Trabalho de preparador vascaíno foi apresentado no Congresso Olímpico
No último dia 13 de abril, o preparador de atletas do Remo vascaíno, Fábio Barreto Maia da Silva, apresentou um trabalho acadêmico no Congresso Olímpico Brasileiro, realizado em São Paulo, com o título "Remo Olímpico: Modelo da Atividade Competitiva Internacional". Fábio expôs este trabalho e recebeu o certificado com chancela do Instituto Olímpico Brasileiro, departamento de educação do COB.
O trabalho falava sobre a Gestão Esportiva de Alto Impacto: Estratégias para resultados efetivos.
1. Introdução:
A evolução do esporte de alto rendimento pode ser explicada pelos avanços na teoria e na metodologia de treino. Isso é resultado de análises estatísticas realizadas em diversas competições, sobretudo internacionais.
2. Problemas:
Avaliar os dados registrados por atletas de elite em ações competitivas é um forma eficaz de conceber o plano de treino, visando um desempenho esportivo de excelência.
3. Objetivos:
Elaborar o modelo de elite a partir da atividade competitiva.
4. Materiais e Métodos:
Os dados são de domínio público, expostos no site da Federação Internacional de Sociedades de Remo (FISA). Foram analisados os resultados de 42 remadores, do gênero masculino, que competem em barcos individuais adultos e não têm restrição a peso. Todos eles disputaram finais A em Campeonatos Mundiais de 2010 a 2018.
Foram coletados os seguintes dados: data de nascimento, peso, estatura, parcial de cada 500 metros, total de 2.000 metros, velocidade e frequência de remadas. Além disso, foram calculados: idade, índice de massa corporal, partida (100 metros) e chegada (250 metros), potência, índice técnico, quantidade, amplitude e ciclo de remada.
5. Resultados:
Ao analisar as características físicas, a atividade competitiva e suas correlações com a velocidade nos 2.000 metros de prova, apresentou-se: tempo (r=-0,99;p<0,01); potência (r=-0,99;p<0,01); amplitudade de remadas (r=0,31;p<0,05); e índice técnico (r=-0,99;p<0,01), com influência significativa sobre a velocidade do barco. Outras variáveis mostraram correlações abaixo de (r=0,30), sem revelar valor estatístico. Na formação do modelo competitivo, as variáveis foram analisadas em parciais: quatro etapas de 500 metros. Tempo, velocidade e potência apresentaram correlação e estatística significativa em todas elas. As correlações mais fortes foram na terceira parcial (r=-0,99;p<0,01, r=-0,91;p<0,01, r=-0,92;p<0,01). Já a quantidade e a amplitude de remadas apresentaram correlação e relevâcia na terceira parcial de 500 metros, na quarta parcial e na chegada.
6. Conclusão
A correlação de tempo e potência com velocidade infere a influência da força aplicada na remada sobre o desempenho. A coordenação eficaz de força ao longo do ciclo de remadas é outro aspecto importante na execução. Na parcial dos 1.500 metros, por exemplo, demonstrou-se que: quanto maior a potência, menor o tempo de prova (maior a velocidade do barco). Deve-se destinar uma atenção especial aos estímulos de resistência de velocidade, baseando-se nos cálculos percentuais de velocidade competitiva a cada parcial. Embora seja um esporte que exija alto VO2 máximo, o venceor da prova é quem tem capacidade de produzir força veloz durante a maior parte do tempo, o que se adquire treinando velocidades competitivas e acima elas. Por fim, a força especial é primordial na preparação do remador.
7. Recomendações práticas:
Utilização do modelo de elite no aprimoramento e monitoramento do plano de treino.
8. Referências
GOMES, Antonio Carlos. Treinamaneot desportivo: estruturação e periodização. Porto Alegre: Artmed Editora, 2002.
PLATONOVOV, Vladimir. Nikoleavick. Tratado Geral de Treinamento Desportivo. São Paulo: Phorte Editora, 2008.
WARMENHOVEN, John et al. Force coordination strategies in on-water single sculling: Are asymmetries related to better rowing performance?. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports, v.28, n.4, p. 1379-1388, 2018
Fonte: Site oficial do Vasco