Torcidas Organizadas: O lado que ninguém conta
Por Mikaella Araújo
Quando se fala em torcidas organizadas, muitas pessoas acabam associando a violência nos estádios e nas ruas em dias de jogos. Porém, nem tudo que vemos negativamente nos veículos tradicionais refletem a verdade de todas as torcidas do país. Muitas acabam sofrendo pela má fama de alguns torcedores isolados que não representam o verdadeiro significado de sua organizada e acabam não sendo positivamente vistas pelos olhos da sociedade como, por exemplo, o lado social delas. Porém muitos não sabem, mas várias torcidas organizadas promovem ações sociais em prol da sua comunidade.
Um exemplo vivo dessas ações sociais é a União Vascaína (UV), torcida organizada do Vasco da Gama, que desde 2009 quando foi fundada, começou seu lado social em uma campanha de vendas de camisas para arrecadar fundos para adquirir remédios para Pai Santana (falecido em 2011), ex-massagista e figura histórica do Vasco que na época passava por problemas de saúde.
Após essa campanha, a União Vascaína não parou mais de fazer essa boa ação para as pessoas. O vice-presidente, Raul Fofano, contou como são feitas as escolhas das campanhas. “Geralmente a nossa escolha é meio aleatória, digamos que vamos de acordo com o calendário (dia das crianças, natal, páscoa, etc...) ou vamos de acordo com a necessidade de cada lugar, asilo com material de higiene pessoal, orfanatos com mantimentos e roupas, ou distribuição de sopas e cobertores a moradores de rua”.
Um dos fatores que fazem a UV conseguir sucesso em suas campanhas, é a ajuda das redes sociais através do Facebook, Instagram, grupo de WhatsApp, além de páginas que se voluntariam na hora de divulga-las.
E como é feita a escolha da campanha e local?
De acordo com o Raul Fofano, alguns membros repassam locais para a diretoria da UV, que vão avaliar se é viável fazer ou não a campnha social. “Não é tão simples assim, tem que ligar para a instituição ou fazer a visita e ver a real necessidade de cada lugar, por que nunca ajudamos com dinheiro, mas sim levando algo de total necessidade e claro, a atenção e carinho que muitos merecem”.
Mesmo sem nenhum apoio financeiro institucional, a União Vascaína nunca deixou de fazer o certo para o próximo. Eles conseguem promover suas ações sociais através de seus próprios membros da torcida ou com ajuda das divulgações por rede sociais. “Eles (torcedores) mesmo se mobilizam chamando pai, mãe, amigos e assim vai, pegamos uma conta bancária (Presidente e diretores da UV) e cada depósito e retirada é tirada uma foto de comprovante e prestado conta do valor depositado, e da mesma forma é feito com algo a ser comprado na ação” concluiu Raul Fofano.
A imagem negativa das torcidas organizadas é um grande desafio que a União Vascaína está lutando para desvincular, muitas esquecem que existem boas pessoas como pais, mães e filhos dentro delas, e que ainda fazem o bem, como essa torcida que há 9 anos está dando um exemplo digno de solidariedade.
“É inexplicável o sorriso de uma pessoa quando recebe um casaco antigo que você não usa mais, um brinquedo velho que ficava jogado no canto da casa, ou até mesmo um prato de sopa em uma noite fria, muito das vezes essas ações não são publicadas ou divulgadas por vias de comunicação”. Finalizou o vice-presidente da União Vascaína.
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