Vasco apóia Brasileiro com mata-mata

Atual diretor financeiro do Clube dos 13, o ex-presidente do Inter Fernando Carvalho confirmou nesta quarta que a fórmula de disputa do Campeonato Brasileiro pode sofrer alterações a partir de 2009. Segundo o dirigente, a entidade que defende os interesses dos 20 maiores clubes do país deve começar a discutir a questão a partir da segunda quinzena de novembro, após a escolha do presidente para o próximo mandato.

- Nesse momento, ainda não existe nada em relação a isso. Mas, passados cinco anos da disputa por pontos corridos, é o momento dos clubes sentarem para discutir se a seqüência do campeonato vai ser nessa fórmula ou se vamos adotar uma nova fórmula, com semifinal e final. Tão pronto se defina a eleição no Clube dos 13, esse tipo de coisa será discutido junto com os clubes e com a CBF - diz Carvallho, por telefone, ao site \"clicRBS\".

O ex-dirigente colorado revela que nos bastidores da entidade alguns clubes já manifestaram posição sobre o assunto, mas que a maioria, incluindo ele próprio, ainda tem dúvidas sobre qual a melhor maneira de organizar a competição.

- O Atlético-PR entende que tem de ser por pontos corridos. O Vasco acha que tem de ser mata-mata. Pessoalmente, na votação original, eu optei por pontos corridos, que é uma fórmula que proporciona uma estabilidade maior para a gestão. Mas ao mesmo tempo, o mata-mata traz um interesse maior para o público. Hoje, eu tenho dúvidas sobre qual é a melhor fórmula, principalmente porque o Internacional participou de duas decisões, Libertadores e Mundial, e a gente gostou de viver aquele ambiente - contou.

Carvalho também negou a possibilidade da mudança de fórmula ser uma tentativa de acabar com a hegemonia do São Paulo, que encaminha-se para conquistar o segundo título consecutivo. Para o dirigente, não deve ocorrer no Brasil o que ocorre nos campeonatos europeus, por exemplo, onde dois ou três clubes de maior torcida e poder de investimento se revezam na conquista do título.

- Acho que esse é um argumento que pode ser utilizado, mas também acho que não, porque estamos na quinta edição e só agora vai haver um bicampeonato. Se mantivermos o sistema de receitas atual, principalmente o sistema de remuneração dos clubes de acordo com o apelo popular, temos condições de ter clubes competitivos e a cada ano um ou outro se tornar campeão - opina.

Braço direto do presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, desde que deixou a direção do Inter, Carvalho também comentou o racha na entidade. Na última semana, Flamengo, São Paulo, Botafogo, Cruzeiro e Atlético-MG anunciaram o seu afastamento da associação, alegando uma suposta falta de democracia nas decisões e a partilha injusta das verbas de televisão.

- Trata-se de uma busca de poder, principalmente por parte de Flamengo e São Paulo, que nas discussões internas sempre têm posições isoladas e que contrariam a vontade da maioria. Eles tentaram seduzir vários clubes com um discurso de democracia, de participação mais ampla, exatamente para fazer o contrário: fazer com que oito clubes passassem a definir a gestão do Clube dos 13, retirando da Assembléia Geral esse poder. Foi contra isso que se colocaram 15 integrantes dos 20 do Clube dos 13 - afirma.