Futebol

Um ano após transição, Cristóvão celebra: "Sou um sobrevivente"

Quando Vasco e Flamengo se enfrentaram no primeiro turno do Campeonato Brasileiro do ano passado, no dia 28 de agosto, Cristóvão Borges começou assistindo à partida de uma cabine do Engenhão. De lá, viu uma ambulância retirar Ricardo Gomes do gramado depois que o treinador sofreu um Acidente Vascular Cerebral. No momento em que desceu o elevador e passou a ocupar o banco de reservas, fez ali mesmo a transição de auxiliar para titular do comando vascaíno. Neste domingo, quase um ano depois, ele admite que naquela oportunidade não tinha planos de mudar de posto e, depois de conseguir manter a equipe na elite do futebol brasileiro durante todo este período enfrentando questionamentos e dificuldades, define sua situação:

- Vivi um ano num clube desse porte enfrentando muitos problemas, mas consegui manter a equipe com uma regularidade em alto nível após a conquista da Copa do Brasil. Sou um sobrevivente. Iniciar a carreira de treinador no Vasco é como começar a construir uma casa pelo telhado. Mas o resultado disso tudo me deixa contente e orgulhoso. Em um ano, ganhei uma experiência equivalente a cinco - disse.

Cristóvão costuma dizer que o início de sua trajetória como treinador titular foi no susto. Tudo começou ainda sob o impacto do problema de saúde de Ricardo Gomes e, aos poucos, conseguiu mudar seu rótulo de interino para o de efetivo comandante do Vasco. No entanto, ele admite que em 28 de agosto do ano passado ainda não tinha claro o plano de realizar essa mudança e pensava que, quando ela ocorresse, seria de maneira gradual.

- Há alguns casos em que o treinador começa a carreira num grande clube. Foi assim com o Oswaldo de Oliveira no Corinthians e mais recentemente com o Fernandão no Internacional. Eu adquiri uma boa experiência trabalhando com o Ricardo em clubes como Fluminense e Flamengo, além do Vitória. Também passei três anos nos Emirados Árabes como auxiliar do Toninho Cerezo. Queria aprender com os profissionais e ganhar experiência. Mas nunca imaginei que essa mudança fosse ocorrer aqui no Vasco. Foi tudo surpreendente.

Por isso, Cristóvão ainda rejeita o rótulo de professor. Mas embora reconheça que ainda tem um longo caminho a percorrer, o treinador admite que o trajeto já feito deixou marcas postivias o suficiente para consolidá-lo como um nome forte no mercado.

- Aprendi, continuo aprendendo e quero aprender. Ganhei muita experiência nesse período. Mas receber essa missão e desempenhá-la dessa maneira é algo de peso. É preciso competência fazer o trabalho vingar. Então, para mim o saldo é muito positivo - comemorou.

Fonte: ge