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Vasco ataca em várias frentes para aumentar sua receita

Em apresentação pública transmitida pela Vasco TV, o clube divulgou o balanço financeiro de 2020 — referente ao último ano de gestão de Alexandre Campello — e revelou uma assustadora dívida líquida de R$ 832,2 milhões, sendo que deste montante, R$ 314 milhões são consideradas à curto prazo.

A entrevista coletiva teve a presença do presidente cruzmaltino, Jorge Salgado, do 1º vice-geral, Carlos Roberto Osório, do 2º vice-geral, Roberto Duque Estrada, e do vice de Finanças e Controladoria, Adriano Mendes. O quarteto admitiu a dificuldade diante do quadro, mas garantiu que a diretoria — que assumiu em janeiro deste ano — irá superar tais adversidades ao longo dos próximos três anos.

"A reestruturação começou cedo e está em andamento. Queria passar uma mensagem de muito otimismo, de trabalho, vamos conseguir sair dessa situação. Encontramos uma situação muito difícil, até mais do que imaginávamos encontrar, mas estamos muito imbuídos em resolver essas questões. Temos uma equipe muito competente, motivada a resolver esses problemas e certamente conseguiremos resolver. Posso dizer para vocês que nada vai nos afastar desse caminho de reestruturação e de entregar um Vasco melhor daqui a três anos. Vamos trabalhar diariamente para que isso aconteça", declarou Jorge Salgado.

O balanço dividiu as despesas líquidas por setores, e revelou que R$ 331 milhões são tributárias, R$ 235 milhões são trabalhistas, R$ 145 milhões são cíveis, e R$ 121 milhões são bancárias.

Adriano Mendes apontou um estranhamento da nova diretoria em relação ao aumento da dívida trabalhista em cerca de R$ 120 milhões e revelou que uma auditoria tem sido feita para diagnosticar o problema.

Outra questão que está sendo investigada é em relação a contratos firmados por Alexandre Campello no final de sua gestão e que mantiveram vínculos com o clube para os próximos anos. A diretoria, porém, adota cautela em relação a uma possível punição.

"De fato há alguns contratos de vulto que foram assinados no fim da gestão. Isso em si pode ser um contexto de um ato normal, pode ser bom para o clube, só que, evidentemente, ainda mais de vulto, ainda mais quando impacta vários anos para frente, tem que ser analisado, como está sendo por nós. A princípio, eles são atos normais, mas cabe a nós a avaliação, ainda mais sendo no final do mandato, e principalmente se isso impacta para frente. Neste momento, porém, não temos nada que possamos reportar", declarou Adriano Mendes.

No comparativo entre receitas e despesas, o balanço aponta queda vertiginosa no saldo. Em 2018, houve um lucro de R$ 64 milhões. Em 2019, um déficit de R$ 24,6 milhões e em 2020, um déficit de R$ 64,4 milhões.

Vasco vê na venda de jogadores a solução

Com tamanha dívida a ser encarada e uma receita insuficiente para superá-la, o Vasco vê na venda de jogadores a solução mais prática para sair do buraco.

"A receita, de fato, é declinante e tem a ver com a falta de venda de jogador. O Vasco realmente vende poucos jogadores e tem que vender mais. Olhem os demais clubes, isso faz parte de qualquer negócio natural de um clube. Tem que mudar isso. O Vasco se caracteriza por vender pouco em número de jogador mesmo. Essa é uma política a ser repensada. Temos que vender mais. Saber que vender jogadores mais jovens faz parte, lógico que também sempre pensando na parte técnica, mas não temos só que vender grandes valores e, sim, vender o tempo todo", destacou Adriano Mendes.

Apesar da venda de jogadores ser uma prioridade para sanar as dívidas, o clube também ataca em outras frentes para aumentar sua receita. Além da busca por patrocinadores, o Vasco fará o lançamento do novo programa de sócios em maio, produto este que ganhou um grande salto em 2019, tornando-se o maior do Brasil, mas que sofreu uma queda considerável na pandemia assim como as demais agremiações do país.

Fonte: UOL Esporte