Um mês de Marcelo Oliveira: poucas mudanças e briga com a marcação
Ao ser apresentado como técnico do Vasco, no dia 13 de setembro (24 horas depois de assinar contrato) Marcelo Oliveira falava com entusiasmo sobre a possibilidade de conquistar o título brasileiro. Faltavam 14 rodadas e a distância para o líder Fluminense era de 11 pontos. Hoje, a realidade é outra. Ameaçado de ficar fora da Libertadores após a derrota para o São Paulo, na última quarta-feira, em São Januário, o comandante ainda procura uma solução para a marcação, sua maior insatisfação. O saldo, de poucas mudanças, porém, é positivo.
Em cinco partidas, a única queda foi para o Tricolor Paulista, um jogo-chave para sua afirmação e também para medir a força cruz-maltina para a reta final da competição. Até então, Oliveira se dizia satisfeito com o aproveitamento de 66%: duas vitórias e dois empates. Os adversários não vinham em boa fase, o que facilitou um pouco seu trabalho, pautado - em virtude da escassez de opções - pela manutenção da estrutura montada pelo antecessor Cristóvão Borges.
- Encontrei um bom ambiente, jogadores satisfeitos, comprometidos... não tivemos dificuldades
nisso. Mas precisamos evoluir na defesa, ter a posse de bola com mais qualidade e chegar melhor ao ataque. A transição tem sido falha. Isso me preocupa um pouco - admite o técnico.
Sob sua batuta, o Vasco sofreu apenas quatro gols. Não parece muito, mas saiu atrás do marcador em três oportunidades e teve em Fernando Prass uma de suas melhores armas contra Cruzeiro e Atlético-GO. A insatisfação se deve especialmente à marcação frouxa, que permitiu Jadson, Osvaldo e Luis Fabiano tabelarem no campo de ataque sem dor de cabeça.
- Penso que podemos melhorar e devemos melhorar. No equilíbrio geral da equipe, na compactação e no encurtamento dos espaços e, depois, usar nossa técnica para chegar no gol adversário. Na parte ofensiva, voltamos a criar muito - argumentou.
De fato, Marcelo Oliveira encontrou um time com poder de fogo reduzido. Em seus últimos jogos, Cristóvão trocou a agressividade pela cautela, preocupado em conter a sequência de maus resultados de agosto. Foi prejudicado pelos desfalques também. Aos poucos, o novo chefe atingiu seu objetivo e tirou o clube da lanterna do quesito finalizações. Contra Figueirense e Atlético-GO - as piores campanhas, é verdade - quebrou a marca de chutes a gol.
No dia a dia, o ar professoral, ponderado, porém disciplinador, não chega a contrastar com o que o elenco estava acostumado. Pelo contrário, muitos até comparam com a linha de conduta que era adotada. Só que Oliveira é mais sério e menos boleiro no trato com seus pupilos. Assim como Cristóvão, orienta nos treinos e observa os jogos passando recados pontuais. Se ainda não caiu nas graças do torcedor, que analisa cada movimento, também está longe de desagrar. Tudo depende dos dois próximos meses.
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