Futebol

Vascaíno, Carlos Leite fala sobre sua ajuda ao clube

Carlos Leite, de 44 anos, é empresário de futebol desde 2002. Com uma lista de clientes que conta com aproximadamente 70 atletas, além de algumas parcerias extremamente vitoriosas, como a iniciada em 2008 com o Corinthians — se mantém até hoje e o líder do Brasileirão tem quatro clientes de Leite: Cássio, Fagner, Gil e Renato Augusto.

Na entrevista exclusiva concedida ao site Yahoo, o filho de portugueses e vascaíno confesso fala como prosperou no futebol, explica sua relação com o Timão, cogita ser dono de um clube no futuro e admite que se incomoda com as insinuações de que ser o agente de Mano Menezes pode interferir nas escalações do treinador. “Somos extremamente honestos e corretos”, jura.  Confira alguns trechos da entrevista:

É verdade que você começou a trabalhar como empresário por acaso? 

É, sim. Comecei em 2002, quando eu tinha lojas de pneus. Sempre fui torcedor do Vasco, ia aos jogos e me tornei amigo do Léo Lima, porque ele era meu cliente na loja. Um belo dia, estávamos almoçando, toca o telefone do Léo e ele fala para a pessoa que eu era o empresário dele. Perguntei se ele estava louco antes de atender. Aí, comecei a conversar com o empresário que estava na linha e queria se tornar procurador do Léo. O Léo Lima me explicou que estava cansado de ser enganado por empresários e que queria alguém de confiança. E trabalhamos juntos até hoje. 

Mas como conseguiu dar o salto e se tornar um dos maiores empresários do país? 

Uns nove meses depois do almoço, surgiu uma proposta do CSKA, da Bulgária, pelo Léo Lima e ele foi vendido. O Léo ainda me indicou o Souza, que também foi para o CSKA. E, nessa mesma época, conheci o Jorge Mendes (empresário de Mourinho e Cristiano Ronaldo, entre outros) e virei o representante dele no Brasil. 

Com quem você perdeu? 

Em 2009, comprei os direitos do Enrico, meia do Vasco, mas não deu em nada. Depois, comprei o atacante Nilson, que está hoje no Santos. Ele era da Portuguesa e eu o levei ao Vasco, mas não consegui vendê-lo até o fim do contrato e perdi o investimento. Faz parte. 

O Corinthians foi o clube que você mais ajudou? 

Acho que foi o Vasco, até por ser torcedor e por já ter um know-how em 2009. Indiquei o Dorival Junior, o Rodrigo Caetano e levei 80% do time que ganhou a Série B daquele ano, foi vice-campeão brasileiro em 2011 e venceu a Copa do Brasil. O mais legal é que Vasco e Corinthians dominaram o futebol nacional no período. Na semifinal da Copa do Brasil de 2009, por exemplo, 19 jogadores eram representados por mim. 

Quanto você gastou para reerguer o Vasco? 

Não gosto de falar de valores, mas o Vasco não tinha dinheiro e era preciso apostar no futuro. Reconheço que passei um pouco do normal e a minha família ficou preocupada, mas disse que sabia o que estava fazendo. 

Recuperou o investimento? 

Fiz grandes negócios, como a ida do Anderson Martins para o Catar, o Souza para o Porto, o Fagner para o Wolfsburg, o Rômulo para o Spartak Moscou… A parceria durou até 2012, porque o presidente (Roberto Dinamite) se perdeu no meio do caminho. Também houve um pouco de vaidade. Mas não posso reclamar de nada. 

Já pensou em ser dono de um clube de futebol? 

Ainda me considero muito jovem, tenho responsabilidades com meus atletas, mas já tive esse sonho, sim. Penso em ter um clube no futuro ou, daqui a uns dez anos, se tiver com disposição, ajudarei o Vasco. 

Fonte: Blog do Jorge Nicola