Futebol

Vascaínos consideram drible de Kerlon desrespeitoso

O drible da Foquinha de Kerlon é tema de discussão em bares, esquinas e estádios de futebol.

Enquanto muitos consideram futebol arte, outros condenam em provocação.

Domingo, o Vasco receberá o Cruzeiro, time do jogador, mas o drible está em xeque. Em São Januário, muitos o consideram desrespeitoso e até mesmo concordam com Coelho, lateral do Atlético Mineiro que parou a jogada de Kerlon no último domingo de maneira violenta.

– É uma situação complicada quando o jogador está de cabeça quente, mas a atitude de Coelho foi louvável. O Atlético Mineiro estava perdendo e ele agiu corretamente.

Coelho foi firme, mas não desleal – garantiu o zagueiro Jorge Luiz.

Um dos responsáveis pela marcação do lado esquerdo da defesa vascaína, setor em que Kerlon costuma atuar com mais freqüência, o lateral Rubens Júnior engrossou o coro ao condenar a jogada. Segundo ele, o drible do cruzeirense é uma mera provocação aos adversários e não deveria ser feito.

– Acho falta de respeito. Não gostaria que fizessem isso, não ia aceitar com certeza. Da mesma maneira que você peteca a bola com pé, peteca também com a cabeça.

Ele não vai fazer gol daquela maneira, não vai fazer uma jogada para pôr alguém na cara do gol também – argumentou Rubens Júunior.

Experiente, aos 32 anos, Rubens tem passagem por vários clubes brasileiros e estava no Palmeiras em 99, quando Edilson, do Corinthians, começou a fazer embaixadas com a bola na final do Campeonato Paulista e gerou uma briga generalizada no gramado.

– Isso me lembra quando o Edilson petecou a bola e teve aquela confusão toda. Kerlon tem esse talento? Parabéns para ele, mas acho que não deveria usá-lo, porque fica mal para ele e para quem está jogando – disparou o jogador.

A polêmica em torno do drible da foca de Kerlon ganha cada vez maior dimensão. Muitos encaram o drible como uma simples originalidade do garoto cruzeirense e outros criticam a maneira de debochar do adversário. Mas o goleiro Silvio Luiz, no entanto, vai além. Segundo ele, um lance como o do drible de Kerlon pode iniciar uma confusão na arquibancada.

– O futebol brasileiro sempre prezou pela qualidade e muitas jogadas são inventadas. Mas achei falta de respeito do Kerlon. Isso pode jogar uma torcida contra a outra e gerar uma grande confusão desnecessária – avaliou o camisa 1.

Responsável por partir para cima do adversário e garantir momentos de alegria para a torcida vascaína, Leandro Amaral compreende ambos os lados. Mas aconselha Kerlon a tentar o drible em condições desfavoráveis também.

– É uma característica dele, ele já fez outras vezes. Mas falam muito que ele faz só quando o time está ganhando. Acho que, quando ele estiver perdendo e fizer esse drible, as pessoas vão encarar com mais naturalidade – afirmou Leandro.

Na verdade, Kerlon já tentou realizar o drible da foca pelo Cruzeiro em partidas que estavam empatadas.

Já em situações adversas, com o adversário dominando a partida, o drible nunca foi tentado.

Fonte: Lance