Futebol

Valdir Bigode comenta crise do Vasco e diz que seria técnico se chamado

Após ser goleado por 5 a 0 pelo Avaí no último sábado, o Vasco sofreu nova derrota e foi eliminado na Copa do Brasil pelo ABC, agravandoainda mais a crise que se instalou no clube. Os muros de São Januário amanheceram pichados, o time ainda está sem técnico e no próximo sábado tem um difícil compromisso diante do América-MG, no estádio Independência. Valdir Bigode, ídolo do Vasco nos anos 90, em entrevista à Super Rádio Brasil, comentou o atual momento do clube e falou sobre outros assuntos. Confira.

Crise após eliminação na Copa do Brasil e goleada sofrida na Série B

“É um momento difícil, conturbado, a equipe na segunda divisão e não era para acontecer isso nunca. Uma eliminação na Copa do Brasil, acredito que foi anormal, mas dos males o menor, mas o pior problema do Vasco hoje é a administração do clube. Pelo que tenho acompanhado,  uma briga política muito grande, um tumulto muito grande e isso acaba refletindo nos jogadores, era para ter uma tranqüilidade maior por parte dessa diretoria, independente de se classificar na Copa do Brasil, era para estar fazendo uma segunda divisão muito melhor para tirar o time dessa crise. Perder uma Copa do Brasil não é tão ruim, mas estar na segunda divisão sim,  e da forma que está, pior ainda.”

Crise política estaria interferindo no rendimento da equipe?

“O jogador se apóia no que é passado pra ele, vem do presidente, dos diretores, e não sabemos o que vem sendo passado. Será que o jogador está tendo apoio 100%? Será que o jogador está se equilibrando em alguém para atuar com tranqüilidade? Às vezes as pessoas que não jogaram futebol ou não participaram de uma grande equipe como o Vasco não sabem o que é a pressão em jogar num grande clube, e o jogador tem que ter essa tranqüilidade. Acredito que não estão tendo essa tranqüilidade.”

Avaliação do trabalho de Adilson Batista

“O camarada que está dentro de um clube como o Vasco, não o caso específico dele, tem oportunidade de trabalhar num clube como o Vasco, não pode pedir para sair nunca. O trabalho dele não estava tão ruim, aconteceu um acidente grave, esse 5 a 0 aí e foi uma coisa muito ruim, mas ele estava até fazendo um trabalho legal. Acho que ele errou em pedir para sair, ele em dois ou três jogos estar na ponta de novo, dar a volta por cima e fazer o Vasco chegar ao seu devido lugar, que é a primeira divisão.”

Salários atrasados

“Com certeza, se você ganha 1 mil reais, você vive com 1 mil reais. Se você ganha 30 mil reais, naturalmente você via comprar um carro novo, vai comprar um imóvel melhor para sua família, aumenta a renda e também as despesas. Se você se compromete com o clube e a repassar dinheiro para outras pessoas e não recebe, cria uma preocupação.  Se o jogador ouve conversa fiada e não recebe, reflete em campo, a não ser outro que tenha condição melhor. Se o jogador não estiver com a mente boa, ele não vai render, qualquer um que trabalhou, em que receber, isso é um princípio básico.”

Oportunidade como treinador, caso fosse chamado

“Hoje o Vasco é um time de primeira divisão na segunda divisão, e não se tem que jogar bonito, mas para subir. O Vasco é grande, é o maior de todos eles da Série B, tem que ter uma postura de ganhar, de vencer. Eu estou me preparando, em breve terei uma oportunidade em uma equipe melhor, e se eu estivesse no Vasco, faria tranqüilo. Falo isso como treinador, como torcedor do Vasco nato e como um cara que já jogou dentro do clube, que conhece. Se eu tivesse uma tranqüilidade, seja na primeira divisão ou segunda, tranquilamente . O Vasco é o maior da segunda divisão, tem sim obrigação de ganhar os jogos, e tem que trabalhar para isso.”

Por: Cesar Augusto Mota

Fonte: SUPERVASCO.COM