Santos (R$ 377,4 milhões), Grêmio (R$ 359,6 milhões), Vasco (R$ 323,2 milhões), Atlético-MG (214,9 milhões), Cruzeiro (R$ 202,8 milhões), Fluminense (R$ 170,2 milhões) e Botafogo (R$ 124,2 milhões).
Chama atenção a disparidade envolvendo Corinthians, Flamengo e São Paulo e todos os que os sucedem. Além da capacidade econômica, a polarização entre torcedores jovens certamente é um dos fatores cruciais para a relevância do trio. Segundo o Datafolha, nada menos que 50% da torcida nacional entre 16 e 24 anos seria flamenguista, corintiana ou são paulina.
No top-12, houve troca de lugares envolvendo Grêmio e Vasco da Gama. A valoração gremista, tendo como trunfo o potencial da Arena Grêmio, eliminou o empate existente e deixou os vascaínos comendo poeira. Preocupa a perda de relevância cruzmaltina quando se analisam rankings das mais diversas naturezas, envolvam eles números, vendas ou torcedores.
Verifica-se ainda inversão de posições do âmbito de uma das maiores rivalidades do país. Em 2013 o Atlético-MG teria passado a valer mais do que o Cruzeiro, algo que poucos ousariam cravar anos antes. A perda de importância celeste no cenário nacional sucumbiu ao clamor alvinegro, que embora ainda sem títulos, encanta o Brasil na campanha da Libertadores e pelo bom futebol de Ronaldinho e cia.
A distância frente ao Botafogo se mantem, mas o Fluminense se vê cada vez mais distante dos mineiros. Apesar das importantes conquistas nos últimos três anos e de toda a visibilidade que vem como consequência o Tricolor surge ratificado apenas na 11ª posição.
Os números acima apresentam semelhanças com as conclusões do Painel de percepção de mercado do Blog Teoria dos Jogos, meses atrás (relembre AQUI). A mensuração de como os clubes eram enxergados sem cálculos ou tecnicidades fez com que algumas marcas galgassem posições, enquanto outras despencam submetidas a provações matemáticas. A comparação mais apropriada do Painel é com os números da BDO de 2012.
A análise divide ainda a Força das marcas sob três pilares: mercado, receitas e torcida. Sendo assim, alguns clubes valem muito por possuírem torcida numerosa, enquanto outros pela capacidade de geração de recursos ou por estarem sediados em regiões de maior renda. O gráfico em pizza com a configuração dos doze maiores é o seguinte:
Apenas o Flamengo supera 50% do valor como fruto do potencial da torcida. A importância dos mercados do Rio de Janeiro e São Paulo representam muito do que se atribui às marcas de Botafogo (36%), Fluminense e Palmeiras (33%). Já os gaúchos são valiosos por conseguirem capitalizar a paixão de seus torcedores: Internacional (44%) e Grêmio (41%) são os únicos atingirem tal patamar sob a ótica das receitas.
Por fim, o valor consolidado das marcas do futebol brasileiro segue ascendente. Tendo saído de R$ 3,59 bilhões em 2009, o somatório dos clubes avaliados atingiu a cifra de R$ 6,06 bilhões em 2013. O desafio é frear a escalada da dívida, crescente muitas vezes em progressão superior.
Um grande abraço e saudações!
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