Futebol

Um dilema vascaíno para o treinador resolver

Desde que Renato Gaúcho chegou ao Vasco, no ano passado, suas dores de cabeça tinham causas parecidas: maus resultados, cobrança da torcida, falta de opções no elenco... Dar equilíbrio ao time vascaíno continua sendo um duro desafio para o jovem técnico, de 43 anos, mas nos últimos dias ele não parece tão preocupado com o doce problema surgido desde que Valdiram virou xodó da torcida do Vasco. No clássico de hoje, contra o Fluminense, no Maracanã, Renato terá uma poderosa linha de fogo, com Romário e Valdiram, além do pentacampeão Edílson como um trunfo a mais.

- É um quebra-cabeças que qualquer treinador gostaria de montar. Jogador de qualidade nunca é demais. Mas podem ficar tranqüilos. Vou resolver o que for melhor para o Vasco - afirmou o técnico.

O problema não é lançar Edílson, Valdiram e Romário juntos. Qualidade no ataque é algo que Renato aprendeu a apreciar desde os tempos de jogador. Há muito tempo, no entanto, ele tenta resolver o problema de excesso de gols sofridos pela equipe. Duplas de zaga vêm e vão, mas o drama parece não ter fim. No ano passado, no Brasileiro, foram quase 100 gols sofridos. Neste Estadual, a luta por equilíbrio defensivo continua. Jorge Luiz e Éder são os nomes da vez por ora, mas estão longe de inspirarem confiança. O clássico de hoje pode ser uma boa prova de fogo.

- Gosto de meus times jogando ofensivamente, mas não posso me preocupar apenas com o ataque. Temos grandes jogadores de frente, mas o importante é a harmonia. Os setores têm de estar bem protegidos - afirma Renato.

Embora todos em São Januário falem com respeito sobre o rival de hoje, a anunciada ausência de Petkovic pode ser um trunfo para Renato fazer experiências. Com o sérvio em campo, dificilmente o treinador vascaíno teria como deixar apenas Ygor na função de volante. Seria necessário mais força no meio-campo. Por via das dúvidas, Ives está de sobreaviso. Sem Petkovic, a tendência é que o Vasco opte por uma linha mais ofensiva, com Morais e Ramon municiando o ataque e Abedi tendo liberdade para subir também. Seja como for, Renato sabe que uma vitória só virá à custa de muito suor:

- Joguei no Fluminense, sei o quanto consideram o clássico importante. ( A.C. )

Fonte: O Globo