Uma final com a cara do futebol carioca: Vasco x Flamengo
Após sete anos, Vasco e Flamengo voltam a decidir o destino da Taça do Campeonato Carioca. Da última vez que se enfrentaram pelo torneio, em 2004, o Flamengo levou a melhor e derrotou o Gigante da Colina nas duas partidas finais. Por outro lado, em 1988, numa situação idêntica a de hoje, o cruzmaltino derrotou o rubro-negro três vezes seguidas e se sagrou campeão estadual.
Apesar do longo tempo sem conquistar um título sobre seu maior rival, a história mostra que o Gigante da Colina tem um retrospecto mais favorável em decisões contra o time da Gávea. No total, os dois times de maior torcida no Rio de Janeiro decidiram 41 campeonatos, com 21 conquistas dos cruzmaltinos e 20 dos rubro-negros.
Se em finais a vantagem é vascaína, somando todos os encontros entre as equipes a superioridade é do time da gávea. Ao todo, os rubro-negros venceram 135 vezes, enquanto os cruzmaltinos 122.
Quando o árbitro da partida apitar o início do \"Clássico dos Milhões\" no próximo domingo (01/05), o Brasil irá acompanhar o duelo entre os clubes cariocas que mais venceram o Campeonato Brasileiro (Flamengo cinco e Vasco quatro), que mais festejaram torneios sul-americanos (Vasco três e Flamengo dois) e que possuem as maiores torcidas do Rio de Janeiro. Vai ser um jogo de arrepiar!
FINAIS ENTRE VASCO E FLAMENGO (retirado do blog do Victor Birner)
* TORNEIO RELÂMPAGO
Vasco: 1944
Total: 1
* FINAIS ESTADUAIS
Vasco: 1923 1952 1958 1977 1982 1987 1988 1992 1994 1998
Total: 10
Flamengo: 1944 1974 1978 1979 1981 1986 1996 1999 2000 2001 2004
Total: 11
* TAÇA RIO
Vasco: 1992 1993 1999 2001 2004
Total: 05
Flamengo: 1996 2000
Total: 02
* TAÇA GUANABARA
Vasco: 1976 1977 1986 1992 1998
Total: 05
Flamengo: 1973 1982 1988 1996 1999 2004
Total: 06
* COPA DO BRASIL
Flamerngo: 2006
Total: 01
* TOTAL NA HISTORIA DE FINAIS *
VASCO 21 conquistas
Flamengo 20 conquistas
HISTÓRICO DE CONFRONTOS (retirado do Wikipédia)
Confrontos: 342
Vitórias Vascaínas: 122
Empates: 92
Vitórias Flamenguistas: 135
Gols do Vasco: 460
Gols do Flamengo: 469
DUELOS HISTÓRICOS (retirado do portal \"Clássicos e Clássicos\", do Uol)
08/07/1923 - FLAMENGO 3 X 2 VASCO - Vitória rubro-negra no primeiro título vascaíno.
Domingo, 8 de julho de 1923. O título Clássico dos Milhões, que mais tarde nomeou o confronto entre os dois rivais, já poderia ter sido inventado naquela tarde, no campo do Fluminense, na então Rua Guanabara. A Liga Metropolitana, responsável pela organização do campeonato e de olho na grande arrecadação, pos ingressos demais à venda. O resultado foi contado nos jornais da época. \" Mais de 35 mil pessoas, sem exagero, encheram as vastas dependências do tricolor\", escreveu \"O Imparcial\". Com todos os espaços reservados ao público preenchidos, muitos torcedores pularam a grade que separava o campo para assistir ao jogo da pista de atletismo. O interesse naquela partida era justificável: os vascaínos vinham vencendo todos os clubes cariocas. No fim do primeiro turno, o Vasco já apresentava números assustadores para os adversários: seis vitórias e apenas um empate. A equipe cruzmaltina seguia seu caminho de sucesso também no segundo turno, quando encontrou pela frente seu já conhecido rival de Regatas, o Flamengo. Na primeira vez na história em que os dois times se enfrentaram, no turno anterior, o Vasco chegara à vitória pelo marcador de 3 a 1. O Flamengo largou na frente e logo depois ampliou a vantagem para 2 a 0. No início do segundo tempo Cecy diminuiu, mas em seguida os rubro-negros ampliaram o marcador. A quatro minutos do fim Arlindo descontou mais uma vez para o Vasco, deixando o marcador em 3 a 2. Na seqüência, houve uma forte pressão dos vascaínos, mas o Flamengo conseguiu sustentar o resultado. O jogo criou uma polêmica histórica. Os cruzmaltinos afirmam, até hoje, ter havido um terceiro gol, mal anulado pelo árbitro. Mas não há qualquer registro desse lance na imprensa carioca. No entanto, a derrota para o rival não abalou a confiança do Vasco que partiu com tudo para buscar o título.
26/04/1931 - VASCO 7 X 0 FLAMENGO - A maior goleada.
Valendo pelo Campeonato Carioca de 1931, aconteceu naquele 26 de abril a maior goleada no Clássico dos Milhões. E foi a favor do Vasco. No jogo disputado em São Januário, o atacante vascaíno Russinho deixou sua marca quatro vezes. Com dois gols em cada tempo, Russinho afundou o Flamengo aos 5 e aos 30 do primeiro tempo e aos 19 e 25 da etapa final. Mário Matos ainda fez mais dois e Santana completou o elástico placar em favor do Vasco.
04/09/1938 - FLAMENGO 0 X 2 VASCO - Vitória vascaína na inauguração da Gávea.
O estádio da Gávea foi inaugurado a 4 de setembro de 1938 com uma partida entre Vasco e Flamengo, pela primeira rodada do campeonato carioca daquele ano. Segundo o jornal A Noite, \"as solenidades que precederam o encontro Vasco x Flamengo assumiram aspectos de grande expressão cívico-esportiva. Era intensa a atividade dos fotógrafos no seu trabalho estafante e os olhares da multidão convergiam para o gramado onde os atletas do Flamengo desfilavam com muito garbo\". Porém, quando a bola rolou, o Vasco encarregou-se de estragar a festa rubro-negra, vencendo inapelavelmente por 2 x 0. Ambos os tentos foram marcados por Niginho, um em cada tempo. O resultado, inclusive, desencadeou uma crise no clube da Gávea, culminando com a rescisão do contrato do técnico Dori Krueschner.
29/10/1944 - FLAMENGO 1 X 0 VASCO - O primeiro tri rubro-negro.
Na escaldante tarde de 29 de outubro, o pequeno Estádio da Gávea, lotado por mais de 20 mil torcedores, fervilhava. Sem Leônidas, que fora para o São Paulo, Domingos da Guia para o Corinthians e Perácio, que foi pra guerra na Itália, o Flamengo não era mais o time forte e seguro de si do início do campeonato. Para piorar, o ponta-direita Jaci se machucara e o técnico Flávio Costa teve que recorrer ao argentino Valido que, aos 42 anos, já se aposentara. Enquanto isso, o Vasco, treinado por Ondino Vieira, começava a montar o que se transformaria no famoso Expresso da Vitória: o trio Lelé, Isaías e Jair enchia a torcida de alegria, Ademir Menezes metia gols em todos os jogos e Djalma surgia como o primeiro curinga do futebol brasileiro. Os dois times chegaram à final empatados. O jogo começa com o Vasco mostrando suas garras com dois ataques perigosos de Ademir e Isaías. Mas o Flamengo estava mordendo, liderado por Zizinho. O jogo seguia para o empate quando, faltando 4 minutos para o final, o ponta-esquerda Vevé, ao tentar fazer um lançamento para Valido, foi derrubado por Djalma. Vevé mesmo cobrou a falta, a defesa rebateu e a bola voltou para ele que serviu Valido. O argentino subiu em direção ao cruzamento apoiando-se nas costas do zagueiro Argemiro e desferiu uma cabeçada fulminante. Gol. Gol que garantiria o primeiro tricampeonato da história rubro-negra.
22/12/1974 - FLAMENGO 0 X 0 VASCO - O primeiro duelo Zico x Dinamite.
A final do Campeonato Carioca de 1974 tinha muitos ingredientes interessantes. Aquele era o último campeonato do antigo Estado da Guanabara e, pela primeira vez, entravam em campo para decidirem um campeonato, nada mais nada menos que Zico e Roberto Dinamite. E para um jogo tão grande o Maracanã ficou pequeno. Nessa final, tensa, quente, realizada numa tarde de mormaço, com uma temperatura que oscilava entre 36 e 38 graus, o silêncio prevaleceu no estádio. Em determinados momentos podia-se ouvir o impacto do pé na bola, na hora de um chute mais forte. Foi assim todo o primeiro tempo. Assim começou o segundo. A torcida do Flamengo só explodiu ao sentir que a meninada sustentaria o empate. Todos tinham um nó na garganta. É que as duas torcidas tinham medo. E preferiam aguardar os acontecimentos. Na altura dos 40 minutos, a galera rubro-negra começou a cantar. Foi quando aconteceu o último lance de sensação para o Vasco: o chute foi rasteiro e violento, acompanhado de perto por Roberto - mas Renato defendeu firme. Depois do lance surgiu o grito de \"É campeão!\"
13/06/1976 - VASCO 1 X 1 FLAMENGO - Campeão da Taça Guanabara.
Uma eletrizante decisão nos pênaltis marcou a final da Taça Guanabara de 1976 entre Flamengo e Vasco. Enquanto o Flamengo vivia uma semana agitada, às voltas com a renovação do contrato de Zico, a pedido dos jogadores o Vasco se concentrou mais cedo. Enquanto Paulo Emílio, técnico do Vasco, abria a escalação para quem quisesse ouvir, Froner fazia mistério sobre o substituto de Merica na equipe rubro-negra. Tal insegurança acompanhou o Flamengo a campo - e talvez explique a cotovelada de Rondinelli em Roberto Dinamite - que resultou um pênalti convertido pelo mesmo com muita eficiência. A partir daí o Vasco se trancou na defesa e somente aos 22 do segundo tempo, Geraldo conseguiu o empate e levou o jogo para a prorrogação. No tempo extra, parecia que os dois times queriam os pênaltis. E eles vieram. Júnior bateu o primeiro: 1 x 0; Abel bateu e Cantarele defendeu: 1 x 0; Zé Roberto chutou com categoria: 2 x 0; Gaúcho diminuiu: 2 x 1; Tadeu trocando de pé, fez 3 x 1; Fumanchu, com raiva, diminuiu: 3 x 2; Toninho, com classe: 4 x 2; Zé Mário bateu com força: 4 x 3. A torcida nem fez silêncio quando chegou a vez de Zico, o rei do pênalti. Era ele bater e começar a festa. Festa do Vasco, que Mazaropi saltou no canto direito e defendeu. Roberto empatou tudo: 4 x 4. Chegou Geraldo e, com a maior displicência, chutou pra fora. Mas Luis Carlos não perdoou. Vasco 5 x 4. O Vasco era o campeão da Taça Guanabara, título que não conquistava desde a primeira edição, em 1965.
28/09/1977 - VASCO 0 X 0 FLAMENGO - Campeão mais uma vez nos pênaltis contra o Flamengo.
O Vasco havia conquistado o primeiro turno do Campeonato Carioca de 1977 e decidia o segundo num jogo-desempate contra o Flamengo. Se saísse vencedor, no tempo normal ou nos pênaltis, seria campeão estadual. As duas torcidas, que novamente lotavam o Maracanã, confiavam nas suas equipes. Roberto Dinamite estava mal. O jogo, feio. E se arrastou até a prorrogação, quando uma forte suspeita transformou toda a euforia da entusiasmada massa vascaína em revolta. Duas, três, quatro faltas próximas à área de Cantarele e o inexperiente e desconhecido Giese do Couto, o juiz escolhido à última hora, mandando o jogo correr. E o jogo que Giese mandava correr não corria. E terminou como começou. O suspense crescia. A torcida do Vasco ainda permanecia otimista, a do Flamengo apreensiva. Vieram os pênaltis. Um, dois, três pênaltis e a mesma coisa. o Flamengo convertia, o Vasco acompanhava. Até que veio o lance decisivo. O juvenil Tita correu, chutou no canto direito de Mazaropi e o arqueiro vascaíno chegou a tempo e pegou-o. O juvenil Zandonaide correu e chutou no mesmo canto, o direito de Cantarele. Gol. A torcida explodiu. Depois vieram Zico, que converteu, e Dinamite, que colocou fim àquela angústia. Vasco campeão!
03/12/1978 - FLAMENGO 1 X 0 VASCO - Surge o \"Deus da Raça\".
Final do segundo turno do Campeonato Carioca de 1978. O empate era suficiente para o Vasco conquistar a vaga para a grande final contra o Flamengo, vencedor do primeiro turno. Maracanã lotado e nervoso assiste à decisão. O Flamengo domina o jogo. O Vasco, sempre salvo pelo goleiro Leão, só avançava em rápidos contra-ataques. O segundo tempo começa e o Flamengo continua tomando conta do jogo. Leão continua segurando tudo na defesa vascaína até os 41 minutos. Alguns dos 120.000 pagantes começam a deixar a arquibancada, quando acontece um escanteio. Zico cobra. A bola vem alta, os zagueiros não alcançam e, de repente, surge Rondinelli, que salta mais que todos e fulmina Leão com uma cabeçada indefensável no canto direito. Enquanto a torcida flamenguista comemora o gol e o título, confusão na área vascaína: Guina agride Zico, que reage aos bofetões. O sangue escorre dos dois jogadores. José Roberto Wright os expulsa. Zico e a torcida terminam o jogo de alma lavada. Rondinelli é o grande herói. Naquele gol histórico nascia o mito do \"Deus da Raça\".
28/10/1979 - FLAMENGO 3 X 2 VASCO - Tri-Tri.
Para conquistar seu terceiro tricampeonato estadual da história, o Flamengo precisava vencer o Vasco e torcer para que o Flu perdesse para o mesmo Vasco na última rodada. O Fla venceu por 3 x 2 e o Vasco derrotou o Fluminense pelo mesmo placar. Para chegar a essa posição privilegiada, o Flamengo precisou lutar muito. No primeiro tempo, o Flamengo foi pra cima do Vasco. Logo aos 11 minutos de jogo, Júlio César desceu pela esquerda e cruzou para Cláudio Adão, que entrava na corrida. Na tentativa de cortar o passe, Ivã chutou contra as próprias redes. O gol abalou os vascaínos. O gol de Tita, dez minutos depois, parecia que derrubaria o rival de uma vez, mas produziu efeito contrário e o Vasco partiu pra briga franca. E antes que José Roberto Wright apitasse o final do primeiro tempo, a equipe de São Januário empatou com Roberto e Catinha. Veio o segundo tempo e o Vasco continuou sufocando o Flamengo. Eis que um descuido de Wilsinho, que tinha sido orientado para não deixar Toninho cruzar livremente, custou o título ao Vasco. Na primeira e única oportunidade que teve, Toninho cruzou para Tita cabecear e marcar aquele que seria o terceiro gol. Daquele momento em diante, o Flamengo teve o adversário em suas mãos. E só não fez mais gols porque também já demonstrava sinais de cansaço. Depois, foi só esperar o final de semana e comemorar o terceiro tri.
06/12/1981 - FLAMENGO 2 X 1 VASCO - Campeão até morrer.
O Campeonato Carioca de 1981 foi disputado em 3 turnos: o Flamengo venceu o primeiro e o terceiro. O Vasco, por sua vez, foi campeão do segundo. Na fase final, uma simples vitória do Fla sobre o Vasco, daria o título ao Mengão. Mas, abalado pela recente morte de seu ex-treinador Coutinho num acidente de mergulho, o Flamengo perdeu os dois primeiros jogos decisivos. Porém se recuperou a tempo. E que festa foi o Maracanã nesses 2 x 1 do Mengo diante do Vasco. Mais de 160.000 pagantes viram, mais uma vez, um grande espetáculo. Aos 20 minutos do primeiro tempo a bola vem alta na área do Vasco. Nunes cabeceia, Zico escora para Adílio chutar com o ódio mais lúcido do mundo: é gol! Há apenas quatro minutos do primeiro gol, Zico lança a Júnior uma bola quase perdida. Mas o lateral, que estava contundido, divide com Mazaropi e a bola cai para Nunes. O artilheiro chuta pelo alto e alguém de preto e branco tenta salvar. Em vão: segundo gol do Flamengo. O jogo prossegue nos 2 x 0 até os 38 do segundo tempo, quando Roberto Dinamite penetra pela esquerda e serve a Ticão. Gol do Vasco. A torcida do Flamengo, lembrando-se da quarta-feira, se cala. Menos um torcedor que, com uma camisa rubro-negra, invade o gramado e apanha de Gilberto e Mazaropi. Nunes briga com os adversários para proteger o torcedor. Aqueles últimos cinco minutos transformaram-se em dois. Era a contribuição da torcida ao título, que pôde gritar novamente: \"É campeão!\"
05/12/1982 - VASCO 1 X 0 FLAMENGO - Vascão na cabeça.
Quando Flamengo e Vasco chegaram à decisão do Campeonato Carioca de 1982, os vascaínos amargavam quatro vice consecutivos desde o título de 1977. O favorito, disparado, era mesmo o rubro-negro de Zico, Júnior, Raul e Adílio, campeão carioca, da Libertadores e do Mundial em 1981 e brasileiro de 1982. O técnico Antônio Lopes, alegando falta de espírito de luta, barrou Rosemiro, Mazaropi, Nei, Giovani e Marquinho, substituídos por Galvão, Acácio, Ivã, Ernâni e Jérson. O time ganhou alma nova e venceu o Flamengo por 3 x 1 e depois o América por 1 x 0. Na decisão, o Flamengo veio com tudo. Adílio e Zico perdiam um caminhão de gols. O Vasco, nos contra-ataques, levava perigo com Roberto Dinamite. No segundo tempo o Vasco volta com mais disposição. Raul botou para escanteio um chute de Ernâni. Pedrinho Gaúcho bateu de esquerda, com efeito, e Marquinho, entre Leandro e Andrade, só tocou de leve: gol! A torcida vascaína explode, logo aos 2 minutos. A pressão rubro-negra aumenta, mas o Vasco consegue levar o 1 a 0 até o final e gritar \"É campeão!\".
09/08/1987 - VASCO 1 X 0 FLAMENGO - O último duelo Zico x Dinamite.
A decisão do Carioca de 1987 foi tensa do início ao fim. De um lado o Flamengo, com Zico e Bebeto. Do outro o Vasco, de Roberto e Romário, time de melhor campanha atrás de um título que não conquistava desde 1982. Começa a decisão. A bola corre, sem nunca incomodar os goleiros, até que acontece o momento do gênio. Qualquer um teria chutado de primeira. Roberto Dinamite, não. Assim, aos 42 minutos do primeiro tempo, matou no peito a bola lançada por Luís Carlos e deu-a de bandeja para que Tita liquidasse o Flamengo. Gol! Vasco na cabeça. O segundo tempo logo traz fortes emoções para a torcida rubro-negra. Primeiro, um susto. Numa disputa de bola na linha de fundo, Zico sofre uma pancada no tornozelo esquerdo. Depois o alívio: aparentemente nada de mais, tanto que voltou a campo e participou de lances duros. E por último, a tristeza, quando Alcindo entrou em seu lugar. Zico, do túnel, passou a ser mais um torcedor. E viu, de longe, a festa vascaína.
22/06/1988 - VASCO 1 X 0 FLAMENGO - Bicampeão com sabor de cocada.
Quarta-feira, 22 de junho de 1988. Outra decisão de Carioca entre Flamengo e Vasco. A tensão começou ainda duas horas antes da partida. O técnico Carlinhos barrava o zagueiro-central Leandro no momento em que o time saía para o Maracanã. Leandro falhara no jogo anterior ao atrasar mal uma bola e deixar Romário livre para marcar. O zagueiro era intocável na Gávea e a decisão do técnico deixou os jogadores irritados. Melhor para o Vasco, que tinha a vantagem do empate. O início da partida foi a imagem exata do que seriam aqueles históricos 90 minutos. O Flamengo desesperado no ataque e o Vasco bem postado na defesa e apostando nos contra-ataques rápidos de Romário e Bismarck. Para a eufórica torcida vascaína, que gritava \"bicampeão\" o jogo todo, o melhor ainda estava por vir. Cocada, lateral-direito que fora dispensado anos antes pelo Flamengo, entrava em campo aos 40 minutos do segundo tempo para substituir Vivinho. Aos 44, ficou livre com a bola na lateral e partiu em contra-ataque com todo o fôlego. Na entrada da área driblou Edinho na corrida e desferiu um violento chute de pé esquerdo no ângulo do goleiro Zé Carlos. Vasco 1 x 0. Na comemoração, Cocada tirou a camisa e foi gozar os flamenguistas no banco de reserva. Depois de muitos chutes, socos, pescoções e pisões, Renato Gaúcho, Romário, Alcindo e Cocada foram expulsos. Mas o título já estava em São Januário. Como no ano anterior, com o gol de Tita, desta vez o gol do título também foi marcado por um ex-flamenguista.
03/12/1997 - VASCO 4 X 1 FLAMENGO - Show de Edmundo.
O dia 3 de dezembro acabou sendo também de comemoração para o Vasco, 19 anos depois da frustração pelo gol de Rondinelli. No Maracanã, Edmundo humilhou o Flamengo, fazendo três gols e comandando o time cruzmaltino na vitória que garantiu a classificação para a decisão do título, no ano em que o clube de São Januário garantiu o tetracampeonato nacional. Naquele dia, até Maricá marcou o seu.
19/06/1999 - FLAMENGO 1 X 0 VASCO - A primeira de três.
Na decisão do Campeonato Carioca de 1999 o Vasco, que tinha a vantagem do empate por ter melhor saldo de gols, comemorou quando Romário, na época rubro-negro, saiu contundido já aos 19 minutos do primeiro tempo. O título estava na mão. Só que o substituto Caio encarou o desafio de virar Romário, chamar o jogo e vibrar com o time. Rodrigo Mendes fez a mesma viagem. Driblou, correu e, sobretudo, fez o gol decisivo aos 31 do segundo tempo. Flamengo campeão. E sem Romário. O Flamengo liquidou com a empáfia dos vascaínos, que passaram os dois últimos anos dizendo que tinham o melhor time do Rio.
17/06/2000 - FLAMENGO 2 X 1 VASCO - Mengão Bicampeão.
Mais uma vez, Vasco e Flamengo decidiriam o Campeonato Carioca. A semana da decisão começou tumultuada. O Vasco perdeu os seus dois melhores jogadores - Edmundo, afastado, e Romário (de volta à São Januário) contundido - o Flamengo ficou sem Athirson, o seu grande craque no campeonato. O Vasco tinha goleado por 5 a 1 no primeiro turno, mas perdeu o primeiro jogo da final por 3 x 0 e teria que devolver o placar. Mas foi o Flamengo que entrou nervoso, preocupado em não deixar o Vasco jogar. Abusou das faltas e deixou sua torcida apreensiva. No fim do primeiro tempo, Maurinho e Felipe foram expulsos. Pior para o Flamengo, que em seguida tomou o primeiro gol, feito por Viola. No intervalo, o técnico Carlinhos acalmou o time. E deu certo. Bastaram 11 minutos para o Mengo definir o bicampeonato. Aos 4, Reinaldo escapou livre e tocou na saída de Hélton para empatar o jogo. Sete minutos depois, Tuta (em impedimento) completou um desvio de Juan e virou. Pronto. O Flamengo vencia sua segunda decisão consecutiva em cima do Vasco.
27/05/2001 - FLAMENGO 3 X 1 VASCO - Vão ter que engolir!
A torcida do Flamengo já deveria estar acostumada aos tricampeonatos cariocas e às decisões contra o Vasco. Mas naquele ano, parecia que a história seria diferente. Parecia. O Vasco havia vencido o primeiro jogo da decisão por 2 x 1 e poderia até perder o segundo por um gol de diferença. A partida começa e, aos 21 minutos, Edílson, de pênalti, coloca o Mengo na frente. No final do primeiro tempo, Juninho Paulista empata para o Vasco. O segundo tempo começa e logo aos 8 minutos, Edílson faz o seu segundo gol e o segundo do Flamengo. Aos 43 da etapa final, quando todos já davam como certo o título do Vasco. Falta na entrada da área para o Flamengo. Petkovic cobra com perfeição. Gol do Flamengo. Gol histórico. Gol do Tri. Gol do desabafo de Zagallo: \"Só sei de uma coisa: vão ter que me engolir!\"