Futebol

Vasco aumenta tom com o governo do Rio de Janeiro sobre o Maracanã

O Vasco aumentou o tom com o governo do Rio de Janeiro para assumir a gestão temporária do Maracanã. O clube enviou nesta quarta-feira um novo ofício ao Estado solicitando a participação na administração do estádio, uma vez que a licença do Flamengo acabará na segunda quinzena deste mês.

O documento, endereçado a Nicola Miccione, secretário da Casa Civil, e assinado pelo CEO Luiz Mello, reforça o interesse do Vasco em assumir o Maracanã até que aconteça a licitação. O clube já havia enviado um ofício no dia 28 de outubro, mas não teve resposta. Uma reunião entre Vasco e governo estava prevista para acontecer na última terça-feira, mas foi desmarcada pelo Estado.

O Vasco entende que a falta de resposta do governo do Rio de Janeiro poderia indicar uma tendência da renovação do TPU (Termo de Permissão de Uso Precário) ao Flamengo. Uma das justificativas, acredita o clube, poderia ser a falta de tempo hábil, uma vez que a atual concessão acaba neste mês.

Esse argumento foi rebatido no documento enviado nesta quarta ao Governo. São três questões apontadas pelo Vasco no ofício.

  1. o Estado não pode ignorar um novo interessado
  2. a questão do prazo não pode ser considerada, uma vez que em 2019 a permissão ao Flamengo foi concedida em cinco dias.
  3. a temporada do futebol brasileiro de 2022 termina nessa semana. Após sábado, o Maracanã só voltará a receber jogos na segunda quinzena de janeiro.

Desde o início das negociações com a 777 Partiners, o Vasco vem demonstrando interesse no Maracanã. O clube buscou uma parceria com Flamengo e Fluminense, mas os rivais fecharam as portas. Diante do cenário, o Vasco se aliou à construtora WTorre e à Legends, referência mundial em gestão de estádios, e entrou na disputa para administrar o Maracanã. O nome do consórcio é “Maracanã para Todos”.

O clube chegou a entregar uma proposta ao Governo do Rio de Janeiro. A abertura dos envelopes estava prevista para acontecer no dia 28 de outubro, mas foi suspensa na véspera pelo Tribunal de Contas do Estado, que apontou irregularidades no edital de licitação.

O fato incomodou dirigentes do Vasco e seus parceiros, uma vez que houve um investimento para a realização do projeto. Executivos da 777 Partners estavam no Rio de Janeiro para participar da cerimônia de abertura dos envelopes. Com ela não ocorreu, o Vasco e a 777 se reuniram no dia seguinte, decidiram solicitar a permissão para assumir a gestão provisória do Maracanã e enviaram um ofício ao Governo.

Em 2019, na gestão de Wilson Wiltzel, após o cancelamento do contrato com a Odebrecht, o governo do Rio de Janeiro lançou um edital para que os interessados assumissem o Maracanã de forma provisória, por seis meses. Na ocasião, o então presidente do Vasco, Alexandre Campello, não se interessou. Apenas Flamengo e Fluminense demonstraram interesse.

A convocação pública aconteceu no dia 1º de abril de 2019. Quatro dias depois o Flamengo recebeu a licença provisória para administrar o estádio por seis meses, até que um novo processo de licitação fosse realizado. O que não ocorreu até hoje.

Desde então a licença vem sendo renovada a cada seis meses, de forma emergencial, sem concorrência e sem contestação de terceiros. Essa é a primeira vez que outro clube, além de Flamengo e Fluminense, se mostra interessado em participar. Por isso o Vasco entende que o governo do Rio de Janeiro deve analisar o caso desta vez.

Fonte: Globo Esporte