Torcida vascaína ignora sugestão de boicote ao clássico contra o Fluminense
Insatisfeito com a decisão do Ministério Público - acatada pela CBF - de manter o clássico com o Fluminense no Maracanã com os tricolores ocupando o lado direito da arquibancada, o presidente Eurico Miranda sugeriu que a torcida do Vasco não comparecesse ao jogo deste domingo. Porém, ao que tudo indica, o boicote não será aderido pelos cruzmaltinos.
A maioria das organizadas do clube já se manifestou a favor de ir ao estádio apoiar o time (algumas por notas oficiais), mesmo insatisfeitos com a medida, uma vez que a equipe se encontra em situação delicada no Campeonato Brasileiro, ocupando a penúltima colocação. A "Força Jovem" será a única que não se fará presente por estar estar suspensa pelo MP.
Na vitória por 3 a 1 sobre o América-RN, nesta quarta-feira, pela Copa do Brasil, os vascaínos chegaram até mesmo a provocar o Fluminense cantando a tradicional música: "Ô tricolor, pode esperar, que a sua hora vai chegar".
Técnico do Vasco, Celso Roth não quis entrar na polêmica e preferiu acatar a determinação de Eurico Miranda.
"O que o presidente decide, está decidido. O sistema é presidencialista. O presidente pode tudo. Nós somos funcionários do clube. Se ele deu uma declaração dessa, é porque sabe o que está fazendo. Vamos jogar como se a torcida do Vasco estivesse lá", disse, sem saber ainda sobre o comparecimento ou não.
Toda a discussão sobre o tema acirrou ainda mais a rivalidade entre os clubes, o que deixou as autoridades em alerta. O Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe) prepara um esquema especial de segurança.
Entenda o caso
Quando assumiu a presidência do Vasco, Eurico Miranda enfatizou que sua equipe não enfrentaria o Fluminense no Maracanã caso não prevalecesse um direito adquirido pelo clube de alocar sua torcida no lado direito da arquibancada por ter sido o primeiro time a ser campeão no estádio, em 1950.
O Tricolor, no entanto, assinou um contrato com o consórcio que administra o "Maior do Mundo" em 2013 e optou justamente pelo lado direito para abrigar seus fãs. Uma troca de farpas, então, passou a ser dada e, no Campeonato Carioca, sem um consenso entre ambos, o jogo acabou sendo transferido para o Engenhão.
Neste Brasileiro, o duelo de domingo chegou a ser marcado com torcida única pela CBF, mas a entidade, posteriormente, acatou uma determinação do Ministério Público para que o confronto ocorresse com vascaínos e tricolores no estádio.
Numa última tentativa, o Vasco entrou com uma ação na Justiça pedindo o acesso ao contrato entre Fluminense e o consórcio que administra o Maracanã, mas o desejo foi negado.
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