Futebol

Vasco atende pedidos de Luxemburgo, é malandro e respira no Brasileirão

Na estreia de Luxemburgo, o Vasco vencia o Avaí em São Januário até os acréscimos do segundo tempo, levou um gol e apenas empatou. Depois da partida, o técnico disse:

- No futebol tem de ser malandro. Malandro no bom sentido. Tem de furar a bola. Não é proibido fazer a falta. A falta existe dentro do jogo. Ela existe.

Três jogos depois, o Vasco mostrou exatamente essa qualidade para conseguir segurar a vitória por 2 a 1 sobre o Internacional, em São Januário, pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro. Após abrir 2 a 0 ainda no primeiro tempo, o Cruz-Maltino levou um gol no início da etapa final e não se desesperou. Foi malandro.

O resultado premia mais uma atuação razoável do Vasco – algo a ser comemorado depois de um início tão ruim no Campeonato Brasileiro. Desde a chegada de Luxemburgo, o Cruz-Maltino tem mostrado evolução. Agora, respira: tem seis pontos e está em 17º lugar na tabela de classificação.

Início bom pela direita

Desde quando chegou à equipe, Rossi virou quase que uma válvula de escape: a situação está ruim, bota ele para correr. No início do jogo contra o Internacional, o Vasco parecia só ter o atacante como opção para assustar o adversário. E até que deu certo.

Foi pela direita que o Cruz-Maltino construiu as primeiras boas jogadas da partida. Rossi, com um chute de longe, obrigou Marcelo Lomba a fazer uma boa defesa. O Inter, porém, logo passou a marcar melhor o setor e não deu mais chances por ali. Por isso, o Vasco precisa buscar opções para ser mais criativo.

Dificuldade para defender

Ao mesmo tempo que tentava pressionar o Internacional por jogar em casa, o Vasco se via descoberto na defesa. Em uma das poucas chances do primeiro tempo, o Colorado chegou com perigo na área de Fernando Miguel, e Nico López cabeceou quase da marca do pênalti para fora.

Mais uma vez, o Cruz-Maltino se via no meio de um problema antigo: faz muito esforço para atacar, não marca e se vê exposto na defesa.

Dessa vez, porém, foi diferente...

Quando parecia que a partida em São Januário caminhava para um intervalo sem gols, Andrey e Tiago Reis trataram de balançar as redes e explodir a torcida de alegria. Foi quase como um prêmio a quem propôs o jogo durante quase 45 minutos e parecia querer mais a vitória.

Pela primeira vez no Campeonato Brasileiro, o Vasco foi para o vestiário com dois gols de vantagem.

Como administrar?

O grande problema até aqui, pelo menos nos jogos contra Atlético-MG, Avaí e Fortaleza, foi não conseguir segurar a vantagem até o fim. Tanto que Luxemburgo havia pedido malandragem.

O Vasco foi pressionado. Com Patrick inspirado pela direita, e Pikachu em uma noite ruim na marcação, o Cruz-Maltino viu a bola passar diversas vezes pela frente do gol defendido por Fernando Miguel, que fez boas defesas para evitar o empate colorado.

Desta vez, porém, o Vasco conseguiu ser malandro. Cometeu faltas longe de sua área, teve jogadores que ficaram caídos por minutos, teve goleiro que demorou a cobrar tiro de meta e impedimentos... Cumpriu direitinho o manual de como segurar uma vitória.

Defesa mais protegida

O resultado, aliás, não passa só pela malandragem. O Vasco tem mostrado, no esquema com três volantes, menos sofrimento para segurar os adversários. Tem sido assim desde a chegada do técnico Vanderlei Luxemburgo, que prioriza a marcação neste momento de dificuldade para depois buscar o ataque.

O Cruz-Maltino, então, decidiu se defender. Com o 2 a 1 no placar, colocou os jogadores à frente da área e tentou armar contra-ataques. Teve dificuldade para encontrar os atacantes, mas Luxemburgo terá tempo para corrigir o problema durante a pausa para a Copa América.

Fonte: (ge)