Vasco aposta na garra gaúcha para a vencer o Grêmio

Em quase 112 anos de história, o Vasco nunca foi tão gaúcho. O sotaque do Sul convive em harmonia com o lusitano desde que a diretoria do clube se movimentou para dar nova cara ao departamento de futebol. Do homem-forte Rodrigo Caetano, passando por três promessas da base e pelos seis “gaúchos” dos profissionais, é com a garra dos pampas que o time da Colina entra em campo hoje, às 21h50, para enfrentar o Grêmio, no Olímpico, com transmissão em tempo real pelo Lancenet!.

No time titular, Fernando Prass e Titi são os donos das vozes mais experientes da defesa. O goleiro, revelado pelo Grêmio, e o zagueiro, cria do Internacional, prometem muita pegada, a mesma que Paulo César Gusmão pediu nos treinos que antecederam o duelo de hoje.

– Temos de lembrar que o PC já treinou o Juventude. O futebol do Rio Grande do Sul sempre teve como característica a forte marcação. O equilíbrio com a qualidade do futebol carioca é o que estamos sempre buscando. Temos de marcar como time pequeno e atacar como time grande – explicou Rodrigo Caetano, pioneiro na recente migração gaúcha, que começou no início de 2009.

No Vasco, mesmo quem não é gaúcho de nascença traz a passagem pelo Rio Grande do Sul como momento mais importante. Élder Granja é de Santos, mas seu auge foi no Internacional. Rafael Carioca dispensa apresentações quanto à naturalidade, mas foi pelo Grêmio que brilhou como um dos volantes promissores do futebol brasileiro.

– A pressão da torcida do Grêmio pela má fase pode nos ajudar – afirmou Rafael Carioca, que jogou no Olímpico entre 2006 e 2008.

Bate-bola com Rafael Carioca

O que esperar da torcida do Grêmio na sua primeira partida contra o clube que o revelou?
Não sei como vai ser, se serei aplaudido. Muitos vão aplaudir, mas outros vão me interpretar como adversário e vaiar, até pela situação do Grêmio no Campeonato Brasileiro.

Como você se sente enfrentando o ex-clube?
Existe muito carinho da minha parte, pela torcida e pelo Grêmio. Foi o clube pelo qual comecei e que me fez aparecer para o futebol. Tenho muita saudade dos funcionários e deixei amigos no Olímpico. Espero que as pessoas entendam.

Os dois times estão na zona do rebaixamento, mas o Vasco vem de vitória. O Grêmio, não. Isso pode ser uma vantagem?
Quando a bola rola, ninguém pensa no resultado da partida anterior. Vai ser uma partida muito difícil, mas tentaremos a vitória.

\"Os gaúchos têm de bom a cultura tática\"

Rodrigo Caetano, diretor-executivo do Vasco

Tomara que a quantidade de jogadores com passagens pelo futebol gaúcho se reflita em coisas positivas para o Vasco. Eu trabalhei quatro anos no Grêmio e conheço bem o adversário. Sei que o momento deles não é bom e a cobrança é grande. Mas dizer que será fácil é outra história. Teremos as dificuldades de frio e a torcida do Grêmio não protesta durante o jogo. Existe um pacto.

Uma coisa que o futebol gaúcho ensina de positivo é a marcação, a obediência tática. Vamos marcar o Grêmio com força para, tomara Deus, vencermos.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)